Espelho Meu

MENÇÕES HONROSAS

Dado a grande qualidade dos poemas publicados ao longo do Evento, gostaria a Administração de atribuir Menções Honrosas a todos os participantes que, na verdade, as mereceram.

Como tal não é possível, decidimos que, além das atribuídas pelos membros do Solar, seriam atribuídas outras menções da escolha dos administradores, que se seguem:


MENÇÕES ATRIBUÍDAS PELOS MEMBROS DO SOLAR



´


 MENÇÕES ATRIBUÍDAS PELOS ADMINISTRADORES






















Agradecemos a todos os que generosamente contribuíram para o êxito deste evento, expressando o desejo que a participação de cada um dos Autores tivesse fortalecido o seu gosto pela poesia e o desejo de participar nos Eventos que se seguirão .

SOLAR DE POETAS




COLECTÂNEA   ESPELHO MEU


CONCLUSÃO

Eu já vivi revoltas mil
Andei por pontes mal traçadas
Caminhei por entre duras pedras
Sorri quando deveria chorar
Privação!
Desisti várias vidas
Lutei tantas conquistas
Perdi grandes amores
Sonhei tantos outros
Alienação!
Me entreguei ao destino
Me enganei absorta à razão
Fraquejei ao confiar o coração
Me levantei desnuda à tudo
Revelação!
Ergui-me como Fenix
Não me entrego mais à sorte
Busco meu próprio caminho
Entre espinhos? Não importo
Pretenção!
Vôo rumo ao horizonte
Olhar firme sem distração
Sei o que quero e que posso
Chegar ao seu coração
Realização!

Oneida Matos-Poetisa


MIL FACES

Como uma linda canção que não foi cantada,
Como sonhos foram se esvaindo pelo chão,
Batendo no frio piso como rocha da ilusão.
Hoje o vazio é meu presente, onde antes havia...
mares agitados pela emoção.
E o som da sinfonia foi rompida....
Transformando tudo em algo diferente.
Quebrou-se...A essência de mim em mil pedaços,
que agora estão esparramados sob véu negro da noite.
Quebrou-se...o espelho onde eu me via em dois planos,
A mulher de fora incompleta...A outra uma desconhecida.
Arremessei para longe meu espelho...
em mil pedaços espalhados pelo chão.
e aquela face de mim mesma, continua sorrindo ...
da minha solidão.

Rosangela Ferris


REFÚGIO

Nas asas do tempo
voei
como um pássaro perdido ...

entre tempestades
e bonança
à procura de um abrigo ...

... nos confins da tortura
de arco íris
e jardins onde me deleitei

encontrei o meu refugio ...
mas tão rápido mo tiraram
despojada fiquei ...

me arrancaram a alma
a fé ...
sem ti fiquei ...
e o meu abrigo

é agora um sonho ...
perdido ...

Alda Melro


A MINHA FIGUEIRA

Num ameno Outono ela viu-me nascer,
seguiu os meus passos, viu meu desalento.
Deu-me as mãos amigas e viu-me vencer,
escutou meus segredos na trova do vento.

Abrigou a casa que me viu crescer.
Seus figos de mel foram meu sustento,
“tapou-me” nas noites, quando ia chover
e viu-me ser homem, no primeiro momento.

Passaram-se os anos e a minha figueira,
de parras viçosas e minha companheira
d’infância perdida tem novo rebento.

É a minha figura, na essência do tempo,
de braços estendidos rumo ao firmamento
no espelho da vida que é o meu pensamento.

Manuel Manços Assunção Pedro


Espelho meu 

Hoje sou feliz
(no solar...)

Hoje
sou feliz,
maturidade
tenra idade
minha
experiência
aos olhos
“infantos”
se faz.
Rugas
sinal,
uma
luta
perpétua
deixou
vincos,
e de
minha
orelha
nunca tiro
um discreto
brinco.
futuro
sempre
certo
mesmo
em trilha
incerta,
uma vida
um querer
embora
muitas
vezes,
choro
minhas
lembranças
mas logo
adormeço
neste
devaneio
perdido.
Corpo
cansado
hoje quero
da vida
um leve
pensar
este que resta
sem mais
arestas
umas sobras
pois tantos
deles
já se fazem
esquecidos.
Não
importa
agora
cada
minuto
é sentido
com o que
me restou
sentir
na fluidez
de minha
pouca
e velha
intensidade,
um pouco
de felicidade.

Rosiane Ceolin


NO CIO DA TERRA

No cio da terra
No espelho do mar
Reumnem-se as marés
Correm os ventos
Dos pensamentos
Plamtam-se árvores
Nascem rebentos
Germinam novas eras
Nascidas no centro dos sóis
Os planetas em conjunto
Explodem em erecções
Fecundando as estrelas
É o cio da terra
Espelhado no mar
Que transporta os animais
Dando-lhes quimeras
Instintos inesperados
Que desabrocham em esferas
Em espirais
Animais alados
Transbordam os rios.,
Invadindo os mares
Juntam-se oceanos
Numa explosão de desejos
É o cio da terra
Que alimenta o povo
Que cobre as cearas de beijos
Faz germinar o amor
Acalenta os filhos
Alivia a dor
É o cio da terra
Que levanta os seus braços
De ternura
E ergue seu clamor
É o cio da terra……
No espelho do mar

Margarida Cimbolini


AVE DO AMOR

Sou ave que canta
O amor, suspirando
Alegria.
Sobrevoo o céu,
Nas alvoradas,
Desenhando o
Rosto do meu amado,
Nos véus das nuvens.
Sou ave mensageira
Do amor, nas tardes
De verão, minhas sedes
São de saudade, quando
Não vejo a paixão da
Da minha vida.
Sou ave altaneira,
Chego bem perto
Do céu, e beijo o arco-íris
Meu fiel inspirador.
Voo pelas nuvens serenas,
Corrupiando pelos ares.
E dos males, fujo em passaradas,
Arrulhando cantos que alegram
A minha fantasia alada.
Sou ave apaixonada, faço ninho
De seda orvalhada, para sentir
Frio, no coração do meu amor!

Vanuza Couto Alves


Amália

Assento a ovação
De olhos fechados
Peito ternurento
Disperso saber
Canto nas lágrimas
Descrevendo a cidade 
De tantos amores
Nos cascos que te riscam
Tejo meu pintado
Alma negra respirada
No voar
Asas de água nuvem
Calor amor clamado
Meu manto
Mil ais
Pelas nossas
Almas
Abro meus braços
Obrigado

Homenagem à voz e alma de um povo e reconhecer a nossa bandeira para sempre Amália diva amada

José Miguel Araújo


ESPELHO MEU…

Já que te vais,
Leva contigo a imagem…
Que na voz desapareceu,
Num gesto incapaz de trazer quem sou,
No caminho que faleceu.

Já que te vais,
Não voltes sem a ilusão…
Rejeito estender a mão,
Num pranto desbravado,
Desfeito no coração.

Já que te vais,
Enlouqueço com a despedida…
Caio no abismo que sinto,
Olho para ti sem esquecer,
E escondo o retrato que finto.

Já que te vais,
Vai, e não te esqueças do sabor…
Guarda o ESPELHO MEU,
E se ficar de vez sem ti,
Partilho em brasas o nosso amor.

JOSÉ MIGUEL ARAÚJO


QUEM SOU EU...

Quem sou eu
De onde vim
Para onde vou
Ao encontro do espelho meu
Refletir aquilo que sou
Traços da vida
Rugas na cara
Experiência vivida
Saudades de ser eu...
Afinal quem sou?
Sou vento
Sou mar
Sou sol,sou maresia
Sou borboleta a voar
Sou pura poesia
Desejo de ser eu...
Perdida no céu
Como pássaro a voar
Ou nas asas do vento
Sempre em movimento
Ser a lua sempre a brilhar...

Manuela Medeiros


Espelho Meu…No Solar

Amo as noites de luar
Gosto da lua, sol , e mar
Em tudo encontro beleza
Vivendo na natureza
Amo as aves com seu canto
As arvores a sussurrar
A brisa outro encanto
Gosto de seu murmurar

Quando olho uma estrela
Eu ponho-me a sonhar
Quero ir ter com ela
Seu brilho quero guardar

Amo o brilho das estrelas
Que estão no céu a brilhar
Do brilho da lua
Em noites de luar

Amelia Amado


Eugoísmo facebookiano
(no solar...)

É proibido
proibir
nenhuma
regra
a seguir
então,
melhor
não
tê-las.
Assim
sendo
peço a
gentileza
de não
mais
adicionarem
minha
pessoa
para
ser amiga,
tampouco
em grupos
que não
saibam
sequer
levar
a sério
pelo
menos
três regrinhas
básicas
só três:
curtir,
comentar
e compartilhar.
Ora
é fato
não temos
tempo,
esta regrinha
todos
seguem
pois ele
é precioso,
se assim for
prefiro
então
pegar
um pedacinho
de papel
um fita
auto-colante,
ir diante do
espelho
e colar
minha postagem
na testa
de Narciso.

Rosiane Ceolin


ESPELHO MEU NO SOLAR

Essa mulher triste que está aí, não sou eu.
Eu sou mais intensa, alegre e vívida.
Até a minha tristeza ou saudade
Não vem à toa. Tem um por que.

Em meu peito que a esperança carrega... Ela é forte
E não vem sem nenhuma razão.
Essa imagem refletida no espelho...Eu não conheço.
Ou será que reflete somente a minha alma,
não reconheço meu rosto, nem meus sentimentos?

Será que as tempestades da vida
Distanciou-me tanto de mim assim ?
E já não sou mais dona do que sinto ou penso?
Mas ainda dá tempo de corrigir esta distorção
De me mostrar ao meu espelho ... quem na verdade sou.

De recitar palavras e para falar de amor
E de me entregar por inteiro a arte de viver.
E deixar refletido neste mágico espelho
No rosto, olhos de esperança de tudo que quero ser.

Rosangela Ferris


 A CURVA DO TEU SORRISO

Com uma flor sobre o peito desci à margem do rio.
Esperavas de lenço na cabeça em jeito de desafio.
Tu ansiavas por ver-me, eu em ver-te tinha pressa!
Dei-te dez beijos na boca e dez beijos na testa!

Tudo em volta nos sorria, a Natureza em alvoroço!
«Amor, dá-me este rio a beber!…
Há quantos dias não bebo um gole de água sequer!»
Os teus braços eram cordas à volta do meu pescoço!

Os teus olhos quando me olhavam, sem ter febre,
eram febris. Em baixo o rio correndo fingiu
Que não deu por nada, correndo como uma lebre!

Depois fugiu-nos o tempo entre os dedos se eximiu.
E foi a despedida! Fugiu-me a curva do teu sorriso,
Iluminura preciosa que dela bem preciso!

Alfredo Costa Pereira


MOMENTO 693

Espelho-mo numa imagem
Idêntica a mim próprio
Não me reconheço
O velho espelho
Corroído pela vida
Diz que não.
Em silêncio de vozes
Abafadas pelo tempo
Nega toda a razão
Do meu ser. Advoga
A busca noutro local
A minha relação
Com o mal….
Procuro poça de água
Ao luar sossegada
Que cristalina seja
Onde o reflexo não minta.
Na imagem aguada
Sinto um silêncio
Inda mais absoluto
Olho e não reconheço
Percepciono o devoluto.
Apalpo e não sinto o grito
De gente. Que grita, sou eu!
Sou a sombra que se move.
Se é gente é corpo estático.
Afasto-me em procura
De uma moeda com duas faces.
Quero conhecer ambas
Quero conhecer
Quantos eus
Puder.

RUIZ PAZ


NÉVOA

Sinto sombrear,
Os sentimentos
Transparentes,
Que nos uniram,
Num simbólico jogo
De palavras, em
Versos suculentos,
Que adoçavam o meu
Coração, que me faziam
Ver-te navegar além- mar,
Só para me ver, acenavas
Com o teu lenço dançarino,
Louco para matar as saudades.
E daquele mar azul, eu via surgir
O sol que logo brilhava, quando
Voltavas para mim!
Hoje, o nevoeiro da ilusão,
Sombreia a nossa paixão,
Com áridas palavras, em
Conchas frágeis, mergulhadas
Na solidão das nossas almas
Indecisas, como as borboletas,
Que serpenteiam diante do espelho,
Das águas de março, quando se despedem
Do verão que findou!

Vanuza Couto Alves


OLHOS REFLETIDOS NO ESPELHO

No momento nem sequer penso
Tudo invento tudo propago

Faço papel de mago
E com papel faço magia!

Olho no espelho
Vejo meu rosto
Vejo os olhos que envolvo em poesia
E me encho de alegria!

De baixo do terno olhar
Vejo alguém com convicção
De seguir em frente
E levar amor no coração!

No sorriso projetado
Vejo felicidade retratada
E no meu espelho acabei
Por escrever a palavra saudade!

E senti que venci não tendo tema
Por isso decidi escrever assim
Porque tenho tanto carinho
Guardado dentro de mim!

Nazaré Gonçalves
(Naná)



ESPELHO MEU

Neste Agora…
Faço-me Presente,
No Ar…
Sou ave-arco íris,
Sou asa-branca,
Sou voo-ilimite…
Neste Agora…
Faço-me Passado,
Na Terra…
Fui semente-pó,
Fui flor-açucena,
Fui seara-ondulante…
Neste Agora…
Faço-me Futuro,
No Mar…
Serei barco-jangada,
Serei onda-maré,
Serei corrente-sem rota…

Neste meu Agora…
Faço-me Presente-Passado-Futuro,
… em Ar-Terra-Mar!

Cristina Correia


O OUTRO LADO DO ESPELHO

Vibras como luz, quando te olham pela frente.
Escuro pelas costas olham-te indiferentes...
Seduzes como o cristal todos que te veem,
Que não sabem como és pelas costas; por dentro.
Patético; sorris da mentira que pensas ser verdade.

Fernando Figueirinhas


ESPELHO MEU

Eu sou a Isa
Pessoa de emoções fortes
Da minha infância pouco me lembro
E o que lembro prefiro esquecer
Da escola guardo lembranças
Dos amigos com quem as brincadeiras partilhei
Lembranças menos boas também
Dos que me descriminaram e humilharam
Troçando da minha humilde vida!
Na sua ignorância não se deram conta
Que o seu escárnio me fortalecia
Me tornou uma pessoa determinada e forte
Hoje sou uma pessoa que ama a vida
Muitas vezes pedi a Deus auxilio no meu desânimo
Reclamando , me lamentando.
Tenho cabelos e olhos castanhos, figura esguia
Penso ter poucos encantos
Encantos que procurava
Nos olhos, espelhados dos outros
Hoje me pergunto… porquê nos olhos dos outros?
Bastava fixar o olhar no meu espelho e teria a resposta!
Foi difícil mas aprendi a amar-me
E olhando-me no espelho vejo nele
A beleza da minha alma!
Hoje ao me lembrar do meu terrível passado
Antevejo o pranto derramado,
A dor e desilusões vividas
Demonstrando, que foi uma viva vivida como um carrossel
Carrossel que da vida me traz lembranças
Do bom e mau que já vivi e do que resta de mim!
Senti desilusões e tantas vezes instintos de vingança
Me afloram na mente
Clamei vingança para quem me quis derrotar!
Mas hoje eu penso… para quê pedir vingança?
Se com todo o sofrimento que passei
Aprendi a me fortificar, a dar valor
Às pequenas coisa do dia a dia…
Valorizando… cada amanhecer, cada pôr-do-sol
Hoje só posso agradecer a Deus
Por não ter permitido que desistisse
E assim poder receber a bênção
Ou o milagre da vida…
O milagre de ser mãe!

Luísa Martins

Há Vida

Tão ao largo que me desencontrei
No inverso do inverno de um sonho
Conformada me desarmei desafiadora nada sei
Encontrando nas sinas sonoras da manhã
A ascensão misteriosa átrio-valor-terra
Não sei se a um pensamento vassalo ou rei
A tola resposta cala e a pergunta se encerra
Quando as flores tão belas elos da maldição
Foram ao chão e o fim da era começada
Troquei o fictício pelo igual real desilusão
Por onde escapa um esteio de realidade
Partindo repetidamente repentinamente
Sem aviso de chegada ou partida?
Pela vida sigo entre dogmas e racionalidades
O inverso desorientado do tudo tornado tarde
Enlouquecendo furiosamente cedo
Intermináveis instantes um ardil na simplicidade
Clareando obscurecidas alternantes fontes delirantes
Elos deflagrantes sinais sinos silenciantes
Exito. Êxito fragrante. Flagrante beligerante
Do alto a salvação, mas, se todos seguros estão
Para quem trabalha - duro - a ameaça da condenação?
Condena-se a submissa inadiável temerosa condição
Perifericamente transpõe-se a vitória feita à mão
Ensaiadas detalhadamente batalhas tornam-se pantomimas
Mas onde estará, oculto, posto o indócil substituto
Segmento purulento ardiloso e lento em face de tudo que foi
Exaustivamente exposto exponho meliantes sinapses
Antecessoras da incapacidade inválidas testemunhas
Cidades astrais constrangedoramente visíveis carregam de si
O que sobra da pouca rouca louca portanto sanidade
Captam em meio ao medo o medíocre luxo e eu
Lustro a luxúria lunática de lodo
Imortais rojões empedernidos sabotam anseios
Absorta absorvo tão somente absolvo a absurda antítese
Abstraio não me atrai o traiçoeiro trajeto que vai
E se esvai revivo em tudo
Sentindo na pele a pequena fração de eu
Necessário é jogar-se ritualisticamente
Sem crer na divinatória oratória
Daqueles que comandam a lida
Necessário apenas é seguir
Não importa a direção que nunca é escolhida
É necessário apenas seguir
E perseguindo
Viver a vida
Enquanto ainda
Há vida

Renata Affonso


ESPELHO MEU

Encarei o espelho
Que horror! 
Assombrei-me no que vi
Eram marcas do tempo mais me reconheci...

Procurei despir-me do que vi
Engoli as lágrimas tentei sorri
Que importa ser assim por fora
Se beleza esbanjo de dentro...

Que posso eu fazer
Com o tempo que passa
A vida acalentada
Nas horas adormecidas...

Apagar o tempo
Como um borrão de tinta
Diante do olhar da vida
Que na tela me pinta...

Sofrer se os anos escapam
Pelas enxurradas da vida
Pelas noites de insônia
Sem retorno da ida...

Perder minha calma
Com a imagem distorcida
Com a lágrima que rolou
Diante o tempo que passou...

Quebrarei os espelhos
Serei como a natureza e brotarei
Quantas vidas vierem
Para ela voltarei...

Não será tu ó tempo
Que apague meu sorriso
E proíba meu alvorecer
Renovarei a cada amanhecer...

Ira Rodrigues


ESPELHO MEU NO SOLAR

Quando eu nasci
A natureza em festa veio me saudar
E não é por vaidade que digo isso
Ela já sabia que um dia nós iríamos nos apaixonar

Eu gosto da sinfonia dos passarinhos
Que bem cedinho
Vêm me acordar

Eu gosto do barulho do mar
É música para meus ouvidos
Um canto merecido
Para quem sabe escutar

Eu gosto de sentir o vento
Tempestades eu enfrento
Se ele quiser me desafiar

Eu gosto de escutar as lamúrias da mata
Que chora por essa gente ingrata
Que só pensa em desmatar

Eu gosto das flores
Ah! As Flores
Flores das cores
Flores dos amores
Foi com elas que eu aprendi amar

Eu gosto do sol
Eu gosto da lua
E da verdade nua e crua

A natureza é majestosa demais
É sábia demais
Ela não admite erros
Ela não admite ser maltratada

Ela fica zangada e ensina como se faz

JOANA TIEMANN



POR QUE SOFRER?

Porque sofrer,
Porque chorar,
porque calar,
Porque magoar.
Porque ferir
Porque?

Porque o ser humano não é perfeito.
Temos falhas e erros!!!
Mas somos humanos devíamos
TODOS saber perdoar.
Porque sofrer, se perdoando
alcançamos a felicidade,
e porque não dizer,
somos iluminados, por esta
atitude de perdão!!!
O perdão vem de Deus
e por ele somos todos
os dias perdoados!

Imara Ione Vieira




VESTE

A veste que trazia
Era a veste do pesar,
De uma alma vazia
E das feridas por cicatrizar...
E nos dias sombrios de outrora
Fez-se uma luz brilhar
Para uma nova aurora
De novo começar...
Foram-se embora as mágoas
Que havia vivido assim...
E hoje, dispo a tristeza
E visto-me de alegria
Porque esta,
É a veste que há em mim!

Fernanda Martins


Esperança, Flor da manhã

Vem... sonha aqui comigo!
Sente-te levar pela
água que amplia forças
aos curvares do rio.

Deixo ao lado, vazio,
um canto. Vem. Contempla!
Quero teu calor rude,
ares de forte encanto.

Qual masculinidade
do sol quando se empina
e ao empanar da noite
reflete o dia n'água.

Estrelas cedem sem
mágoa espaço no rio
sereno ao azul húmido,
terno abrir das vistas.

Contempla com cuidado
donde emitida a luz,
e - tímida - se esconde;
já se encabula a lua.

Permite à luz ser
teu apoio, teu ombro,
tua manhã, nudez,
segura insegurança.

Ah! Falso desassombro
desse teu 'eu' criança.
- plácido desafio
em lúmina presença -

No céu o azul do rio
- flor, querença, esperança -
é flecha de cupido
que desatina o amor.

Geraldo Facó Vidigal


CONCLUSÃO

Eu já vivi revoltas mil
Andei por pontes mal traçadas
Caminhei por entre duras pedras
Sorri quando deveria chorar
Privação!
Desisti várias vidas
Lutei tantas conquistas
Perdi grandes amores
Sonhei tantos outros
Alienação!
Me entreguei ao destino
Me enganei absorta à razão
Fraquejei ao confiar o coração
Me levantei desnuda à tudo
Revelação!
Ergui-me como Fenix
Não me entrego mais à sorte
Busco meu próprio caminho
Entre espinhos? Não importo
Pretenção!
Vôo rumo ao horizonte
Olhar firme sem distração
Sei o que quero e que posso
Chegar ao seu coração
Realização!

Oneida Matos-Poetisa
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MIL FACES

Como uma linda canção que não foi cantada,
Como sonhos foram se esvaindo pelo chão,
Batendo no frio piso como rocha da ilusão.
Hoje o vazio é meu presente, onde antes havia...
mares agitados pela emoção.
E o som da sinfonia foi rompida....
Transformando tudo em algo diferente.
Quebrou-se...A essência de mim em mil pedaços,
que agora estão esparramados sob véu negro da noite.
Quebrou-se...o espelho onde eu me via em dois planos,
A mulher de fora incompleta...A outra uma desconhecida.
Arremessei para longe meu espelho...
em mil pedaços espalhados pelo chão.
e aquela face de mim mesma, continua sorrindo ...
da minha solidão.

Rosangela Ferris

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REFÚGIO

Nas asas do tempo
voei
como um pássaro perdido ...

entre tempestades
e bonança
à procura de um abrigo ...

... nos confins da tortura
de arco íris
e jardins onde me deleitei

encontrei o meu refugio ...
mas tão rápido mo tiraram
despojada fiquei ...

me arrancaram a alma
a fé ...
sem ti fiquei ...
e o meu abrigo

é agora um sonho ...
perdido ...

Alda Melro


A MINHA FIGUEIRA

Num ameno Outono ela viu-me nascer,
seguiu os meus passos, viu meu desalento.
Deu-me as mãos amigas e viu-me vencer,
escutou meus segredos na trova do vento.
Abrigou a casa que me viu crescer.
Seus figos de mel foram meu sustento,
“tapou-me” nas noites, quando ia chover
e viu-me ser homem, no primeiro momento.

Passaram-se os anos e a minha figueira,
de parras viçosas e minha companheira
d’infância perdida tem novo rebento.

É a minha figura, na essência do tempo,
de braços estendidos rumo ao firmamento
no espelho da vida que é o meu pensamento. 

Manuel Manços Assunção Pedro


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Hoje sou feliz

Hoje
sou feliz,
maturidade
tenra idade
minha
experiência
aos olhos
“infantos”
se faz.
Rugas
sinal,
uma
luta
perpétua
deixou
vincos,
e de
minha
orelha
nunca tiro
um discreto
brinco.
futuro
sempre
certo
mesmo
em trilha
incerta,
uma vida
um querer
embora
muitas
vezes,
choro
minhas
lembranças
mas logo
adormeço
neste
devaneio
perdido.
Corpo
cansado
hoje quero
da vida
um leve
pensar
este que resta
sem mais
arestas
umas sobras
pois tantos
deles
já se fazem
esquecidos.
Não
importa
agora
cada
minuto
é sentido
com o que
me restou
sentir
na fluidez
de minha
pouca
e velha
intensidade,
um pouco
de felicidade.

Rosiane Ceolin


AVE DO AMOR

Sou ave que canta
O amor, suspirando
Alegria.
Sobrevoo o céu,
Nas alvoradas,
Desenhando o
Rosto do meu amado,
Nos véus das nuvens.
Sou ave mensageira
Do amor, nas tardes
De verão, minhas sedes
São de saudade, quando
Não vejo a paixão da
Da minha vida.
Sou ave altaneira,
Chego bem perto
Do céu, e beijo o arco-íris
Meu fiel inspirador.
Voo pelas nuvens serenas,
Corrupiando pelos ares.
E dos males, fujo em passaradas,
Arrulhando cantos que alegram
A minha fantasia alada.
Sou ave apaixonada, faço ninho
De seda orvalhada, para sentir
Frio, no coração do meu amor!

Vanuza Couto Alves


ESPELHO MEU…

Já que te vais,
Leva contigo a imagem…
Que na voz desapareceu,
Num gesto incapaz de trazer quem sou,
No caminho que faleceu.

Já que te vais,
Não voltes sem a ilusão…
Rejeito estender a mão,
Num pranto desbravado,
Desfeito no coração.

Já que te vais,
Enlouqueço com a despedida…
Caio no abismo que sinto,
Olho para ti sem esquecer,
E escondo o retrato que finto.

Já que te vais,
Vai, e não te esqueças do sabor…
Guarda o ESPELHO MEU,
E se ficar de vez sem ti,
Partilho em brasas o nosso amor.

JOSÉ MIGUEL ARAÚJO


QUEM SOU EU...

Quem sou eu
De onde vim
Para onde vou
Ao encontro do espelho meu
Refletir aquilo que sou
Traços da vida
Rugas na cara
Experiência vivida
Saudades de ser eu...
Afinal quem sou?
Sou vento
Sou mar
Sou sol,sou maresia
Sou borboleta a voar
Sou pura poesia
Desejo de ser eu...
Perdida no céu
Como pássaro a voar
Ou nas asas do vento
Sempre em movimento
Ser a lua sempre a brilhar...

Manuela Medeiros


Espelho Meu…No Solar

Amo as noites de luar
Gosto da lua, sol , e mar
Em tudo encontro beleza
Vivendo na natureza

Amo as aves com seu canto
As arvores a sussurrar
A brisa outro encanto
Gosto de seu murmurar

Quando olho uma estrela
Eu ponho-me a sonhar
Quero ir ter com ela
Seu brilho quero guardar

Amo o brilho das estrelas
Que estão no céu a brilhar
Do brilho da lua
Em noites de luar

Amelia Amado


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Eugoísmo facebookiano

É proibido
proibir
nenhuma
regra
a seguir
então,
melhor
não
tê-las.
Assim
sendo
peço a
gentileza
de não
mais
adicionarem
minha
pessoa
para
ser amiga,
tampouco
em grupos
que não
saibam
sequer
levar
a sério
pelo
menos
três regrinhas
básicas
só três:
curtir,
comentar
e compartilhar.
Ora
é fato
não temos
tempo,
esta regrinha
todos
seguem
pois ele
é precioso,
se assim for
prefiro
então
pegar
um pedacinho
de papel
um fita
auto-colante,
ir diante do
espelho
e colar
minha postagem
na testa
de Narciso.

Rosiane Ceolin


ESPELHO MEU

Essa mulher triste que está aí, não sou eu.
Eu sou mais intensa, alegre e vívida.
Até a minha tristeza ou saudade
Não vem à toa. Tem um por que.

Em meu peito que a esperança carrega... Ela é forte
E não vem sem nenhuma razão.
Essa imagem refletida no espelho...Eu não conheço.
Ou será que reflete somente a minha alma,
não reconheço meu rosto, nem meus sentimentos?

Será que as tempestades da vida
Distanciou-me tanto de mim assim ?
E já não sou mais dona do que sinto ou penso?
Mas ainda dá tempo de corrigir esta distorção
De me mostrar ao meu espelho ... quem na verdade sou.

De recitar palavras e para falar de amor
E de me entregar por inteiro a arte de viver.
E deixar refletido neste mágico espelho
No rosto, olhos de esperança de tudo que quero ser.

Rosangela Ferris


A CURVA DO TEU SORRISO

Com uma flor sobre o peito desci à margem do rio.
Esperavas de lenço na cabeça em jeito de desafio.
Tu ansiavas por ver-me, eu em ver-te tinha pressa!
Dei-te dez beijos na boca e dez beijos na testa!

Tudo em volta nos sorria, a Natureza em alvoroço!
«Amor, dá-me este rio a beber!…
Há quantos dias não bebo um gole de água sequer!»
Os teus braços eram cordas à volta do meu pescoço!

Os teus olhos quando me olhavam, sem ter febre,
eram febris. Em baixo o rio correndo fingiu
Que não deu por nada, correndo como uma lebre!

Depois fugiu-nos o tempo entre os dedos se eximiu.
E foi a despedida! Fugiu-me a curva do teu sorriso,
Iluminura preciosa que dela bem preciso!

Alfredo Costa Pereira


MOMENTO 693

Espelho-mo numa imagem
Idêntica a mim próprio
Não me reconheço
O velho espelho
Corroído pela vida
Diz que não.
Em silêncio de vozes
Abafadas pelo tempo
Nega toda a razão
Do meu ser. Advoga
A busca noutro local
A minha relação
Com o mal….
Procuro poça de água
Ao luar sossegada
Que cristalina seja
Onde o reflexo não minta.
Na imagem aguada
Sinto um silêncio
Inda mais absoluto
Olho e não reconheço
Percepciono o devoluto.
Apalpo e não sinto o grito
De gente. Que grita, sou eu!
Sou a sombra que se move.
Se é gente é corpo estático.
Afasto-me em procura
De uma moeda com duas faces.
Quero conhecer ambas
Quero conhecer
Quantos eus
Puder.

RUIZ PAZ


NÉVOA

Sinto sombrear,
Os sentimentos
Transparentes,
Que nos uniram,
Num simbólico jogo
De palavras, em
Versos suculentos,
Que adoçavam o meu
Coração, que me faziam
Ver-te navegar além- mar,
Só para me ver, acenavas
Com o teu lenço dançarino,
Louco para matar as saudades.
E daquele mar azul, eu via surgir
O sol que logo brilhava, quando
Voltavas para mim!
Hoje, o nevoeiro da ilusão,
Sombreia a nossa paixão,
Com áridas palavras, em
Conchas frágeis, mergulhadas
Na solidão das nossas almas
Indecisas, como as borboletas,
Que serpenteiam diante do espelho,
Das águas de março, quando se despedem
Do verão que findou!

Vanuza Couto Alves


OLHOS REFLETIDOS NO ESPELHO

No momento nem sequer penso
Tudo invento tudo propago

Faço papel de mago
E com papel faço magia!

Olho no espelho
Vejo meu rosto
Vejo os olhos que envolvo em poesia
E me encho de alegria!

De baixo do terno olhar
Vejo alguém com convicção
De seguir em frente
E levar amor no coração!

No sorriso projetado
Vejo felicidade retratada
E no meu espelho acabei
Por escrever a palavra saudade!

E senti que venci não tendo tema
Por isso decidi escrever assim
Porque tenho tanto carinho
Guardado dentro de mim!

Nazaré G
(Naná)


ESPELHO MEU ... NO SOLAR

Neste Agora…
Faço-me Presente,
No Ar…
Sou ave-arco íris,
Sou asa-branca,
Sou voo-ilimite…
Neste Agora…
Faço-me Passado,
Na Terra…
Fui semente-pó,
Fui flor-açucena,
Fui seara-ondulante…
Neste Agora…
Faço-me Futuro,
No Mar…
Serei barco-jangada,
Serei onda-maré,
Serei corrente-sem rota…

Neste meu Agora…
Faço-me Presente-Passado-Futuro,
… em Ar-Terra-Mar!

Cristina Correia


O OUTRO LADO DO ESPELHO

Vibras como luz, quando te olham pela frente.
Escuro pelas costas olham-te indiferentes...
Seduzes como o cristal todos que te veem,
Que não sabem como és pelas costas; por dentro.
Patético; sorris da mentira que pensas ser verdade.

Fernando Figueirinhas


ESPELHO MEU (NO SOLAR)

Eu sou a Isa
Pessoa de emoções fortes
Da minha infância pouco me lembro
E o que lembro prefiro esquecer
Da escola guardo lembranças
Dos amigos com quem as brincadeiras partilhei
Lembranças menos boas também
Dos que me descriminaram e humilharam
Troçando da minha humilde vida!
Na sua ignorância não se deram conta
Que o seu escárnio me fortalecia
Me tornou uma pessoa determinada e forte
Hoje sou uma pessoa que ama a vida
Muitas vezes pedi a Deus auxilio no meu desânimo
Reclamando , me lamentando.
Tenho cabelos e olhos castanhos, figura esguia
Penso ter poucos encantos
Encantos que procurava
Nos olhos, espelhados dos outros
Hoje me pergunto… porquê nos olhos dos outros?
Bastava fixar o olhar no meu espelho e teria a resposta!
Foi difícil mas aprendi a amar-me
E olhando-me no espelho vejo nele
A beleza da minha alma!
Hoje ao me lembrar do meu terrível passado
Antevejo o pranto derramado,
A dor e desilusões vividas
Demonstrando, que foi uma viva vivida como um carrossel
Carrossel que da vida me traz lembranças
Do bom e mau que já vivi e do que resta de mim!
Senti desilusões e tantas vezes instintos de vingança
Me afloram na mente
Clamei vingança para quem me quis derrotar!
Mas hoje eu penso… para quê pedir vingança?
Se com todo o sofrimento que passei
Aprendi a me fortificar, a dar valor
Às pequenas coisa do dia a dia…
Valorizando… cada amanhecer, cada pôr-do-sol
Hoje só posso agradecer a Deus
Por não ter permitido que desistisse
E assim poder receber a bênção
Ou o milagre da vida…
O milagre de ser mãe!

Luísa Martins


Há Vida

Tão ao largo que me desencontrei
No inverso do inverno de um sonho
Conformada me desarmei desafiadora nada sei
Encontrando nas sinas sonoras da manhã
A ascensão misteriosa átrio-valor-terra
Não sei se a um pensamento vassalo ou rei
A tola resposta cala e a pergunta se encerra
Quando as flores tão belas elos da maldição
Foram ao chão e o fim da era começada
Troquei o fictício pelo igual real desilusão
Por onde escapa um esteio de realidade
Partindo repetidamente repentinamente
Sem aviso de chegada ou partida?
Pela vida sigo entre dogmas e racionalidades
O inverso desorientado do tudo tornado tarde
Enlouquecendo furiosamente cedo
Intermináveis instantes um ardil na simplicidade
Clareando obscurecidas alternantes fontes delirantes
Elos deflagrantes sinais sinos silenciantes
Exito. Êxito fragrante. Flagrante beligerante
Do alto a salvação, mas, se todos seguros estão
Para quem trabalha - duro - a ameaça da condenação?
Condena-se a submissa inadiável temerosa condição
Perifericamente transpõe-se a vitória feita à mão
Ensaiadas detalhadamente batalhas tornam-se pantomimas
Mas onde estará, oculto, posto o indócil substituto
Segmento purulento ardiloso e lento em face de tudo que foi
Exaustivamente exposto exponho meliantes sinapses
Antecessoras da incapacidade inválidas testemunhas
Cidades astrais constrangedoramente visíveis carregam de si
O que sobra da pouca rouca louca portanto sanidade
Captam em meio ao medo o medíocre luxo e eu
Lustro a luxúria lunática de lodo
Imortais rojões empedernidos sabotam anseios
Absorta absorvo tão somente absolvo a absurda antítese
Abstraio não me atrai o traiçoeiro trajeto que vai
E se esvai revivo em tudo
Sentindo na pele a pequena fração de eu
Necessário é jogar-se ritualisticamente
Sem crer na divinatória oratória
Daqueles que comandam a lida
Necessário apenas é seguir
Não importa a direção que nunca é escolhida
É necessário apenas seguir
E perseguindo
Viver a vida
Enquanto ainda
Há vida

Renata Affonso


ESPELHO MEU

Encarei o espelho
Que horror! 
Assombrei-me no que vi
Eram marcas do tempo mais me reconheci...

Procurei despir-me do que vi
Engoli as lágrimas tentei sorri
Que importa ser assim por fora
Se beleza esbanjo de dentro...

Que posso eu fazer
Com o tempo que passa
A vida acalentada
Nas horas adormecidas...

Apagar o tempo
Como um borrão de tinta
Diante do olhar da vida
Que na tela me pinta...

Sofrer se os anos escapam
Pelas enxurradas da vida
Pelas noites de insônia
Sem retorno da ida...

Perder minha calma
Com a imagem distorcida
Com a lágrima que rolou
Diante o tempo que passou...

Quebrarei os espelhos
Serei como a natureza e brotarei
Quantas vidas vierem
Para ela voltarei...

Não será tu ó tempo
Que apague meu sorriso
E proíba meu alvorecer
Renovarei a cada amanhecer...

Ira Rodrigues

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POR QUE SOFRER?

Porque sofrer,
Porque chorar,
porque calar,
Porque magoar.
Porque ferir
Porque?

Porque o ser humano não é perfeito.
Temos falhas e erros!!!
Mas somos humanos devíamos
TODOS saber perdoar.
Porque sofrer, se perdoando
alcançamos a felicidade,
e porque não dizer,
somos iluminados, por esta
atitude de perdão!!!
O perdão vem de Deus
e por ele somos todos
os dias perdoados!

Imara Ione Vieira


VESTE

A veste que trazia
Era a veste do pesar,
De uma alma vazia
E das feridas por cicatrizar...
E nos dias sombrios de outrora
Fez-se uma luz brilhar
Para uma nova aurora
De novo começar...
Foram-se embora as mágoas
Que havia vivido assim...
E hoje, dispo a tristeza
E visto-me de alegria
Porque esta,
É a veste que há em mim!

Fernanda Martins


ESPELHO MEU NO SOLAR

Esperança, Flor da manhã

Vem... sonha aqui comigo!
Sente-te levar pela
água que amplia forças
aos curvares do rio.

Deixo ao lado, vazio,
um canto. Vem. Contempla!
Quero teu calor rude,
ares de forte encanto.

Qual masculinidade
do sol quando se empina
e ao empanar da noite
reflete o dia n'água.

Estrelas cedem sem
mágoa espaço no rio
sereno ao azul húmido,
terno abrir das vistas.

Contempla com cuidado
donde emitida a luz,
e - tímida - se esconde;
já se encabula a lua.

Permite à luz ser
teu apoio, teu ombro,
tua manhã, nudez,
segura insegurança.

Ah! Falso desassombro
desse teu 'eu' criança.
- plácido desafio
em lúmina presença -

No céu o azul do rio
- flor, querença, esperança -
é flecha de cupido
que desatina o amor.

Geraldo Facó Vidigal


Não dá pra esquecer

Eu tanto que quiz
Eu tanto sonhei
Eu tanto guardei
Eu tanto salvei
Eu tanto temi
Enfim, eu deixei

Deixei porque quiz
Deixei por que amei
Deixei pra saber
Deixei foi por ti
Deixei mas morri

Será mesmo assim
primeiro a pressão
eu tanto abracei
mas nunca senti
pressão tanto assim

Enfim, me deixei

senti o calor
senti todo o amor
senti minha dor
senti tua mão
senti meu temor

De leve, fechados
Teu corpo, apertado
Meu corpo pedindo
Nem sei bem porque
Nem sei bem o quê

De leve apertados
Meus lábios fechados
Os seus se abrindo
- eu nem me entendi-
É ruim e não é

É bom e não é
Sabia assim
Mas não tanto assim
Tão dentro de mim
Tão forte e tão belo

Senti sua mão
Subindo descendo
Primeiro de fora
´Depois já tão dentro
Meu rosto aquecendo

Senti o teu corpo
Tão leve, tão solto
Arcar contra mim
Eu tanto abracei
E nunca senti
Senti tanto assim

Teu corpo e meu seio
Tua língua no meio
Meus olhos fechados
De medo de abrir
Querendo te ver

Meu rosto aqueceu
Meu corpo ferveu
Subiu e desceu
Meu medo de mim
- Fervi, virei água

Teu corpo subiu
Não tinha sentido
Sentido pra mim
Sentindo em mim
Aquela pressão

Calor - mas foi tanto -
Fervia enquanto
subia um frio
descendo a espinha
descia um rio

Meus lábios te achavam
Meus olhos queriam
Meus sonhos não viam
tanto te sentir
O tanto te amar

Meu corpo pedia
A mente vazia
Meu seio doía
A boca se abria
O ventre apertava
Eu nada sabia
Só sei de você

Geraldo Facó Vidigal


ESPELHO MEU NO SOLAR.

Simples,do mato,
com muita paixão pela vida,
vivida e por viver,
centrada nessa natureza,
essa beleza de Deus,
que nos proporciona,
tela de variadas cores,
que a tinta nenhuma se iguala,
que a namorar ficamos com prazer...
Gosto de andar descalço
sentir o chão sob os pés,
pois não me privo de nada,
Colocar meu corpo no rio
sentir-me toda molhada,
desafiar um desafio,
pescar,nadar,rapelar,
até de asa delta andar,
não sou burguesa,
sou mulher, me fiz sozinha,
não tenho medo de errar!
tenho todos os motivos,
para poder me amar!
gritar para ouvir o mundo,
defeito tenho,
sou, normal
Apaixonar é o meu mal,
Mas para ficar completa,
vou até lhes segredar,
amo a criança esquecida,
pobre,coisificada
que anda só pela vida,
a rodar pela estrada
que nós,não a pátria,
nada fizemos para modificar.......

Teresinha Cardoso


MULHER NO ESPELHO

O dia vai nascer novo.
Igual a todos, surpreende porque novo.
De novo é você no espelho.
Você, que se vê no colo do pai,
brincando de roda, pulando corda,
- sabe um segredo, depois te conto -
rodando no espelho a saia nova,
sentindo cheiro: primeiro batom,
se fazendo charmosa. Pra um talvez.
O dia vai de novo nascer. Novo.
Igual a todos o dia novo de novo.
Mas novo.
De novo é você no espelho.
Você que chora o primeiro talvez,
único talvez. Medo. Paixão.
Talvez o talvez seja só talvez...
Medo de que talvez não seja seu.
E ri, nervosa. Será que... não!
Mas talvez...
O dia novo vai nascer. De novo.
Igual a todos. De novo novo.
De novo é você no espelho.
Você que ri, porque se sabe.
escolhe a dedo a primeira peça.
A importante. Nem quer pensar.
Você, vai sair.
A saia, talvez saia.
O novo dia vai nascer.
Novo de novo.
Igual a todos.
De novo é você no espelho.
Rodando vestido branco
Meio que rindo, meio chorando.
Vaporosa; Pavorosa? Adora e detesta.
Numa nuvem passeia o templo,
Quem foi que viu,
quem foi à festa?
Novo de novo. Vai nascer o dia novo.
De novo é você no espelho.
E ali vê - num lençolzinho - o que é você,
é seu e não. É meio ele, mas é você.
O que fazer, como pegar, chorando junto
cantando e rindo, vem vai nanar.
E é você, é meio ele, mas não é seu.
E nem é dele.
De novo o dia vai nascer. Novo.
De novo é você no espelho.
Mas seu espelho brinca de roda
pula corda, sabe segredos.
Experimenta, vive paixão.
Morre de medo que talvez não.
Escolhe a peça, se faz cheirosa.
vestido branco na nuvem rosa.
O novo dia de novo nasce.
De novo é novo.
Igual a todos, novo de novo.
De novo é novo
você no espelho
e novo, de novo,
você se sabe,
você chora, você se cabe,
você se ri, você se odeia,
você se adora, você se despe,
você se veste, você se quer
e quer querer; se quer querida,
quer se acabar, ser acabada,
e quer que acabe o que não quer,
porque não sabe. Sabe o espelho.
Que te reflete mas não te sabe.

Geraldo Facó Vidigal


Talvez um dia

Um dia vou dizer-te a verdade ...
não hoje..não amanhã...
talvez, até nunca...

Não sei porque o mar
é rebelde, calmo..transparente
não sei ... não me perguntes..

Tenho as mãos vazias
não encontro respostas para tudo
... Gostava de mudar as cores
da vida...
...ou mesmo as que pintam as telas
de grandes pintores universais!

Fecho os olhos...e deito
para bem longe, as chaves do meu coração...
não quero mais sentir....
aquilo que sinto por ti...

Alda Melro


Fumo de ti

Desvaneço-me em fumo
Fumo de ti
De tanto te procurar
Me perdi...
Escondo-me em sonhos
Sonhos de ti
De tanto sonhar
Me perdi...

Subi montanhas
Vagueei em labirintos
Procurei no infinito
Mas não te vi...

Quis ser tua sede
Sem beberes
Teu corpo
Sem me tocares

Desvaneço-me em fumo
Fumo de ti
De tanto te procurar
Me perdi ...

Agora sou fumo
Fumo de ti
De tanto te procurar
Me perdi...

Alda Melro


RECONCILIAÇÃO

Nos beirais os ninhos emudecem de cansaço,
Se a minha voz nem mesmo tu a escutas!
Também não quero ouvir este silêncio no abraço
E na alma, pois o corpo esse tem asas, que refutas

Quanta esperança tive ainda, castelos no ar de ilusão!
Mas para meu espanto a vida se tornou linda,
Iluminada com uma chama infinda,
Que sobe e desce do coração!

Hoje descobri esta verdade sem engano:
Ao longe, ao longe, no horizonte,
É calma a linha do oceano!

E repito só para ti que tens um coração humano:
Ao longe, ao longe, no horizonte,
É calma a linha do oceano!

Alfredo Costa Pereira


PARA UM AMOR ASSIM

Que queima e arde,
Em meu coração,
Deixo que o vento
Sopre esse ardor,
Deixo que minhas
Lágrimas escrevam
O teu nome, em meus
Versos, para enquanto
Viveres, sentires saudades
Das horas que trocamos
Afetuosos beijos, vivendo
A intensidade de um amor
Desejoso, valente ,amante,
Fiel, corajoso...
Um amor que a chuva fina,
Transformou num vendaval,
Capaz de romper as barreiras:
Do ciúme, da solidão, do medo...
E, para que nunca me esqueças,
Deixarei escrito, no espelho da minha
Alma,um verso que diz:
Para um amor assim, a poesia
Dá o nome de paixão!

“ESPELHO MEU” (C)

ESPELHO-VIDA

Olho-me em ti; e vejo-me,
Não a mim, mas à vida!
Ao todo que foi; ao todo que é;
Ao que será se futuro houver...

Detenho-me em cada pedaço de mim, ao ver-me.
Saltam-me aos olhos as cãs, que me lembram
Dos primeiros passos dados, a correr para a mãe...
Vejo também os olhos profundos cravados na fronte;
Sinais dos ais pretéritos - hoje luzes que iluminam
A distância que me separa daquele tempo...
Há um mar que me separa de outros tempos!
E fico a olhar e a pensar no que se passa; lá do outro lado...
E vejo ainda dois sinais do tempo – um de cada lado:
Sulcos que adornam sorrisos ou tristezas...

Afasto-me agora de ti e vejo o tempo a ir-se...
Afasto-me no lusco-fusco, que a noite chega.
Vejo na penumbra um rosto desfigurado
Pela passagem do tempo.

Fernando Figueirinhas


 ESPELHO MEU....

Os minutos de cada hora de todos os dias desse tempo em que se
guardou. Guardou-se em uma espera de cada castelo construído,
de cada sonho saboreado, de cada desejo sufocado.
Uma espera que acabou sem ter sido vivida, as que se chamam
despedida.

Leva um outro tempo, que parece ser longo, até que se desmanche
em cada dos castelos suas janelas, dos sonhos as pontes e dos desejos
o calor. Sim, leva um tempo.
Tempo que se inicia como cruel algoz, caminha sorrateiro companheiro
e acaba como terno consolador.
Leva um tempo, tempo de aliviar o aperto do peito, a umidade das
lágrimas e o martelar das lembranças. Tempo que não se tem a
“medida”, que se vive a cada dos seus décimos até se poder contar,
então ido, findo, acabado!

Guardados, esperas e tempo têm um fim? Se um fim não é mais que
certa porção contada de algum tempo.....
Tempo hora vestido de amigo, hora de juiz, hora de alucinógeno e em
outras horas, ah! essas horas, em que o tempo se veste de liberdade..

Assim, leva um tempo até que o guardado se desbote, a espera se
canse e o desejo busque outras janelas de castelos ou da mais próxima
porta, por aí!

Marilda Raposo Monalisa


Espelho meu

(Porque as coisas tristes fizeram de mim quem hoje sou,
e o amor tem fases mas é sempre amor... escrevo-as...poema- 05/02/2012)

Palavras de amor?

Queria escrever o amor,
queria escrever a alegria.
Escrevo palavras de dor,
sempre que penso em poesia.

Sou uma papoila feliz, que no centro do prado habita,
Sorrio para a solidão e choro quando me sinto bonita.

De certo me acham uma louca, mas louca não sou não senhor…
Sou papoila, ao vento solta, com excelente resplendor.

Da morte não tenho medo, do escuro faço meu chão,
poemas alegres ou não, escrevo o frio da ilusão que me invade o coração.
Tiro proveito da vida, mesmo das coisas más,
Sigo em frente em cada avenida deixando as curvas para trás.

Parece que escrevo o amor, de certo á minha maneira,
Se o escrevo sem cor ou com dor, gosto de ser assim,
Papoila de muito fervor, macia como laços de cetim.

Se isso faz de mim uma louca, que seja, meus senhores
Pois eu papoila do campo,
Escrevo palavras negras com sentimento de amor.

Celeste Seabra


Efabulação

Murmúrio e silêncio
da natureza infernal,
borrascas sem igual,
e os símbolos do amor
se despedaçam
contra esta dança
do orvalho...
a claridade de meu rosto em ti,
retrato com desenhos
sem fealdade,
nem maldade,
é o efabular
da saída desta caverna.
com ânimo sincero
procuramos
a tua luz,
acesa em tua paixão.
Somos delírio,loucura,
efeitos coloridos de ternura
em fazer festas à criança
que somos nós...desnudados,
afogueados
na perdição
desta efabulação...
Mas a ninfa do poema
mergulhou no mar
fundo,
e do mais profundo de nós,
por entre cavernas
de fantasmas,pintados
de corais azuis,
criou o espelho
da esperança
na bonança,
e trouxe-o à superficie
das águas do prazer.
Somos narcisos e gostamos
da imagem,
reflectida nele..
à margem dos afectos....paixão
e imagem de ti.

Agostinho Borges de Carvalho


A REPRESENTAÇÃO DOS FALSOS PROBLEMAS

Quando a confusão me assola,
Gosto de me observar,
De mergulhar nesse mar
Sem me imiscuir no que observo,
Como quem assiste a representação teatral,
Feita de diálogos internos em conflito.
Gosto de avaliar experiências,
De analisar sentimentos
(Sem fazer uso de filtros)
E sem esperar que desapareçam
Pois não quero o palco vazio.
Gozo o pulsar dos pensamentos
Com a mente algo disciplinada
E sem viver deslumbramentos.
Como no pós-duche refrescante...
Descubro, afinal, que os problemas
Localizados na cabeça e coração
Estão longe de ser reais,
Que a solução está no mesmo lugar
E que os supostos problemas
Apenas foram criados por mim!

Jorge Nuno


ESPELHO MEU!

Eu existo e eu sou eu.
Há dias que mal sou eu,
mas existo.

Há dias em que sou muito eu
e mal existo.

Há dias que não sou eu
e existo, porque penso.

Mas seja lá como for,
como penso, existo
e eu sou eu,
todos os dias
com o meu escopro
gravo no eu que existe
mais um sulco
do eu que eu quero
que tu me mostres
espelho meu
enquanto exista!...

Acácio Costa


ESPELHO MEU…NO SOLAR

Arvores de fruto de outono
É delas que vou falar
Seus frutos deliciosos
Nos regalam o paladar

Eu sou a figueira
Que dou fruto sem flor
Dou os figos no outono
Maduros mudam de cor

Eu sou a nogueira
Meu fruto trago guardado
Quando chega o outono
Minhas roupagens abrem sós
Para vos dar a nós

Eu sou o castanheiro
De grande porte frondoso
Meu fruto guardo no ouriço
No outono eu me dou
Então castanhas sou

Eu sou o marmeleiro
No outono meu fruto fica maduro
Então me vão cozinhar
Marmelada me tornar

Eu sou a videira
Com seus cachos madurinhos
Vou para o lagar
Em vinho me transformar

Amélia Amado


ESPELHO MEU NO SOLAR

Eu vejo no reflexo um rosto que é meu.
Eu sinto no interior uma alma que é minha.
Em mim bate um coração que foi moldado por mim.
Mas essas palavras nem sempre são minhas.
Eu dou vida aos meus desejos, aos desejos dos outros.
Cada um me enxerga de um modo, por um prisma.
Mas pelo espelho, só eu enxergo a verdade,
Uma verdade que é só minha, esta sou eu.

Rosangela Ferris


DUVIDAS EXISTENCIAIS

"Por tudo o que viajei e já passei,
e sem fronteiras vi passar...
Continuo a ver sem limitações
nas vidas intrínsecas a mim
ou extrínsecas, seja o que vier;

E de tudo o que dei ou não dei
directamente ou sem partilhar,
dei de mim todas as opções
que um dia terão fim...
Mas serei eu enquanto puder;

No leito onde me deito já sonhei
e levanto-me vendo os sonhos cessar,
imaginando sempre novas soluções
para um caminho distante de aroma de jasmim,
e sempre mais perto de outra coisa qualquer...

A escolha é dura e desesperante, eu sei...
E sinto e sei, se não se tem, pouco se pode dar;
Mas se é possível ser e dar, há que ter opções
para se recriar uma felicidade sem fim
em alguém que jamais soube viver sequer;

E assim, num oceano de dúvida mergulhei
sem forças ou coragem para divagar
Andando, vivendo e duvidando, serão soluções?
Soluções serão continuar a dar de mim
o que julgo não ter, mas a alma quer..."

Bruno Madureira


  MULHER!

Sou mulher, sou sensível, forte e
considero que sou uma flor no Jardim da vida!
Sou livre, inteligente e procuro ser feliz
e fazer feliz os outros que me rodeiam...
Sou amante e amiga e vulcão...
Adoro brincar, tal criança alegre e divertida;
Adoro cantar e dançar...

Escolhi para ser feliz o meu filho, meu marido
a minha família e amigos, a quem dou todo o valor...
Porque sei que com eles posso contar sempre,
estão presentes em todos os momentos da minha vida...
Escolhi Deus como Pai e meu Mestre,
orientador e protector da minha vida;
e Jesus como exemplo de amor e perdão!
Escolhi ser honesta, determinada e caminhar
sempre de cabeça erguida, procurando concretizar
meus objectivos e os meus maiores sonhos...
Escolhi a natureza, o mar, a amizade e o amor
para serem as musas de inspiração para a
minha poesia, ar que respiro e que me enche a alma!

Sou também Mãe, um ninho de amor e
de sorrisos lindos e lembranças belas ...
Tenho os braços abertos para o meu filho,
para receber os meus amigos com carinho,
tenho sempre a porta aberta da minha casa
e o meu coração para a amizade e solidariedade!

Bernardina Pinto


Alma de Poeta

O poeta é um sonhador
Que sonha sonhos belos
Para si e para toda a gente.
O poeta cria laços, elos
De afecto na alma de quem sente.
O poeta sendo igual é diferente!

O poeta liberta os oprimidos,
Os tristes e os fracos.
O poeta é o círculo, é o arco
Que mantem todos unidos.
O poeta é no vento o barco
Que transporta um sorriso
Dando voz aos que são calados, mudos!

O poeta é elevado, é nobre.
O poeta enriquece o espírito pobre.
O poeta é tudo! É ouro, é prata, é cobre!

Luís Lameiras


Cobardia de um homem!

Fiz de mim o que não queria
Nesta vida atribulada.
Nunca tive soberania
Na minha triste jornada.

Fui sempre aquilo que não quis ser!
Vivi toda a vida na falsidade!
Quis ter muita festa e prazer,
Mas não tive nunca liberdade.

Que atitude estranha
Esta minha vida!
Que alma tacanha
Jamais, em mim, percebida!

Fui capaz de falsear a verdade!
Fui capaz de me vender!
Desde tenra idade
Que cerrei os olhos para não ver!

Que triste sina a minha!
Às vezes vinha
Caminhando sozinho
E pensava no meu sonho!

Era um sonho belo e sublimado!
Pensava que podia construir um mundo
Mais justo e equilibrado!
Afinal foi só um sonho e, assim, sou frustrado!

Deixei-me conduzir, guiar
Pela aparência, pela ilusão!
Agora que aminha vida está a findar
Estou sozinho mergulhado na solidão!

Fiz de mim o que não queria
Nesta vida atribulada.
Nunca tive soberania
Na minha triste jornada.

Agora que me dei conta
Desta minha cobardia
Sei que fiz da vida tonta
Por nunca saber o que queria!

Agora queria mudar
A minha vida, mas já é tarde!
Estou quase a deixar de ser e de estar
E, por isso, em chamas minha alma arde!

Luís Lameiras


O MEU ESPELHO

Deus criou o homem sua imagem
E semelhança,
Nós refletimos o divino
Tentamos ser o espelho de Jesus,
Em nossos atos,
Fatos,
Pensamentos,
Sentimentos...
A grande aspiração humana
De vencer o esquecimento
Encontra-se resolvida
Na iluminação,
No contato profundo
Com a divindade.
Não perde-se a individualidade,
Mas ganha-se uma maior,
É-se o tudo,
Mesmo que este tudo
Não seja nada !

Francisco Mellão Laraya


Espelho Meu

Espelho meu de muitas miradas
mostra pra mim o reflexo
deixa que eu cure em ti meu complexo
para que eu possa, sem medo te encarar.

Espelho meu de viagens canceladas
Estou de costas pra vida
Tez opaca e inreconhecida irreconhecida
nem o teu aço pode me realçar.

Espelho meu que embaça imagens enroladas
duplica a cor que me incendeia
não deixe apagar a vela que bruxuleia
querendo tirar o brilho do meu olhar.

Espelho meu devolve a mim o que me prometeu;
o sorriso da minha boca...
Veste-me com a organza verde ou roxa
transparente como minha mente de radar.

Espelho meu mostra minha alma acima do meu Eu;
separa o belo do mais feio e deixa-me normal.
Custa-me a crer que eu possa ser tão natural
como queres me convencer no convexo que escolheu

Rose Arouck


ESPELHO MEU-----NO SOLAR

Espelho meu
Que estás tão baço…
Será que não me queres ver?
Ou o silêncio em que fico
Incomoda-te?
De ouropél estou farta !
Prefiro o ouro do Sol
Prefiro o cinzento das nuvens
O verde do mar
O cheiro da maresia
Sabes onde estão?
Na fora onde a chuva cai
Onde a brisa passa..ao de leve
sobre as folhas de Outono
e as varre
traz-me as cores do arco-iris
e mergulha nelas
e as doces benções das procissões
que fazem as gentes felizes
estás baço espelho meu
porque a poesia
não te alegra os passos
não te enche a alma
não te tira o sono
e não te acalma….
Estás baço espelho meu
Porque não és poeta
Como eu.

Margarida Cimbolini


SOU AMOR

Não sou o corte nem a ferida,
nem a faca cortante da agonia
nem dor dilacerante que grita.
Sou o pão que alimenta a poesia.

Sou a voz do cantor
que silencia na madrugada
sou o doce gemido do amor
sou a cama desarrumada.

Sou o que pinta o sete e faz arte,
sou versos em disparate
sou cordel do cantador
sou amor... o amor, o amor.

WASHINGTON ARRAES


Espelho meu
Eu Terra sem Mim.
(no solar...)-4

Meu espelho
é a água
embora
me chame
Terra,
da poeira
cósmica
de uma
explosão
fui gerada,
E até
então
estou
nesta
galáxia
confinada.
Aqui
milhares
de anos
fui feliz,
resolvi até
emprestar
meu chão
a um ser
chamado
homem,
coloquei-me
a disposição
e até então
creio
ter sido
boa anfitriã,
me fiz
até mãe.
Porém,
ultimamente
mais ou
menos
dez mil
anos
se não
me falha
a memória,
ele, este sim
parece
ter ficado
fraco
das idéias.
Além de
estar
sofrendo
na pele
por
conta
de suas
afrontas,
ainda
se acham
“donos de mim”!!
De certa
forma
tenho
feito
uns chistes
para ver se
percebem
seus enganos,
mas ledo
engano
é o meu;
vejam só
que fálicos
estão até
matando
e morrendo
por mim.
Quanta
onipotência,
no fundo
eu tenho
é pena
destes
meros
mortais,
pois minha
carcaça
anda cansada,
e quando
fechar
meus olhos
nem camada
sobre
camada
de minha
terra
vai ficar
para
geneticamente
contar
a história,
pois
não vai
sobrar
ninguém
para chorar
por mim.

Rosiane ceolin


Anjo ou Demónio

Eis-me no topo da miragem,
Em voo plas alturas,
Neste ar-rasante bater de asas,
Suaves movimentos ancestrais,
Sorrisos divinais…
Sou-[me] anjo divago,
Soprando panfletos de harmonia,
Vestígio poético da doce criança,
Que se [me] lapidou um dia…

Tentada pelo demónio,
Que [me] algema de memórias,
Tenho frio, tenho medo…
Sinto dores, cala-frios,
Mágoas e feridas expostas,
Que se riem em gozo total…
Aí… minhas asas vestem-se
De um negro latejante de raiva!

Eis-me anjo secular no paraíso,
Eis-me demónio no vale do eco,
Uivando sombras sem cor,
Entre o céu e o inferno,
Sou o bem que [me] inspira,
Sou o mal que [me] petrifica na dor!

Anjo ou Demónio?
Que [me] Sou ?!!!

Cristina Correia


Poética

Somos apenas complemento, meu caro...

Poema é sonho plural
que se sente em anseios
como se fossem da gente.
Mas - de fato - são alheios.

Vidas; choro e risadas
nesse teclado de espelhos,
Refletem Contos de Fadas
e arco-íris em delírios.

Pode sentir-se o fogo
de sentimento estrangeiro
bloqueando por inteiro
seu próprio Ser, nesse jogo.

Que tal sentir-se mulher?
- idosa, menina, ou moça -
sonhe a mulher que quiser.
Poemas têm essa força!

Se é verdade que é oposto
é também seu complemento.
Pois na mente, sentimento,
não tem sexo e nem rosto.

Sejam seus, seja você
o todo desse momento.
Apenas vá descrevendo
o sonhar que crê que vê.

E assim, sonhar-se - num átimo -
como uma mulher seduz.
Deixe entrever entre véus
intensa cadência e ritmo;

um quê de doçura, um beijo...
um Riso, carência, desejo,
insinuantes carícias;
loucuras, gozos, delícias!

Contém sorrindo o que quer:
Finja - e seja até - agora!
- Fantasia ser Mulher -
Vá ser Canto, Dança e Aurora.

Deixa de lado seu ípsilon.
Tente ser dupla incógnita.
- Mas nunca terá o Dom,
Pois Mulher é infinita.

Geraldo Facó Vidigal


ESPELHO MEU....

Fere fundo me ver assim
nos teus erros imaturos,
nas instintivas emoções
e sentimentos mal acabados
Dói sim, ainda me reconhecer
nas ebulições mal destiladas
em vapores tão nocivos
que se espalham desgovernados
tingindo coisas e lugares
e retornando-me com mais severidade
Machuca-me apontar os teus defeitos
que por demais me incomodam
se bem dentro dos teus olhos,
no reflexo reconheço-me,
meu espelho incontestável...

m.raposo*

O AMOR ACABOU

Podes negar mas sinto que acabou
Meu coração sempre sorria
Quando por perto te sentia
Hoje minha vida voltou a ser um deserto!

Vieste até mim através da poesia
Com grande entusiasmo e alegria
A diferença, outrora, fui fonte de deleite
Busquei tua curiosidade
Hoje, não sei o que corroeu o nosso amor!

Não sei quando é que a magia se quebrou…

A mágoa despedaçou o nosso elo mais íntimo
Deixando em minha boca um sabor a fel
Nessa boca que foi fonte de união
E de momentos loucos de prazer!

Hoje a palavra nós, já não existe
O teu toque é uma sombra…
Uma miragem imperfeita do que sempre foi
Os sentimentos do eu… do tu…
Já não se conjugam mais!

Tudo se tornou pesado
Tudo se transformou num erro gramatical
Ouve o meu desabafo…
Quando foi que nos perdemos?

Nazaré G.
(naná)


EU SOU...

Eu sou aquilo que mais ninguém é
Eu sou tristeza masculinizada
Eu sou o que não ri à gargalhada
Eu sou o que em nada já tem fé

Eu sou apenas sombra duma imagem
Eu sou a dor, eu sou o sentimento
Eu sou nem mais nem menos que tormento
Eu sou na realidade uma miragem...

Eu sou flecha que fere os corações
Eu sou o sol que já não dá calor
Eu sou representante das paixões

Eu sou pintura que perdeu a côr
Eu sou aquele que traz ilusões
Eu sou o Bem e o Mal, sou o amor !...

José Manuel Cabrita Neves


Espelho meu

Tu és o meu sublimar

Meu amor vejo-te
Num altar no paraíso!
Meu amor desejo-te
Ver nos teus lábios esse sorriso.
Tu dás-me tudo que preciso!
Tu fazes-me sonhar
Com coisas lindas, belas.
Tu és o meu sublimar
Na minha alma pintada a aguarelas!
Contigo quero partir
Para a eternidade!
Contigo quero florir
No sublimar da nossa liberdade.
Somos duas almas
Que vivem em comunhão.
Somos chamas
Que queimam,
Que deflagram
Para perpectuar esta ambição.
Voamos os dois
Pelas galáxias espaciais.
Somos depois
Duas almas especiais!
O nosso amor é intenso,
É sublime, é propenso
A dar aos outros exemplo!
Vivemos, assim, num templo
Desprovido de maldade!
Tu és, por isso, a minha eterna companheira.
Fechamos todas as portas e serramos fileira
A que tem de nós inveja e queira
Roubar-nos, na alma, a nossa liberdade!

Luís Lameiras


"AMO TUDO”

...AMO...
A terra que piso,
O céu
O sol
O ar
O luar
As estrelas
A brilhar
...AMO...
As pedras
As flores
As cores
As águas
Os mares
...AMO...
Os meus sonhos
A minha arte
O Existir
O sentir
O meu viver
O meu sofrer
...AMO...
Estar viva
O meu marido
Os meus filhos
As minhas netas
O meu neto
A minha familia
Os meus amigos
E inimigos
...AMO...
A minha vida
O estar viva
Com alegrias
Com tristezas
Tudo o que eu vejo
À minha volta
...EU AMO...

Mila Lopes


Ser… Mãe

Meus filhos…
Palavras vos escrevo
Por Amar-vos profundamente.

Minha reflexão
Num fragmento de papel,
Pulsação no ventre,
Pequeníssimas essências de vida,
Turbilhão de emoções,
Felicidade grandiosa.

Meu ventre, vossa residência,
Carreguei-os, riquezas,
Valia incalculável,
Doce sofrimento, diamantes,
Expelir, milagre divinal.

Bem-vindos sejam…
Dois frutos, rebentos da minha árvore,
Curso interno de Amor,
Amamentei, embalei, cuidei,
Entre prantos e sorrisos,
Bebés, crianças, jovens,
Hoje homens…

Amigos, companheiros,
Resistência do meu caminhar,
Iluminam meus dias,
Anjos abençoados.

Dei-lhes minha essência,
No futuro conquistarão asas,
Valores passados,
Respeitem e amem cada ser vivo.

Simplicidade,
Exactidão em tudo que concebam,
Viver cada dia como o ultimo,
Encontrar serenidade e felicidade,
Não conseguem modificar o Mundo,
Mas podem ser o melhor do Mundo.

Exclusiva fortuna conquistada,
Na minha existência,
Nossos corações entrelaçados
Num Amor Inalterável,
Beijo afectuoso,
Infindável,
Da vossa mãe… Céu

Céu Pina


EM SUMA, SOU ASSIM

Sempre fui passional!
Carrego nos genes
Uma herança
Que nada de morno contém!

Do lado materno,
A veia italiana que não nega!
Todos os arroubos,
Amores apaixonados,
Desse lado ‘Mamma Mia’
Que herdei!

Tudo exagerado,
Quase melodramático!
Contudo, sem passeio romântico,
De gôndola, em Veneza!
Lá, quando estive, só fotografei...

E do lado paterno,
Bem, o DNA já nasceu mestiço!
Vindo da caatinga,
Sem romance pra fotografia!
O sangue nordestino é ‘arretado’,
É fogoso, possessivo!

Mesclado com uma pitada
Do fado, lusitano d’além mar!
Terra, onde os amores sofredores,
Quase arrastados,
São mesmo difíceis d’olvidar...

Sempre fui passional,
Pelos dois lados!

Posto que carrego o calor poético,
Sonhador, genético,
Dentro de mim!
Sou miscigenada no sangue,
E desconfio que até mesmo n’alma,
Sou feita de paixão, assim!

Patrícia Zago


 meu no Solar*
Gélida Madrugada

Gélidas mãos madrugada vazia perto do fim
E já não me importo eu destranco propósitos
Assomo o inteiro perdido tolo insano anseio
Mitigando a pena o imperceptível cresce paradoxal
Desaparece tão somente por já não o ser - e mente
Nada que o sempre repare é tanto o nunca mais
E tão indecifrável a longa caminhada solitária viagem
Passos largos desencorajados ainda há metas e um
Sim incerto árido deserto santuário em mim - sim
Trepidante o que piso me guia me arrasta enleva
Devasta assoalhos não valho o que não ganhei
Abstraio extraio de minhas velhas raízes o bom
Quando são gélidas as madrugadas e as mãos vazias
Tão perto do fim aguardam apenas por um sinal
E ele corrupto peregrino d'alma contrasta indiferente
Luta debilmente frustrado adversários enlutados
E minhas tórridas mãos hoje gélidas mãos enluvadas
Curvam-se ante a toda deturpada aceita verdade
Arde nos dissabores o para sempre paraíso perdido
Mas ainda insisto no peito a dúbia entristecida certeza
As carpideiras e os artesãos dos calabouços e um retrato
Celebram cinicamente unem suas muito calamitosas forças
No último ato o dissipar dos véus um desfocado céu e eu
Não sei mais dizer enfim quando deixei de viver em você
Nas insistências e desistências o embriagado destino decide
Incide sobre mim a desarrazoada borrada indigna realidade
Madrugada gélida esperança macerada guerra perdida mentiras
As sepulturas vazias sinalizam novos dias e estradas e ares
É dia e brilha o Sol voo com ele sem rumo ou motivo eu vou
Até outra vez fazer-se noite e eu voltar a ser e só ser só
Mais uma estrela perdida dentro de mim na gélida madrugada
Sem fim.

Renata Affonso


ESPELHO MEU - NO SOLAR

Ontem.

Ontem, nesse mundo vazio dos meus sentidos, ecoavam os teus passos, passos sonhados em noites de luar, aquele luar de Agosto que penetra a minha alma como se se tratasse das carícias estonteantes dos teus lábios.

Em silêncio, meus olhos se espraiaram por esse jardim, onde entrelaçadas nossas almas levitaram em sincronismos de amor, tanta vez ensaia
ndo o tango do desejo.
Senti a leveza da tua voz, murmurando essa melodia que embriaga, enlouquecendo todo o meu ser, e nesse momento a angústia orvalhou em gotas de saudade, rolando pelo meu rosto.

Foi aí ...

Que a noite se desfez em bruma
O corpo aceso em coisa nenhuma
Os astros em nuvens ...como nunca vi!

Foi nesse momento que chorei por ti!

Helena F. Cunha


O AMOR VEM E VAI

"O amor vem e vai
Como ventos na tempestade...
Como chuvas de verão
Ou forasteiros na cidade.

Quando fica, ramifica
Os laços do coração...
Prolongamento de amizade
Tudo belo como uma canção...

Quando vai, petrifica...
Alegrias outrora sentidas,
Lágrimas derramadas em vão...
Palavras no espaço e tempo perdidas...

Mas só o sonho...
A vontade...
A coragem...
Nos fazem suplantar!
O quê?...
Ninguém sabe
Ninguém o diz!...
Será por medo...
Por vergonha...
Ou por mero acaso da vida
Será que algum dia soubemos amar?

O amor vem e vai
Como relâmpagos e trovoadas...
Como algo que ninguém entende
Ou entenderá... por palavras trocadas."


Bruno Madureira


QUEM É ELA?...

Quando
Ela passa,
Por onde passa
Deixa a leveza
Da sua graça
DE frágil ave
Indefesa
De asas abertas
Voando
Ao sabor
Da brisa morna
Em manhã
DE céu azul
E chão florido.

Suave
E o seu caminhar
A segredar
Sonhos e desejos
E doce a sua voz
Como da abelha o zumbido
A flor
Beijando.

Ruflar
DE asas de anjos
É o seu caminhar
Em cortejos
DE cantoria
Sobre as nuvens
Ao som de harpejos
Em bagos de melodia.

Quem é esta criatura,
Com rastos de perfume
Que inebria,
De sabor a festa
E a romaria?

Quimera
Em manhã de Primavera
Ou mesmo realidade?
Será utopia
Uma criatura assim?

Não!
Ela é mesmo
Uma certeza!
Então,
Quem é?
A Fé
Não to diz.
Oh Feliz
Alegria!
Princípio e fim!

José Pedro Carvalho Marques


ESPELHO MEU--NO SOLAR

Espelho meu
Que me faz promessa
de uma outra vida
pois q'uele confessa
que esta é fingida

Qualquer pessoa
nela confia
enquanto a vida
voa vazia..........

Eis o que peço
a esta ilusão
amá-la posso
Perdê-la não.

Margarida Cimbolini

ILUSÕES

Não és tu que te iludes, mas eu, com a imagem
Que me fazes...
Se me mostrasses o que eu não vejo...
Como seria bela a tua imagem!

Olho-te desconfiado do que me mostras.
Tens por arte – que não é tua, mas minha –
Mostrar-me só coisas boas.
Defeitos não vês em mim!

Quantos defeitos me ocultas ao te olhar!
Defeitos graves que fazes de conta não os veres...
Fazes-me acreditar naquilo que vejo,
Embora eu saiba que só tu os vês...

Espelho de ilusões crias aos olhos de quem te vê!
Deviam - te proibir de ser assim.
Espelhos deveriam ser verdadeiros;
Mensageiros do que há a mostrar!

Fernando Figueirinhas


ESPELHO MEU ...NO SOLAR

Fizeste-me poeta!

Perdi-me numa estrada deserta
Por onde te encontrei...
Oh, meu amor,
Os dias parecem intermináveis
quando te espero.
Todo o amor que me ofereces
parece ter sido já inventado por mim.
Brilhas nas tuas atitudes...
Isto tenho de te dizer:
Somos prisioneiros do amor,
pela mesma algema.
Mas como o amor é livre,
também nós o somos.
Ando em desatino, perdida por ti.
Acesas tenho as minhas mãos na fogueira de
teu amor!
Deixa correr por entre meus dedos o prazer
de ter o teu corpo...
Só nas águas do silêncio encontro o prazer gemido
e o sensual gesto dos teus afectos.
És a árvore crescida
na página de um amor adolescente.
És o mistério no silêncio do poema,
na alma duma poeta...

Maria Helena Quartas Esteves


ESPELHO MEU NO SOLAR

As rugas que exibo ao espelho
São as marcas valiosas
Tal qual um rótulo fixo
Várias marcas vitoriosas

Cada ruga tem uma história
Que dá forma ao meu viver
Alguns momentos de glória
Muitos mais para esquecer.

Assinalei as vitórias
Com orgulho e sabedoria
Guardei na minha memória
A saudade e a nostalgia.

Marcas que o tempo deixou
E que exibo heroicamente
São assim as minhas rugas
Vistas num espelho inclemente.

São marcas com uma expressão!
Que me orgulham e enaltecem,
Mas quando olho no meu espelho
As mudanças aparecem.

Rugas minhas! Marcas duras!
Desse meu tempo aliado
Porque corri meu amigo
Numa pressa desvairado
É por isso que te digo
Que hoje me sinto cansado…

Joaquim Barbosa


ESPELHO MEU...NO SOLAR

Amo as Palavras
Porque Amo a Vida

É preciso dizer as Palavras certas
No momento certo,
Sem reticências, nem exclamações.

As Palavras são grandes Virtudes,
Algumas tamanhos Desgostos,
Diria mesmo balas,
Lancetadas no Coração.

As Palavras, ritmos de
Verdade, Hipocrisia,
Desgosto, Devaneio,
Amor, Compaixão,
Ou, Perdão.

Palavras ocas,
Meros desabafos.

Palavras sábias,
Lições para aprender.

Palavras de Poeta,
Ornamentadas do bélico.

Palavras, enigma, mistério.
Palavras desenhadas,
arco-íris de silabas.

Palavras da Alma...

Palavras do Coração...

Palavras de Poesia...

Palavras do Ver, do Sentir...

Palavras de Sonho...

Palavras, algumas Monstros,
Outras Anjos da Paz.

Amo as Palavras,
Porque Amo a Vida.
Mas, acima de tudo,
Amo a sua Transparência.

Amo a Verdade,e seu inerente.
Amo a Pureza, a Autenticidade.

Amo o Verso e a Prosa,
Sem desbotar a Essência.

Amo o Mundo,
Sem rodeios, clarividente.

Amo o Sonho,
No equilíbrio do compasso da Vida.

Amo Tudo e Todos.
Mas, acima de tudo Amo-me.

RÓ MAR


O MEU ESPELHO...

Estava sem assunto,
Queria terminar as poesias
Para mais um dia de concurso,
Sentei-me ao meio da sala,
Pus um espelho na frente,
E outro atrás,
Para meditar sobre a magia do espelho,
Este era o tema !

Sempre que olhava,
Me via de todas as formas possíveis,
As imagens se sucediam,
Uma a uma levando ao infinito,
Que não era capaz de enxergar,
Se continuasse neste tema.

Pois este caminho,
Apenas declinaria o vocábulo latino Ego,
Não era o que pretendia !
Vi que olhava o espelho interno
Que é a mim, o tempo todo.

Levantei-me dali
E fui dormir,
Esperando uma nova ideia
Ao acordar.
...
Meu Ego foi-se,
Já não sou mais imagem
Que se encanta em ver refletida.
Acordei um pouco zonzo,
Olhei no terraço e vi
A flor que desabrochava com a primavera,
A semente tem que morrer
Para que nasça a planta,
E esta frutifique.

Hoje eu sei que um dia eu vou
Não terei que procurar a minha imagem,
Mas a minha palavra fica,
E serei o espelho de tudo o que há,
Eu serei o meu próprio espelho,
E o do mundo também !

Francisco Mellão Laraya


Actor

Choro…
Não falo
Soluço
Invade-me
O vazio sufocante
E o brilho
Do meu peito
Apaga-se.
Olho e não vejo
Procuro
Para não encontrar
Sem ir, fico
O amanhã já passou
O sino
Em silêncio toca,
Espero
Pela tua passagem
E ali fico
Parado
E os meus sonhos
Explodem,
A loucura,
Invade-me
Como um louco…
Perco-me,
Choro,
Não falo,
Soluço,
Sofro…
Infeliz!
Arrasto-me fecha-se a cortina do espetáculo

Carlos Margarido


Palavras de ti

Escondo meu corpo nu
em palavras
palavras bordadas
...perfumadas
pelo desejo em teu olhar...

Palavras quentes
frias...
versos de amor
mentiras...
palavras de dor...

Não me desnudes assim
não sou livro...que escreveste
sou apenas um rascunho...
somente lerás:
Fim

Alda Melro


ORAÇÃO À NATUREZA

Solidão
Por companhia!....
E também o pinhal
E a penedia…

Do vento,
O balbuciar
De prece
Perfume de oração
Que apetece
Rezar…

Neste momento,
A fronteira do espaço
Não cabe
Na imensidão
Do pensamento
Sob o fascínio
Deste Tabor.

Ao cimo a colina
Em procissão
Chega à mistura
Sinfonia
Do cantar
Do galo, do cão
O latir,
Do som
Do sino lá em baixo
No campanário
Que ao céu se eleva
Erguido do verde-aveludado
Do prado.

Até o gorjeio
de canário,
No tremer
Do pintassilgo de papo cheio.

Cenário
Perfeito, imaculado:
A minha natureza
Em comunhão
Com a da Terra.

Que ambiente
Este, de ascensão
Na ressurreição
De um Ideal que estava perdido!
E mais que perdido, abandonado!

José Pedro Carvalho Marques


POETA TRISTE

Gosto de ti, porque a minha imagem,
Que refletes de mim, é bem real.
Nada do que me mostras é miragem,
Até dos sentimentos dás sinal !

Em ti vejo a minha transparência,
Homem leal, honesto e verdadeiro.
Vejo os valores da minha consciência:
Não sou o lobo mau, nem o cordeiro...

Vejo um poeta triste e pensativo,
Vejo a dor que o meu olhar encerra,
E um semblante soturno e depressivo.

Vejo o cansaço de quem vem da guerra,
Depois de combater O Negativo...
E condenar os males que há na terra !...

José Manuel Cabrita Neves


RELAX

Voltando para casa cansado
depois de uma dia estafante,
exausto meu corpo buscando,
enfim o repouso.

Aquele banho bem frio
tirando de mim o cansaço,
refaz por fim o meu corpo,
deito, então é o sono...

Eduardo Garcia



ESPELHO MEU NO SOLAR

Eu vejo no reflexo um rosto que é meu.
Olhos sonhadores, olhos cor da esperança.
Eu sinto no interior uma alma que é minha.
Alma que busca um amor sereno...como criança.
Em mim bate um coração que foi moldado por mim.
Blindado contra temporais imprevisíveis,
as palavras que escrevo nem sempre são minhas.
Olho e vejo em mim o tempo que é agora...
O que passou não reflete mais... apagou-se
Eu dou vida aos meus desejos, nos teus desejos.
Olho minha boca ainda com o gosto de seus beijos.
Cada um me enxerga de um modo, por um prisma.
Fazem mil conceitos de quem na realidade sou..
Mas pelo espelho, só eu enxergo a verdade,
o reflexo de mim mesma não quero mudar, e nem vou...
Pois a verdade refletida tem um jeito de saudade.

Rosangela Ferris


Doce Olhar

Rosto cansado
perdido no tempo
como o dia que se faz noite
sem ouvir um lamento...

Linhas enrugadas
escondendo
histórias ...
de amor
paixão
medos,alegrias
e sofrimento!

Rosto dócil de menina
querendo brincar...
sentindo saudade
da risada de criança...

Tua vida...
minha vida...
talhada na mó do tempo...

Alda Melro


ESPELHO MEU ---NO SOLAR

Meu espelho
Meus olhos negros
onde me via espelhar
meus desejos
de teus doces beijos...
de teu lindo olhar

Meu espelho
doce melancolia
daquela magia
que punhas no ar

Espelho meu
meu amor
nele sinto o teu respirar...

Respiras como quem ama
amas como quem descansa
na mão aérea da noite
o teu rosto de criança

Amor,amor não há noite
Não há morte,não há nada
há a flor do teu rosto
no espelho da madrugada

Margarida Cimbolini


ESCURIDÃO

Chegou a noite
Calma, serena
De mansinho foi-se encostando
Sem dar um sorriso
Ou uma palavra

E o tempo mudou!
Fecharam-se as pétalas
Das flores,
Os sonhos parecem mais distantes
Os pensamentos confundem-se
Na escuridão
Já nada parece real

Fecho os olhos
Vou para longe, mas sinto
O bater do coração, que me chama
Retratando imagens
Que já pertencem ao passado

As horas caminham
Lentamente……
Vê-se o luar da janela

A natureza clama, por luz
Já vai nascendo o sol,
Parte a noite deambulando
Vem o dia clareando

Alda Melro


A MINHA CAMINHADA

Os dias vão passando
Um após outro...
Vou caminhando
As folhas do meu calendário
Vão-se arrancando...!
E cada dia há menos folhas...
Para arrancar...!
Os dias são semelhantes ...
A um punhado de água ...!
Que se me escorre...
Pela mão...!
Por mais que eu a queira reter...
A vida vai passando...!
Eu vou caminhando...
De alma e coração...!
Vou indo...
Mas ,alguma coisa de mim cá fica...
A vida tem projecção...!
Que permanece ...
O que fiz de mau e de bom..!
Deixo uma marca...
Tanto em mim,como nos outros...!
Não podendo dizer...
Que foi sem importância...
A minha caminhada...!
Nada é insignificante...
Do caminho escolhido...!
E na verdade...
Transcende o tempo...!
E tem repercussão...
Na eternidade...!

MÁRIO SAMPAIO


Espelho,Espelho Meu...

(Me Diga As Palavras Mágicas!?...)

"Desculpe-me",se lhe ofendi...
com sua elegância aprendi,
não se magoe "por favor"...
o admiro com fervor,
esqueça o passado...
não viva transpassado,
você é meu amigo...
está sempre comigo,
"com licença",posso falar!?...
concluindo não vou amolar,
falhei,você é cavalheiro...
a insônia lhe causou olheiras,
"muito obrigado",me escute...
esse "reflexo" não se discute,
tens o meu respeito,você é especial...
me "vejo"você,que é bacana,essencial,
senti em lhe ofender,tens humildade
me fez saber,suas qualidades:
és o maior,és feliz
um líder mor,de matriz,
inteligente,bondoso
excelente,generoso,
verdadeiro,inconteste
justiceiro,honesto,
sutil,maleável
gentil,amável,
tolerante,cordial
brilhante,primordial,
ativo,confiante
cativo,amante,
abençoado,merecedor
agraciado,vencedor,
és dotado;de bom humor
respeitado,um amor,
és forte,capaz
de sorte,adepto da paz;
sem igual,no que faz!...
Contudo "lacrima" às ingratidões...
resigna-se,a doar perdões...
e...desabafas com seus botões!
essas ditas,
também benditas,
os soluços...o olhar vermelho...
indagando-se...diante do espelho...

Messias Silva


ESPELHO MEU…NO SOLAR

Quentes e boas
É o pregão que se ouve
Quem quer castanhas
Estão a sair
É só preciso pedir

A castanha fruto de outono
Estiveste resguardada
Teu ouriço se abri-o
A castanha então saiu

Freguês aproxima-te
Vem comprar
São tão saborosas
Acabadas de assar

É só o embrulho fazer
As castanhas contar
Prontas a comer
Para o vinho provar

Depois de assadas
Mudam de cor
só descascar
Estão prontas a provar

Amelia Amado



GRATIDÃO

Quando o dia amanhece
e o sol aparece,
agradeço a Deus com uma prece
o aventurado dom que ele oferece.
A vida magnífica que
a manhã fornece,
com a divina dádiva que me pertence.
O entusiasmo pleno de
gratidão, em mim floresce.

Eduardo Garcia
´

O QUE O ESPELHO NÃO REFLETE!

Olho no espelho e vejo...
As rugas do meu rosto...
...Que ele reflete.
Mas em contraste...
Minh' alma enaltece.
Pois em meu coração
...Há um grito
De uma criança...
...Em tenra idade.
Que vive...Sonha, brinca ...
...E ama!
Em nehum momento...
...Desencanta.
Observa a cena...Triste...
...Lamenta!
Pois sabe...Que breve,
...Muito breve.
Esse corpo alquebrado...
...E cheio de rugas...
Será suplutado!
E junto levará...
O JOVEM MENINO QUE AINDA SONHA.

Betina Marcondes


ESPELHO MEU…NO SOLAR…

Onde está a mulher...
Que eu fui!
Onde se escondeu!
O meu olhar...
Eu estou aqui!
No meu canto...
Já não estou zangada!
Estou apenas calada...
Cansei-me!
Melhor assim?
Se tu me olhares nos olhos...
Verás!
Que aquela pequena...
Menina e mulher...
Fraca e forte...
Ainda está aqui?
Todas elas sou eu!
Hoje não me culpo mais?
Não quero apenas...
Conformar-me!
Eu sei mais de mim...
Eu tenho pressa!
E quero amar!
Sei que o que procuro...
E sei que me perco...
Eu iludo-me facilmente...
Sei como sou...
Sou carente !
Se eu te encontro...
Ajudo-te!
Eu amo-te!
E sigo-te docemente...
No sonho que é meu...

Esta sou eu!
Será que foi...
Só meu o sonho?

Então!
Melhor assim?
Não te aproximes de mim...
Não me queiras tocar...
Com palavras fracas...
Não quero amar...
Só o sol!
Que é tão grande...
E os meus braços...
Não conseguem...
Abraça-lo!
Não quero só amar...
A chuva fina!
Que se espalha por aí ...
Quero a tempestade!
Forte...
De verdade...
Depois!
O raio de sol que brilha...
Sem ferir!
Eu sou assim...
Natureza!
Ternura!
Coragem!
E certeza!
Eu não tenho tempo...
Para fingir que sou feliz!
Nem para inventar o homem...
Valente!
Amigo!
E cúmplice!
Porque não sabe amar...
Seremos...
Nós!
Agora eu sei mais de mim...
Foi tanto o que já te dei...
Eu entreguei-me!
E despi-me!
Prefiro ficar aqui?
Só saio de mim...
Se for para me...
Libertar!
No abraço!
De um homem...
Maduro!
Que queira me dar!
O seu olhar mais contente...
E sem medo!
E que com ternura...
Ele diz-me...
Quero-te a ti!
Como mulher...
Na minha vida!
Então!
Eu não me cansarei...
De te amar!
Seremos...
Os dois unidos!
A viver em sonho...
O resto das nossas vidas...
E eu sim!
Voltarei a ser eu...
A mulher!
Ardente!
Companheira!
E serena!
Que tu sempre...
Quiseste!

Mila Lopes


ESPELHO MEU....

Estações ajuntam tempos
tempos da contagem de mim
Dos verões do meu princípio
e das jovens primaveras
Faz-se outono tão maduro,
folhas da minha idade,
Das alaranjadas e cálidas tardes,
guardando algum aprendizado,
Ventos mansos que assoviam
remexendo a inquietude
fel contraste deste outono,
em tempo tão bem marcado
e em alma desassossegada,
Mornos dias, frias noites
nestes tempos de mim
finda o sol destes meus dias
prenunciando breve passagem
e o meu inverno, inevitável....

Marilda Raposo Monalisa


Reflexo

Algures no nada,a realidade crua e nua do ser ....cresce através dos actos
Caminha suavemente através do vazio da mente
Implorando a necessidade de se sentir vivo
Grita dores ocultas,fantasmas do passado
Memórias desvanecidas,um mundo acordado
A imagem desvanecida de outrora
Em frente ao espelho devora
A fome de amar ,o reflexo que teima em chorar
Quantas noites viveu
A sua imagem reflectida naquele espelho
Que não conseguia olhar...
Quem sabe um dia
Talvez agora, um dia sem demora
A agonia de viver, uma vida a sofrer
A vontade de estar com alguém a quem amar
Um dia espelho da minha alma, irás compreender
Encontrei alguém, vou parar de sofrer
Serás o meu amigo, pois serei eu....

José Vieira 


Meu espelho embaciado…

Hoje tentei olhar no teu interior
Mas estavas um pouco embaciado
E assim o meu amor
Não me deu aquele recado

O recado que eu queria
Era sobre o que já passei
Para ver se tinha alegria
Ao rever o que eu cá sei

Mas como estavas embaciado
Há coisas que não pude ver
E assim espelho amado
Não me deste nenhum prazer

Gostava de ver o passado
Aquele em que tudo fiz
E também o bem-amado
Que me fez sempre feliz

Mas o teu embaciamento
Deixou-me algo triste
E não quero neste momento
Ver no fundo o que lá existe

Há algumas existências
Que desconhecem o viver
Andam sempre em experiências
Na espera do que pode acontecer

A esses eu digo aqui
Que tenham muito juízo
Pois por aquilo que senti
Nada advém se não tem siso

Espelho meu, tu me dizes
Mesmo quando embaciado
Que há dias mais felizes
Para passar um bom bocado

Espero que agora me alertes
Para quando estiveres melhor
Desembacia, não te crestes
Quero ver o meu amor

Armindo Loureiro


ESpelho meu...

Mergulhei no mar
em dia de névoa
em dia de luar
e junto a mim
a ninfa do amor,
gravou nas águas
o teu belo labor,
o teu rosto enfeitiçado...
e procurei danado
no fundo de ti,do mar
o espelho partido
com a chama de tua
paixão.
vieram os deuses
do prazer,
para assim acontecer
uma dança de exaustão.
com as imagens
de sonhos e quimeras
fundiram estes
pedaços.
novo ser
e neste afeiçoar
bendiz estas origens,
não tive vertigens,
o espelho novo,
vda nova,
me salvou...
a imagem de ti
nesta imensidão,
é sexo ,coração...
sou espelho ...de ti

Agostinho Borges De Carvalho


ESPELHO MEU

No Vazio do nada
Sinto-me cheia de tudo
Que grita liberdade
Que grita, sou luz!
Pensamento arrancado
Que esvoaça na totalidade
Do valor das palavras
Presas à minha realidade.
Nascente de desejo
Razão do meu viver
Que acalenta a audácia
No refúgio do meu ser.
Caminho trilhado
Na brisa da vida
Que liberta esta poesia
De emoção e fantasia.
A esperança neste vazio
Enche-se de alento
Embalando uma sensação
De força e paixão.
A simplicidade,
É uma verdade evidente
Neste vazio do nada
Cheio de sentimentos!

Ana Isabel Rosa


MAR!

Mar!
Do poente
Ao nascente
O murmúrio da tua solidão
Ecoa na muralha dos prédios
Vazios da avenida silenciosa!...

Falas sozinho,
Ou rezas baixinho
Para o tempo de amar
A ti, mar
Regressar?

Oh, mar
De amar
A praia
Sobre a areia
Em noites de lua cheia
De corpos nus a transpirar
Nos abraços
Em êxtases de sabor a sargaços!

Mãos
Passeiam pelos seios
A arfar de anseios
De desejosos devaneios
De paixões a transbordar!

Isso foi no ontem
Já de sabor a outrora!

Agora
Pela doirada
Areia fora,
Fundas, pegadas
Errantes
De amantes
Na busca das madrugadas
De pedaços
De sonhos vividos
E já tão distantes.

Mar!
Não ruges, não gemes
Não roncas!
Apenas suspiras
Pelas noites,
Pelos dias,
De novas alegrias
De outras sereias
Nas cálidas areias
Se deixarem desflorar!

E à dor
Dessa flor
Perdida
Oh mar,
A tua espuma salgada
A cobre de beijos
Pela dita de ser amada!

José Pedro Carvalho Marques


"DIANTE DO MEU ESPELHO"
“SEMPRE A TEU LADO”

Não foi um barco, nem havia mar
Em volta do meu peito e dois meus braços,
Pois jamais vi um barco a soluçar
Nem no mar encontrei reflexos baços.

Foram os teus olhos que me atravessaram
Quando gotas de orvalho meus olhos rodearam
A escutar o som de um pássaro doirado,
Nesse instante preciso e inconfessado!

Aconteceu lá no verde-escuro, com a luz mimosa
Que nos vem da montanha em calmaria
Onde a vida adormece ouvindo o canto feliz a cotovia!

E lá no verde-escuro, o meu olhar,
Adormecido enfim por tanto te amar
Ainda vê a teu lado, a lua a passar linda e amorosa!

Alfredo Costa Pereira

ESPELHO MEU... NO SOLAR

A JANELA DO MEU CORAÇÃO
É o espelho que reflete
A minha alma, quando estou
Alegre, ou quando o mundo
Condena-me a sofrer por amor.
Da janela do meu coração, vejo
O infinito que me distancia de
Algumas esperanças de ser feliz.
Talvez o tempo já não me permita
Mais, essa bonança em meu coração.
Sentenciaram-me a viver um amor
Magoado, lado a lado com o destino,
Que me condenou ao desatino de viver
Sem o meu grande amor, aquele amor,
Que ainda me faz olhar, da janela do meu
Coração, as flores sorrindo para mim!

Vanuza Couto Alves


Espelho meu no solar

Perdoem-me os infelizes
Mas eu moro com a felicidade
Perdoem-me os pessimistas
Mas o otimismo me visita todos os dias 
Perdoem-me os que vivem a chorar
Mas o sorriso teima em fazer-me cócegas
Perdoem-me os incrédulos
Mas acreditar é minha filosofia de vida
Perdoem-me os arrogantes
Mas a gentileza acorda ao meu lado
Perdoem-me os mal-amados
Mas eu morro de amor
Perdoem-me por olhar a vida com olhos de poeta
Pela busca incessante do formidável
Perdoem-me...
Mas a evolução é inevitável

JOANA TIEMANN


RETRATO

Gosto de ser quem sou 
de ter alma de poeta.
Amar sempre a vida e
Fazer dela uma festa.

Gosto de ser amiga
e de a todos respeitar.
Ter um coração grande
e gostar de partilhar.

De corpo, sou pequena
mas tenho muita determinação.
Sou sensível e afável,
penso e ajo com o coração.

Sou teimosa por natureza,
procuro alegria ao passar.
Gosto de fazer amigos
e ter alguém para amar...

Espelho que reflecte a imagem
mas o importante é o interior,
é bom ver uma boa miragem
onde sou eu com muito amor!

Bernardina Pinto



PERDESTE O ENCANTO

Perguntei ao espelho, ele me respondeu:
Foste no passado um anjo puro e alado
A mais fina flor, amada e cobiçada,
Vestindo as mais lindas sedas
Foste idolatrada…
Hoje transformada em mulher madura
És tratada como outra qualquer
Que perdeu o brilho e caiu na desventura
Como aquela rosa ainda em botão
Com o vento foi despetalada!
Hoje foi esquecida, já não tem frescura.
Não és mais o anjo de pura candura
Transformada em mulher madura
Foste amada e desejada
Vestias tuas sedas transparentes, coloridas
Despertavas sentimentos agora esquecidos
Já não existe o desejo por teu corpo desnudo!
Pra onde fugiu o encanto de quem te amou?
O seu sentimento por ti se transformou
Hoje só te resta ficar calada
Num canto quieta, recatada…
Não vais mais sofrer por uma ilusão
Esquece o passado, e dá sossego ao teu coração!
Olha em mim teu espelho e verás
As marcas do tempo a aparecer,
Hoje o teu amado quer cordeiro colher.
Esquece o passado não tenhas ilusão
Aquieta um pouco o teu coração
Os sons da viola tocam baixinho,
Na tua mente sofrida e entristecida
Por sentir o sofrimento em ti persistir,
Num coração triste e desiludido!

Nazaré Gonçalves
(Naná)


Quem sou?

Sou pena de asa de pássaro.
(…)
Sou leve, ave migratória.
Plana minha alma e engrandece
em turbulência giratória.
(…)
Sou sol
sou elipse
sou lua
sou eclipse
sou memória.
(…)
Carregada de lembranças
de saudades,
sou esperança.
Sou um sorriso que agradece
um abraço que afaga e aquece.
Assim sou
No voo da ave migratória sou pena,
carregando na alma a liberdade de um sorriso.

Céu Cruz


Eu

Quem sou?!
O que quero?
Para onde vou?
Sou vento em movimento,
Sou som que ecoa no espaço vazio...
Quero tudo e nada quero,
Apenas e só ser feliz...
Vou em frente e vivo
Cada instante,
Saboreio o seu prazer...
Para além de mim
Me doo ao outro
E no outro
Me encontro
Em mim.

Sandra Matias


Eu mesma!

Mesmo que em silencio não me esqueço
Não esqueço da tua presença….
Não esqueço do teu sorrir , apesar de á muito não o ver
Não se esquece o amor, apesar de não se dizer…


O que o mundo é mais belo com a tua presença
Que na vida foste um presente que guardo na mente.
Os anos passaram, e sinto saudade de quando dançavas em meu quarto,
do teu sorriso largo e do teu abraço…
Das tuas loucuras alegres em que me revejo,
do teu desejo de liberdade…
tudo no passado me deixa saudade!
Sou eu mesma de verdade!

Confesso que só se pensa em tudo isto depois de crescer…
sinto que a beleza do passado fez de minha vida melhor,
e que a tua (Minha) presença foi uma bênção de Deus
E hoje sou adulta, escrevendo estas lembranças
Que nas tuas lindas tranças eu deixei crescer
Saudade de ser a criança que o meu coração ainda quer !
Sonho, com a viagem ao meu próprio ser,
revejo-me a criança livre e solta, com alegre viver
antes da vida me fazer crescer!

Celeste Seabra


Espelho meu...

Quantas vezes me viste chorar?
Quantas vezes no meu reflexo me perdi?
Espelho meu
Quantas vezes me viste desesperar?
Quantas vezes de ti me despedi...
Quantas vezes na minha dor
Minha alma tentei ver
Quantos reflexos de humor
através de ti tentei esconder...
Oh! espelho meu, espelho meu...
Cúmplice do meu coração,
Cúmplice do meu viver
És reflexo da minha emoção
Transparência do meu ser...

Rita TiaguinhoJoaninha


NÃO SEI

Porque chora minha alma
não sei....

Não sei o que impede
este meu viver
de poder, de querer
minha alma elevar,
Tivesse asas
para voar,
… fugir ao tempo…
Fazê-lo parar
sentar-me num canto
e sonhar…sonhar…sonhar!!!

Alda Melro


Luz/mar

Abriu-se a nuvem orvalhada
onde te ocultavas
e com portas doiradas
criou-se o tempo ,
junto ao amor.
retive a acção nesta luz
pois a beleza
se produz
na alma limpa de agruras.
na imensidão da planura,
renovou-se a lágrima
e o sonho,tuas ternuras.
e elas se projectam neste espelhar
do afeiçoar
nas águas do silêncio
e no gemer
do prazer.
sou imagem,
terno texto visual,
acidental,
do poema,
com face natural ,
igual
ao social...
somos reflexo de teu
rosto,
espelho da alma,
luz e luar
desta exactidão,
coreografia do coração.
vejo,toco,olho.
no mar e no luar
me aquieto.
e a paixão-imagem
de mim
no texto da vida,
é passaro que ao
fim da tarde,
poisa no beiral
onde vive este espelho.
podemos retratarmo-nos
no imaginar
mas no sublimar,
está o espelho meu...de ti

Agostinho Borges de Carvalho


Abraçada a ti

Assim quero ficar
abraçada a ti...
que o tempo pare
que o silencio grite

Não quero saber...

Podem vir tempestades
pode a chuva se lamentar
mas não vou deixar
de te apertar...
contra a muralha
do meu peito

Ah!...porto seguro
teu corpo junto ao meu..

Teu calor...
teu cheiro...
tua pele...

Jardim de sensações
onde as pétalas de uma flor
sorriem ao chamar-te...
Amor!

Alda Melro


*Espelho Meu

Nos traços confusos da moldura
Em contornos delineados, frios,
Rabiscos de uma vaga escultura
Num esboço, marcado, sombrios.

Guarda na face um olhar suave,
No sorriso escrito sem dilema,
Igual a curva feita em nave,
Seguisse uma rota sem algema.

Enviando na escrita do olho gráfico,
Carimbo em papel postado a ti,
Na tela o impresso, o apográfico,
Numa reprodução fiel cedi.

Segue o desenho, verso e reverso,
No olhar, meu amor para teus versos

Sonia Nogueira


VIDA INCERTA

"Vida certa de incertezas... e de certezas incerta,
que tanto me aprazes e a seguir me devastas,
que me aproximas, e de rompante me afastas,
e me fechas a porta e, quando viro costas, a deixas aberta...

Por vezes fazes-me olhar-te com tanto desdém;
pelas forças que me transmites para me erguer e lutar,
como em grande estilo mas tiras, e deixo de sonhar,
e quando acredito que estou além, fico aquém...

E assim vagueio ao longo de todo um existir,
recordando o que fui e vendo no que me tornei,
e esquecendo tudo o que no tempo fui deixando...

Só que não encontro um rumo certo para fluír,
e vou flutuando contra o vento na maré do que sempre sonhei...
Libertando as amarras do que por garantido, um dia fui tomando"

Bruno Madureira


ROMEIRO

Pessoa de corpo inteiro
chamo ao meu espelho romeiro
Romeiro,pessoa do mundo
Tens caminhado romeiro!
Passas-te fronteiras,ideias.....
Crias-te filhos....esteias.....
Deste-te todo..
Partiste-te ao meio
Deste mente ,corpo e veias
Procuras-te bem no fundo
Saltas-te dos castelos,,,as ameias
E que encontras-te romeiro?
Perguntas..caminhos..tostões.
Partis-te a alma ao meio
entregas-te corações...
E que tens tu oh romeiro?
um monte de ilusões
Pessoa de corpo inteiro
dou ao meu espelho,,paixões !
Não corras mais oh romeiro..
com o destino no meio..
Faz das dúvidas canções....
cantas no mundo inteiro
Mas não alimentes traições

Margarida Cimbolini


ESPELHO MEU---NO SOLAR

Espelho meu
Que foi que viste
Á minha frente te quebras-te
Na imagem era eu
Porque foi que te assustas-te?
Espelho meu
Fala para mim
Diz-me o que pensas-te
Ao quebrares assim
Da minha imagem te fartas-te
Espelho meu
Lindo espelho
Conta lá como fazer
Quero ouvir o teu concelho
Para bonita parecer
Espelho meu
Faz um milagre
Não me deixes a chorar
Meu sorriso,já não abre
Está fechado a meditar
Espelho meu
Ressuscita
Cola teus bocadinhos
Se eu ficar mais bonita
Dou-te abraços e beiijinhos...

Manuela Medeiros


OBSCURANTISMO

Não havia no tempo em que nasci,
A livre escolha, o livre pensamento,
Desde cedo essa falta eu senti,
Era a censura do conhecimento !...

Para o corpo ia havendo que comer,
Para a mente só havia escuridão...
Só alguns livros se podiam ler...
E era tudo "A Bem da Nação" !

Dentro de mim sentia uma vontade,
De escrever os meus versos revoltados,
Mas o medo era muito, na verdade.

Escrevi versos de amor, de namorados,
Proíbidos também pela sociedade,
Que tinha todos os valores trocados !...

José Manuel Cabrita Neves


"Espelho meu, no Solar"

Espelha imagem d’ alma,
Reflexo de brilho vago,
Aroma difuso, sem travo
Ilusão tardia de calma

Esta calma silenciosa
Que espelha sentires imensos
Navegante de tormentos
Em espinhos de purpura rosa

Gota a gota refletida
Por orvalho matinal
Suspiro de imagem final
Em espelho, reflexo de vida.

E em caule se aconchega
Ou em verde folha suspira
Pela pétala a que aspira
Ou a imagem que almeja?

António Fernandes


O MEU ESPELHO ...

Me espelho no filho que não fiz,
Na tentativa de perdurar que sou,
É assim que vivo e que vou
Procurando ser imortal na vida por um triz.

O pensamento acima só se escreve a giz
Pois fácil se apaga, e não diz o que sou,
Mas em muitos, que o filho é real, se é o: sou,
A essência de viver, de tudo o que quis.

Com isso a criança, é sede do que foi
Um dia o outro, e não do que ele quis
Assim se fabrica neuroses como respirando pelo nariz

Em um mundo cheio de desamor
Tudo apenas por que um dia se quis
Ser imortal, através da descendência que sou !

Francisco Mellão Laraya


ESPELHO MEU...NO SOLAR

O avozinho

Sentado
Neste banco
De jardim
Envelhecido
Pelos tempos
Escuto
O barulho misturado
Da água do rio
No cantar
Dos pássaros
E um coro
De crianças a brincar
Deixo cair
Uma lágrima
Memórias
Olhando
Para estas mãos
Que me tremem
Avisto
As sardas da velhice
Passando
Com os dedos
Entre os meus
Cabelos brancos
Relembro
Os meus tempos
De rapazote
Hoje carrego
Comigo as marcas
Do meu tempo

Carlos Margarido


Poema com amor por dentro.

Soltei as palavras amarradas ao amor
para falar de ti,
as coisas que eu não sei!
És a luz que nunca se apaga e hoje,
activaste o meu amor, por dentro!
A chama que aviva o meu desejo
fez-me voar nas asas da fantasia,
sentida!
Levaste-me, no pensamento, aos teus beijos
e ás carícias que me fazes, mesmo quando ocupada
e tu...aproveitando as nuvens
que cobrem as minhas ocupações,
fazes brilhar as tuas provocações!
Que adoro e não esqueço...
Porque me acalentam o desejo,
são erotismo provocador!
Levantas em mim a ânsia do meu prazer.
Fazes-me correr nas veias a força destemida do amor.
És o meu tão breve desejo...
O amor por quem fui
O amor por quem voltei
O amor por quem fico!
És o meu instante da espera.

Maria Helena Quartas Esteves


"EU...NOSSO"

Voei...
Em grinaldas
De cetins
P'los confins
Do Universo.
Verso
Meu,
Que será Teu.

Penetrei...
Nos vasos
Fecundos
Do Pensamento.
Laços
Do Momento
Fervilharam
O Coração,
E acalentaram
Uma Estação.
Paradisíaco
Mundo...
Um Todo,
Navio afrodisíaco.

Revivi...
O Passado,
Decorei
O Presente,
E amealhei
O Futuro,
Em Jarras Verde Ouro.
Verbo vidente,
Cristal que absorvi.
Conjugação
Sorridente
Para recortar
E trabalhar,
Em talha
De inovação.
Azul Vasilha
Que se cintila,
Na Nossa Vila.

Colhi...
As mais frescas
Flores
Entre Grutas
E louvores.
Vagem
De Diamantes
E inúmeras
Riquezas. Descobri
P'las Florestas
Que algures percorri,
Um embaraçoso novelo
Que se desenrolou,
Socalcos
Que transplantei.
Muralhas calcei,
Espaços vagos
Clariei,
Da Luz que brotou.
Muito zelo,
Coragem
E determinação
Que preenchem
O Meu
Coração,
Que será Teu.

Parei...
E, Naquele Vento
Desfrutei
O maravilhoso
Jardim de Serenidade
E Prosperidade.
Poderoso
Mar que saboriei
Nos bagos grossos
D'Ervilhas-de-Cheiro.
Sabores largos
Que comtemplo
Nos Nossos
Canteiros.

Semeei....
Campos, Roças
Com Afectos
E Esperanças,
Trigo, Oliveiras,
Trepadeiras,
Trevos, Era...
Uma infinidade
De Frutos
Que na Primavera
São balanças
De muitos.
Nascem Verdes, Azul,
Os tons predilectos
Nas Nossas
Vidas.
Ventos de Norte e Sul
Jamais serão despedidas.

Conquistei...
A Nossa
Verdade,
Que em tépidas
Palavras descrevo.
Nas ondas
De Trevo
Mergulha
A Felicidade,
Fagulha
Nossa.

Descansei...
A fadiga
Em mui cheiros...
Ar de Gardénias,
Frezias,
Rosas,
Violetas
De Viveiros.
Estalagem
Única,
Que se decifra
Em Letras
De Pura magia.
Recita
A túnica
Do bem-estar,
Quanto
Alívio na cifra
Relaxante
Desse Navio.
Extasiante
Passagem
Que tanto
Venero.
Ai...como quero
Ser a Página
Do novo Livro.
Preguiça digna,
Orbita Solar
Que não privo,
Contigo devido.

Passeei...
Malmequeres
P'las Estradas
D'amores.
Estadia
Afortunada
Que me sorriu,
Em Noites
De Luar.
Ruas Nossas
Que lia
Nas Esplanadas,
Um tanto
Ou quanto
Bizarras.
As quais partilho,
Em pergaminho
De desgarradas,
Para que escutes
O som d'Amar
Em Nosso
Ninho.

Banhei-me...
Nos deslumbrantes
Lagos
De petálas acetinadas,
Umas quantas
Metas
Superadas.
Que Natureza
Cristalina,
Águas de enlaços.
Vivi na maresia,
Fantasia
Minha,
Que também é Tua.
Sensatez
Que interpretas
Em Castelos de Poesia.
Suaves Penas,
Semblantes
De Poetas,
Talvez Reis Magos,
Momentos Nossos,
Magnânima Lua.

Sonhei...
Na Areia
Do Céu...Estrelas
Do Mar,
Búzios, Ostras
E muitas outras.
Nos Olhos
Ainda bailam
Doces ondas
Do Amar.
Cristais que brilham,
Na Sereia
Das Nossas
Amplas
Janelas.
Oriundas
Da Natureza,
Vinhas
De riqueza
Fecunda,
Que abunda
No Ar que cincunda.
Esferas planas,
Que delinham
Os Sonhos
Das Nossas
Vielas.

Acordei...
Leve,
Serena
D'Asas fortes
D'esbeltas penugens
Par'Amar.
A salva saída
Encontrei
Entre ferrugens
Seculares,
Surge a Graça.
A Chave,
Lanterna
Que arrecadei,
Para sempre iluminar,
Os Ventos Fortes.
Encantos
Impares,
Mares
D'uma Vida.
Que quero espalhar
Em Ti, Plena.

Vivo...
Entre o Eu
E o Nosso.
Recordando
A fresca Viagem,
Entre mãos
Que se abraçam,
Sempre que posso.
Pena que traçeja
A imensidão
Do Nosso
Viver.
O Céu prometeu
Amanhecer,
Crescerei amando
Esta engrenagem,
Nada mais se deseja.

Serei...
A Forma
E Cor
De Lua
No Caminho
De léguas.
Cheia de Luz
E Calor.
Arco-Íris...
Do Amor.
Vento veloz,
Que nas Asas
Esvoaçantes,
Decliva
Fontes
De Vida.
Horizontes
Que sustentarei
Em vastas correntes
De Jus e Tréguas,
Enquanto Viva,
Será
A Minha
Norma,
Nem me importa
O que incomoda.
Será
Sempre a Minha
Porta,
Aberta
Em Nós.

Vivirei...
O precioso Eu,
Paisagem
Que me fascina.
Ilhas...
Sonhos Nossos.
Marina
De veras salina,
Que encontrei
Par'Amar.
Sorrirei...
Tudo o que Viajei,
Em Lábios de Céu.
Repartirei...
O troço,
Entre milhas
Da Colina

E ondas de Mar.
Alcançarei...
O Braço
D'Esperança.
O qual se traja
De dança,
E o Mundo
Balança,
No Carrossel
Que é Nosso.
Um Todo,
Bem Haja.

RÓ MAR


ESPELHO MEU…NO SOLAR

Hoje olhei-me bem ao espelho
E para mal da minha vida
Não gostei nada do que vi
Na imagem reflectida.

Acho que o espelho não mente
Reflecte o que lhe é dado
Tanto mais que a gente sente
Ao olhá-lo com agrado.

Mas achei-me um pouco velho
Com rugas bem definidas
Quando me olhei ao espelho
Que reflecte as nossas vidas.

O meu nome leva sempre
Espelho para te defender
Com qualquer arma ao teu alcance
Quando o mal te aparecer.

Espelho meu, espelho meu
Diz-me o que pensas de mim
O que será que me deu
Para te falar assim…

Joaquim Barbosa


AGONIA

«Hoje olho para o tempo que já lá vai
E vejo claramente onde errei
Entendo perfeitamente o que enterrei,
E uma agonia deprimente deste coração sai!

Recordo-me de uma vida retalhada
De parcos sonhos que ambos construímos
E dos que individualmente destruímos
Que nunca acreditei se reduzissem a nada...

Hoje arrependo-me de não ter feito
O que deveria ter feito e não fiz
Pensando bem, quem me dera voltar atrás!

Não teria decerto este aperto no peito
que me consome por dentro e cruelmente me diz
Que tão cedo não voltarei a ter paz...»

Bruno Madureira


LADO A LADO

Deixa que te diga
que uma gota de luz
ilumina
teu olhar

e teus lábios 
sorriem...

Quero ver a alegria
no teu corpo
que dança,

E teus gestos alienados,
desempenham em papel fulcral
nessa tua existência eufórica!

Não feches a porta,
quero entrar nesse mundo
pisar as pedras onde caminhas
e chegar ao fim da estrada
ainda que inacabada....

Alda Melro


Espelho meu...... no solar

ESPELHO NÃO ME MOSTRES OS DEFEITOS
ESSES SÃO PERFEITOS
NA DOR, NA RAZÃO
A VIDA ME DESILUDIU
ANDANDO E PASSEANDO
REPAREI O CÉU ESTAVA AZUL
DEFINIDO NUM VAZIO
MAS CHEIO DE ILUSÕES
TANTAS COISAS FICARAM NO HORIZONTE
QUE ME VIREI PARA O INFINITO
ESTAVA COMO LOUCA
A PROCURA DE UM AMIGO
ESPELHO , ESTAVAS EMBACIADO
NÃO ME DEIXASTE VER O OUTRO LADO
NAS HORAS AMARGAS
CANTEI NA ESCURIDÃO E CHOREI
MAS, NUM JARDIM SUSPIREI
DEI UM EMPURRAM A VIDA
VAI NESTA DESMEDIDA
SEM PARAR ENCONTREI
A ALMA PERDIDA
QUE COM CORAÇÃO COLHI
NUM BEIJO DE DOÇURA AMEI
É COM O DESEJO DA LIBERDADE
VIREI-TE DO OUTRO LADO
ESPELHO DIZ-ME COMO HEI-DE SER FELIZ
SE NINGUÉM ME QUIS
E NUMA CANÇÃO ME FIZ
E PARA SEMPRE TE VOU GUARDAR
ESPELHO .....NUM SOLAR
VAIS FICAR QUE EU TE MOSTRE
QUE ESTOU FELIZ, PORQUE
AGORA NOS POETAS VOU ESTAR.

Maria Alice


O Caminho.

Esta é a história de alguém que pode ser feliz, mas simplesmente não quer. Percorre um caminho em direcção á angustia, á dor e ao sofrimento. A incerteza do que irá encontrar no final do caminho, faz com que corra desalmadamente com um sorriso nos lábios na esperança que algo mude e que seja desta que consiga ser feliz. Quando está prestes a chegar, vê alguém a correr na sua direcção e o primeiro pensamento foi... "É desta que vou conseguir alcançar a felicidade..." e começou a correr ainda mais e qual não foi o espanto quando viu quem corria na sua direcção... era eu próprio a correr para um espelho... Bolas!!

Rui Manuel Santos Sousa



" ESPELHO..ESPELHO MEU " no Solar


Olho no espelho e me enxergo por inteiro...
Não vejo apenas a minha aparência externa... 
Vejo nele o outro lado de mim, aquele que na verdade sou.
Um lado oculto que só eu consigo entender...

Tenho um temperamento dócil...
Não tenho uma coroa... Não sou a Cinderela.
sou uma mulher persistente, sou intensa
As vezes sou uma fada voando na imensidão.
Não sou linda, deslumbrante... só carente o coração.

Mas também sou frágil, leve como o vento
Sou doce, sou flor, amor com sabor de mel...
Vivo de fantasia, acredito num castelo de cristal.
Sou apenas aquilo que sou, sem mentiras, coração alado,
uma mulher madura, ruiva, olhos verdes...Temperamental.

Sou um ser que ama com intensidade... Não uma adolescente inconsequente
Sou como sou, carente de sonhos, desejos mais ardentes
sem nunca tentar esconder... o que diz o meu espelho.
Não sou uma jovem deslumbrada vivendo intensamente,
Sou vulcão adormecido, ansiando por um beijo.

Só tenho um corações capaz de amar eternamente,
com desejos fluindo como luzes num cordel...
com braços que me abracem... que prendam como laços
que me queira por quem eu sou... apenas uma mulher
Aquela refletida no espelho, é a outra metade de mim.

Alguns tentam adivinhar aquilo que sou...
Mas são poucos os que verdadeiramente me conhecem!
Espelho, espelho meu, existe alguém que me ame como quero
e que seja mais romântico e mais carente do que eu?!

Rosangela Ferris


Passeio em mim....

Cintilam esp'ranças na aridez da vida
Tentei agarrar uma
- A da felicidade...
No vento chegam-me sons de despedida
Ao banhar-me na brisa da saudade.

E sigo passo a passo, em passo lento,
Na solidão da noite
Perco-me em mim...
Relembro com alento
Os momentos de dança
Em que eu mulher -menina,
criança,
dançava a contratempo...

E páro
Perdida,
Louca,
As lágrimas correndo...
A esp'rança não existe, ela morreu
Dissipou-se no tempo... E se perdeu.

Comigo segue um desfilar de penas
Transformam-se em saudade...
E mesmo sem ter arte
Em poemas
As canto na verdade.

O horizonte espraia-se no mar
Em seu poente rubro
E sinto dentro do peito a navegar
Esse manto de tristeza
Com que me cubro.

Mas vou em frente
Sigo o meu destino.
Sem voltar atrás nesta viagem
Encaro, sou mulher, tenho coragem
Mesmo que em desatino!

Na praia, ao regressar, uma gaivota..
( parece-me que a pobre já morreu)
E olho o céu,
Ali fico absorta
Pensando que sou eu.

Prossigo devagar
O meu caminho,
Olhando para trás, vejo-a estendida...
- Penso
No meio de todo o desalinho
Que a morta serei eu...
Ela se libertou, ela está viva...

Helena Cunha



ESPELHO MEU------NO SOLAR

Mulher alada
ao ver-me ao espelho
estava vendada
Não via a alma..
nem o sorriso
Não via o grito
de amor profundo...
Não via a dor...
que nas almas cabe fundo
Não via o mar nem o sol
nem cheirava a maresia
Via a venda baça
venda de ilogia.....
que me tapava
que me perdia....

Desvenda-me espelho
devenda-me de mim
Tira-me esta venda
em cuja senda
me vejo tapada
Não vendo nada
como hei-de dizer sim
a esta alma...que dia a dia
pede mais de mim?

Margarida Cimbolini


ESPELHO MEU... NO SOLAR

Espelhada no meu espelho...
Olhos me olham... Enigmas!
E Meus não são...
Olhos são... Teus,
De Alguém ou de Ninguém,
Mas não são só Meus... são Mais.
Certamente...
Olhos que me perseguem,
Que se cruzam na ruela,
Que brincam dentro de mim.
Estrelas em noite escura,
Sol... que não chega a brilhar.
Com cor... sem cor...
Espelho... fraude de mim,
Engano do meu Olhar.
Afinal que Olhos meus,
Se reflectem no teu Olhar?

Cristina Correia


O REFLEXO

Espelho meu, espelho meu, o que refletes,
Quando em frente a ti assim me exponho...
Despido de mentiras, me prometes,
Dizer toda a verdade do meu sonho?

Às vezes o que vês é uma ilusão:
Procuro os meus defeitos ocultar;
E às vezes chego a ter a sensação,
Que só me mostras o que queres mostrar...

Tal como tu, a vida me compensa,
Dando-me em troca o mesmo que lhe dou:
Meus sentimentos puros, minha crença;

Mostra-me, espero, como puro eu sou,
No meio da vida, da maldade imensa,
Desse mundo que sempre me enganou !...

José Manuel Cabrita Neves


REFLEXOS

Reflexo, não do corpo,
Mas da alma.
Reflexo que clama
Por imagens que não vêm...

Espelho, que me escondes 
Imagens verdadeiras
E me cegas com reflexos
Do que não sou...

Quando te mudo a posição
Projetas infinitas sobreposições –
Imagens virtuais
De falsa realidade...

Cegas-me com luz falsa
Que me deslumbra
Por um momento –
Não mais que um...

Evito-te sempre!
Passo por ti diariamente
E sempre penso nas imagens
De deslumbramento
Que se passam em teu mundo,
Diferente do meu!

Espero pelo dia de heroica coragem
Em que pedaços de ti farei;
Do quanto me enganas
Quando te olho.

Fernando Figueirinhas


ESPELHO MEU NO…SOLAR

EU…
Sou a noite em ti
Escurecida
Sou a manhã
Alegre
Outras vezes
Triste
Sou o romper
Do sonho
E da vida
Só não sou
Um ser
De alma pequena
Eu sou o dia
Que me traz perdida
Sou!
Talvez a alma
Calma
E serena
Sou a natureza
Que não é vencida
Eu sou feliz assim
E tenho a alma
Amena
Mas eu sou também
O grito de voz
Ferida!
Sou a vida feroz
Sou a mulher guerreira
Que vai á luta
Dos sonhos
Só não sou
Como tu me queres
Adormecida
Sou mulher
Que ama
Que chora
E sorri
Sou também amiga
Eu sou enfim
Mais uma das mulheres
Que anda nas trevas
Sou infinita
Sem o saber
Talvez?
Sou companheira
De várias lutas vividas
Só não sou
Assim
Como tu me queres
Sou mulher da noite
Cheia de mistérios
Eu sou eu
Somente
EU!

Mila Lopes



DIANTE DO MEU ESPELHO

Sinto-me orgulhosa,
Porque sou verdadeira,
E porque quando amo,
Não divido-me em pedaços.
Doou-me por inteira.
E nos meus poemas de amor,
Confesso o que sinto,
Deixo que meus sentimentos
Vagueiem, como as espumas do
Mar, no vai e vem das marés,
Para serem levados para o meu amor.
Diante do meu espelho, vejo-me como
Eu sou, com um só perfil sonhador!

Vanuza Couto Alves


Hoje eu me sinto diferente
Corpo, alma e mente

Cansada de lutar contra os meus sentimentos
Parei para juntar meus pedaços
Voltei várias vezes pelo mesmo caminho
Onde deixei parte desse quebra cabeça
Fiquei atenta para ouvir o que minha alma falava
Que eu, por ignorância,não queria escutar
Não são pedaços de uma alma estraçalhada
São pedaços que me compõem
Que me trouxeram até aqui
Que fizeram de mim uma grande mulher
Não pelo que tenho, mas pelo que sou
Pretensão? Não, constatação
Sei que todos os dias posso ir buscar o melhor de mim
Mudar de estrada
Subir escadas
Enfim
Ir mais longe, ao topo
Bem pertinho do céu

JOANA TIEMANN


ESPELHO MEU…NO SOLAR

Hoje ao acordar
Ao espelho me mirei
Fiquei desiludida
Com os estragos da vida

Eu não tinha este rosto
Que tão rápido se transformou
Chegou a tempestade
Grandes estragos deixou

Houve um tempo
O espelho eu tapava
Não gostava do que via
Era melhor não ver nadar

Estou começando
A reviver lentamente
Quando esse dia chegar
Ao espelho me vou mirar
muito me vou alegrar

Espelho a verdade
Vais ter de contar
É um rosto que mudou
Depois de tanto lutar

Só quem sabe entende
Do que estou a falar
Agradeço ao Solar
Com eles pude contar
Para as horas amargas passar

Amelia Amado


SOU REFLEXO

Se sou amada
Mais eu amo
Mais me entrego ao amor!

Se me esqueceres
Tenho que te esquecer também
O amor é como o espelho
Tem que ter reflexo!

À bem pouco tempo
Comtemplava a tua imagem
Como num reflexo de espelho
Hoje o reflexo é só meu , e nele já nada vejo!

Só nele vejo como estou mudada, acabada
Só os meus olhos continuam iguais.
Quando nele me olho os meus pensamentos voam
E onde estarão? Penso bem…

Em qualquer sitio perdidos, escondidos
Vejo nele tantos tormentos também.
E apenas estou olhando o espelho
Enquanto penso na gravidade da minha insanidade!

Eu percebo que os meus olho não mudam
Continuam iguais, mesmo sendo olhos sofridos!

Olho o espelho e vejo refletidos os meus erros
Vejo como os manipulaste, como me usaste
E nada mais faz sentido
Já nada me convence, nada mais quero contigo!

Ao olhar-me nele…
Já nem penso, nem me convenço
Que sou a rainha do espelho
E sinto medo, por dentro, estou morrendo!

 Nazaré Gonçalves
(Naná)


ESPELHO DO MEU CORAÇÃO

Amo seus lábios...Porque eles mostram a beleza
de sua boca que amo beijar.
Amo suas mãos...Porque elas me acariciam
de um jeito muito especial que só você possui.

Amo seus braços...Porque abraça-me de
um jeito amoroso, como se fosse um laço.
Amo seu sorriso...Porque ele demonstra a
alegria que o seu coração sente por mim.

Amo seu coração...Porque ele possui a chave,
da minha alma e possui tudo que tem em mim.
Amo sua alma...Porque nela está a
essência do amor que tem dentro de si.

Amo seu corpo...Porque ele foi feito sob
medida para o meu, encaixando
com perfeição no amor de amar.
Amo-lhe...Porque você é o amor que
sonhei e desejei a vida toda
para o espelho do meu coração.

Rosangela Ferris


Meu Ser real...

Gosto do Verão, com sabor a mar salgado
e das noites de luar
e das flores à beira dos riachos...
Gosto de jardins frescos e verdejantes,
onde brincam as crianças
e passeiam os namorados...
Gosto da brisa da madrugada
que desperta os sentidos...
do sorriso das crianças no circo...
Gosto da água que corre devagar
num leito de um rio
sem pressa em chegar...
Gosto do inverno calmo e sereno,
de ouvir a chuva, batendo numa vidraça,
ao mesmo que ouço a nossa música...
Gosto do velho que passa
com o neto pela mão e se sentam num
banco de jardim para lhe contar uma história...
Gosto de olhar os campos na primavera,
com vários tons...parecendo um quadro,
que alguém pintou e ali o deixou
para nós o admirarmos.
Gosto muito do meu filho e do meu marido!
Sou mulher que ama, fada e também vulcão,
Choro e rio, sou sensível ...
Amo meu filho com alma e coração!
Gosto das pessoas sinceras e amigas...
Gosto de me sentir assim alegre,
viva e enérgica
com vontade de amar e viver...

Bernardina Pinto


A lágrima


Eu queria ser uma lágrima
Para nascer em teus olhos,
Deslizar em teu rosto,
E morrer nos teus lábios...

A minha saudade é tu,
Esse estado é constante em mim
Sinto esta sensação que não dá para conter!
Misturado com o sentimento
De não te poder ter...


Tudo isso se tranforma em solidão
E em profunda tristeza
Alojada em meu coração...
E hoje por ti chorei!

Porque me lembrei de ti e não aguentei!
Lembrei-me do amor que um dia eu te dei
E senti vontade de te abraçar...
E agora?
O que fazer?
Só a lembrança faz doer!
E a saudade ficou,
Daí as lágrimas que ainda choro!


Nazaré Gonçalves
( Naná)


Eu, o Espelho e o Tempo

Comprei um espelho novo;
na verdade, de antiquário!

Nele, algo de mágico.

Seduziram-me as imagens
que exibiam minhas entranhas
reflexas, antropofágicas.
Aquele sorriso distante,
uma lágrima revelada,
um sonho desiludido.
momentos de chama apagada.
De repente,
alguns suspiros;
abraçando e sendo abraçada,
lutando pelo tempo perdido,
aos gritos para ser respeitada;
arriscando e tendo vencido,
mesmo sendo desafiada.
Eu, o espelho e o tempo,
projeções de uma vida encenada.

Rosângela De Souza Goldoni


ESPELHO MEU...NO SOLAR

Espelho de mim
onde a cada dia me vejo
e revejo
gosto assim

Antes menina e moça
boneca rosto de louça
diziam de mim
e fui ficando vaidosa

Depois adolescente
bonita,arrogante ...e nova!
por demais inteligente
pensando demais em mim

Agora mulher madura
já nada disso é assim
Olho-me com brandura
cada ruga uma ternura
cada traço , um afago
uma flor neste jardim

Basto e longo...este cabelo
a face menos corada

Aprendi,o meu espelho
não me diz quase nada
d´entro sou mulher alada
d´entro dou mais apreço

E quando o coração bate
curvo-me
e agradeço há vida
por tudo
quanto dela em mim cabe

Margarida Cimbolini


O MEU ESPELHO TEM RAZÃO!

O meu espelho
Sussurra-me baixinho
Que estou de semblante carregado!
Como não hei de estar
Se aprendi de dentro para fora
Com diálogos mentais frequentes,
Se preservo a minha integridade
Feita de caminhos coerentes,
Se estou desperto para a realidade
Sofrendo em lutas ardentes!?
O meu espelho tem razão!
Tenho mesmo um ar tenso.
Um sobrolho sobressai ao franzir-se.
Os lábios parecem sumir-se.
Os olhos parecem incrédulos.
O rosto denuncia desilusão.
O meu espelho tem razão!
É demais a incoerência
De braço dado com indecência,
A querer tirar o país do caos
E arrogar-se a salvação,
Em atos de pura demência!

Jorge Nuno


OUTONO

Folha desprendida
Da árvore clamando
Já o sono
Da hibernação.
Da ramagem despida,
Folha abandonada
Pelo vento perseguida
Esquecida
Na berma da estrada…

Dos poentes doridos
Em fios de sol esvaídos,
É de meu pai
Esta existência
Que se vai
Qual folha caída
Da floresta da vida…

E já borbulham botões
De saudade
No jardim
Em suas cores de neve
Ou de luz doirada
E tranquila.
Ou de sangue tingida
No crisântemo.
Flor
De gemidos, de soledade
Da separação,
da ausência
Terrena, de aparência
Sem fim…

José Pedro Carvalho Marques


SAUDAÇÃO AO VENTO

Caem as horas
Da torre,
Lágrimas sentidas
Em rosto de criança
Na desesperança
Das alegrias perdidas…
Dan!... Dan!...Dan!...

E tu, vento, passas!
Não demoras!
E como tu te enlaças
Na folhagem
Da árvore ainda
Tão linda
Na roupagem
Que a Primavera te deu
E o Outono de mil cores
Tingiu!...

Um aperto, o meu peito
Sentiu
E os meus pensamentos
Soltos, confusos,
Atrás de ti vão!...
Brincalhão
Tu me saúdas
No desalinhar
Dos meus cabelos,
Alguns já brancos
De quantos
Se aguentam ainda
Na minha cabeça ao léu.

Vento!
Não tens beleza!
Só tristeza
Inda que me fales do céu!

E não paras! Gemes!
Por vezes murmuras
Nostalgias
De alegrias
felizes
Passadas!
Que tens para me contar?
À tua frente, as nuvens
Que arrastas!...

A tarde, de pouco sol
Já finda
E eu sem saber
O que me dizes!

José Pedro Carvalho Marques


FOLHA MORTA

Da árvore se desligando,
E desorientada
Como ave foragida
Ou cão
Sem dono,
Cai
A folha. Mansa
E leve, amarelecida,
Neste saudar de Outono!...
Sem um queixume,
Sem um ai,
O vento amacia
A sua queda e às voltas
Com ela dança
Enfunando-a como vela!...
Por instantes
Ei-la caravela
Em alto mar
Sem procela
Nem ondas revoltas!
Altiva e bela!
Orgulho dos navegantes
Em viagem por sonhos distantes.
Mas ela
Está morta. Não recupera a vida!...
Tombada no chão,
Ali a folha fica só.
Seu corpo é da terra, é pó
Até ao nascer de um novo dia

José Pedro Carvalho Marques


Espelho meu!

Esse espelho
que não me pode negar,
nem inventar
o que sou o que fui!
Nele vejo refletido
o tempo presente
o tempo ido,
aquilo que ainda sou!

Vejo o meu reflexo
sejas tu plano ou convexo
mas eu olho para ti,
tu a mim me vês,
e cada duas por três
me vês rir, sorrir,
mas também chorar,
mas se eu a ti por
vezes confesso,
o que minha alma
de outro jeito,
não sabe entender!
Porque me marcas,
me fincas, todos os traços
da vida que tento esconder!

Eu bem tento
enganar minha alma,
mas o olhar reclama
o meu reflexo,
que no teu universo
eu não sei esconder,
e por vezes se doer,
terei que inventar
algo para sonhar,
e me ver no teu reflexo
o que sou e
que sempre desejei ser!

Maria Morais de Sa


FLOR CAÍDA

Flor
Caída
Na berma do caminho
Abandonada
E ferida,
Passarinho
De asa partida
Longe do ninho!
Pétala colorida
Lágrima de dor!

Peguei
Em ti
E te escondi
E agasalhei
No meu carinho
E de defendi
De seres pisada…

Flor traída
Flor sem vida
A caminho
Do nada!...


VOAR COM ASAS DE INFINITO

Voar!
Mais que andorinha,
Ser águia, condor!
Voar para mundos
Onde a dor
Não tenha ainda chegado.

Voar
pelo azul do céu
Para lá do infinito
E do meu peito
Soltar
Este grito
De inconformismo
Na boca do abismo
A fervilhar em convulsão.
Vulcão
A explodir
Onde o reprimir
De viver
Deixou de ser
A solução!

Voar!
Voar sobre as montanhas
E sentir
O ferir
Do rasgar das asas
Nas arestas dos penhascos
Nus, onde o vento passa
E se esfarrapa
Em cordas de viola
E a sua fúria estiola
Em sons de canções de embalar.

Voar!
Voar para lá das nuvens
Nos siderais
Espaços,
Onde jamais
Chegará o gemer
Dos nossos ais
Aos pedaços
E onde nenhuns passos
Macularão
A pureza do intangível.

Aí, a minha alma
Repouso terá.
Sem prémio de céus
Ou de inferno ameaça.

Sem medo
De degredo
Nem da culpa os labéus.
Num céu onde o impossível
E o tempo não foi inventado.

Liberto da matéria
Empestada na miséria
Deste nosso finito
Viver, decidido,
Resoluto
Diluir-me-ei no Absoluto
Do Universo
Onde o poeta
Escreverá o seu último verso:
Estou no seio de Deus.

José Pedro Carvalho Marques


O espelho

Olho-me no espelho e vejo-me num rosto,
No qual não me reconheço, nem nunca me reconheci!
Esse rosto é-me familiar, pois sempre o vi como o vejo,
Exactamente igual a si próprio e sem mutações aparentes!
Mas, paradoxalmente, essa intimidade é-me estranha,
Porque não me reconheço nesse rosto e ao próprio rosto!
Há algo de invulgar, de inusitado nessa relação
De autoconhecimento que se est
abelece entre mim e o meu ser,
Através de mim e do meu rosto, que supostamente deveria ser reciproca!
Porquanto, nesse olhar exterior, no olhar que vê o rosto
E que se vê, em si, e, para si, vê-se no seu próprio eu, no seu próprio ser!
Esse olhar é um olhar metafísico, que vê a partir de um dentro, o rosto,
Mas que se coloca no seu exterior, para a si e, em si mesmo,
Se poder reconhecer, em si, e no seu próprio rosto;
Para poder apreender-se, a si mesmo, e, em si, e ao seu próprio rosto!
A sensação é estranha, é inusitada!
Nem o rosto se reconhece, para si, e, em si mesmo,
Visto pela seu olhar metafísico, e nem esse olhar metafísico
Se reconhece, a si mesmo, visto por si, e, para si!
O rosto e o olhar metafísico são entidades distintas;
Mas que coabitam num corpo e numa alma e, que, hipoteticamente,
Se deveriam completar, complementar e autocontemplar,
Porque constituem o uno na sua duplicidade;
Constituem-se num mesmo ente, num mesmo ser, num mesmo todo!
Mas não! Não há qualquer complementaridade,
Não há qualquer intimidade nessa dualidade
Constitutiva e intrínseca a um ser na sua individualidade,
Na sua indivisibilidade e na sua ir-repetibilidade!
Há qualquer coisa de sombrio, de soturno,
De taciturno, de inconsistente, de inconstante, nessa conexão,
Que, supostamente, deveria ser harmoniosa e perfeita!
Nessa simbiose que compõem o uno, o indivíduo, o indivisível!
Nessa vivência, entre estas duas entidades, entre estes dois aspectos,
Desde sempre que assim conviveram, se é que assim se pode designar essa relação!
Quando este olhar metafísico ganhou autoconsciência
De que era portador de um eu, de que era algo que pensava,
De que era um ser consciente, de que era um ser cogitante,
E que, portanto, tinha a capacidade de decidir o seu próprio destino;
Tinha a capacidade de optar entre aquilo que queria
E aquilo que não queria fazer na e da sua vida, um mau estar sufocante
Se instalou em alguém que sabe que se pensa, que sabe que é um eu, um ser!
Esse ser pensa-se como algo que é irreal (corpo e alma),
Como algo que lhe foge, que não está ao seu alcance perceber, captar,
Entender-se, a si próprio, no seu existir, no seu ser!
Mas, esse ser vê, ou pensa que vê (o mundo exterior a si)!
Vê a realidade tal como ela é, pensa-a ou pensa que a pensa,
Pois não tem a certeza que assim seja quando a pensa!
Este ser vê os animais na sua diversidade; vê as plantas com as suas diferentes cores,
Vê a terra, a água, o mar, o rio, o céu, os seres humanos, vê...!
Vê tudo tal e qual (como tudo é em si mesmo), ou pelo menos pensa que assim seja!
Mas não se vê a si próprio como desejaria ver-se!
Ah, quem me dera ser igual aos outros! Ser alguém na vida!
Viver sem esta preocupação, sem este estado de consciência
Da consciência de mim, do meu eu, numa consciência que me perturba,
Que me aliena, por não saber quem sou; por saber que sou assim,
Sem ter nenhuma certeza de que assim sou e seja!
Ah, quem me dera poder ser outra vez menino! Sim!
Poder ser outra vez menino, porque quando eu era menino,
Eu não tinha esta consciência, ou pelo menos esta consciência consciente
Estava adormecida, ainda não tinha crescido,
Ainda não se tinha tornado consciente de que era uma consciência
Que alberga um ente, um ser, um eu e era feliz!
Ah, quem me dera a mim voltar a ser ingénuo, ser pueril na minha felicidade!
Não ter esta inquietação, esta insatisfação, em mim! Mas não!
Nunca mais voltarei a ser feliz como era quando eu era menino!
Não! Nunca mais me vou encontrar em mim...não! Nunca mais! Nunca mais!
Nunca me encontrarei, porque para se encontrar alguma coisa,
O que quer que seja, é preciso que essa coisa, isso que seja se tenha perdido!
Mas, eu não sei se alguma vez me perdi, em mim;
Não sei se me poderia ter perdido, pois eu nunca me vi a mim próprio;
Nem mesmo no espelho onde me vejo!
Sim, nem mesmo no espelho, porque eu não sei se esse espelho
Em que me vejo é um espelho real, um espelho verdadeiro ou se é fictício;
Se é fruto da minha imaginação! Não! Nunca saberei responder!
O espelho nada me diz! Sim o espelho nada me diz e nem podia dizer,
Pois mesmo que seja real os espelhos não falam, apenas refletem uma imagem!
E se o espelho for imaginário, então nem sequer posso conjecturar
Essa hipótese do espelho falar! Não! Não posso!
Por isso, não sei responder se o espelho é real ou imaginário!
Nem eu próprio sei se sou real ou apenas fruto da minha imaginação!
Pois o espelho nada me diz! Está calado! Mudo!

Luís Lameiras


ESPELHO MEU...NO SOLAR

Espelho Meu...Não me mintas...
...Quero a Verdade...
...Gosto de saborear as rugas do meu rosto,
São Recordações amargas ou não,
São a Realidade...
...A qual quero Viver no Presente.
Não me enganes Espelho Meu...
...Sei que a mocidade já se foi à muito Tempo.
Quero Viver em Pleno esta fase de um Novo Ser.
Serei sempre a Criança que ama saltar e pular,
De sorriso nos lábios.
A Testa de destreza e simplicidade,
Olhos Castanhos, que enxergam o Mundo
D'uma forma bastante diferente.
Sempre atenta ao que circunda em redor...
...Pronta a estender a mão.
Não encontro Cabelos brancos, mas sei que os anos passaram.
Ai como passaram...
...Primaveras frescas e gostosas, que sempre amei...
E continuo a Amar...
...Um Todo.
Invernos rigoros, alguns mui sisudos, que nem quero recordar.
Anos sábios...
...Sempre tentei voar...Viver fora d'orbita...
...E ainda o faço...é o meu gosto.
Vivo...Recordo...Amo...Sonho...
...Sou aquela que não deixa o Mundo ruir...
...Quando tudo está às avessas...
...Surge uma Estrela no Caminho
Que brilha como ninguém...
...Luz permanente...emerge o fluir...
...E sigo...a pular e saltar...
...De Sorriso nos lábios....
...Embora a Idade já não o permita.
Tenho um grande Coração para Amar
E uma Alma viscosa a perservar.
Espelho Meu...Não me mintas...
...Gosto de sentir o que Sou.
Poder Voar...Encontrar os meus Desejos...
...Sou assim mesmo...uma caixinha supresa...
...Nada que me digas fará mudar a minha personalidade.
Sou altiva, corajosa, orgulhosa, possessiva,
Extrovertida, comunicativa...
...Trabalhadora, honesta, abomino a injustiça.
Muito teimosa...Dizem que sou simpática...Educada Sou...
... E áspera e também carinhosa.
Enfim...tenho uma infinidade de defeitos e qualidades...
...Sou nem mais nem menos, um Ser Humano
Em constante busca de Felicidades.
Espelho Meu...pouco me importa o que digas...Sabes...
Sempre fui Senhora do meu nariz...Nada me remove...
Nem mesmo o pesar da Idade.
Todas as Idades são Lindas...Eu sou Linda...
...Não venhas Tu dizer-me o contrário, pois eu sei bem que o Sou.
Posso não ter mais a pele virgem dos dezasseis anos...
...Mas ainda sinto como se os tivesse Hoje, sempre airosa.
Nada mais me importa...E sabes que mais...
Não vou perder mais Tempo
Ao teu lado...
Remoendo o que foi e já não é....Vou Viver...
...Cada segundo desta nova fase de Vida...
...Pois, o Tempo escasseia. Enquanto o meu Coração
Bater com fulgor e vivacidade...
....Vou sugando ao máximo a beleza da Natureza,
Essa sim tem um valor incalculável.
Coração Meu...não me deixes ficar mal...
...E enquanto eu Viver serei sempre a mesma, nada mudou,
Continuo igual.
A minha força e perseverança,
Não deixam margem ao Caminho das amarguras.
E de sorriso nos lábios
Continuarei pela Estrada das Descobertas,
Sempre em busca de Novos Horizontes,
P'las Ruas das venturas,
Avenidas Novas, de mui agruras,
Mas também da bem-aventurança...
...Não me agrada nada a monotonia...
...Tenho Fé e Esperança...
...Fui, Sou e Serei sempre assim, até que chegue o Dia Final.
Deixa de ser sombra Espelho Meu.
É urgente, inadiável...
...Vou Viver o Momento,
Como se o ontem não existisse, nulo em mim,
Vivo o que o Dia tem para me ofertar,
Enquanto o amanhã não chega. Não me peças
para ficar ao teu lado...
...Percebes-te...Espelho Meu...
...Deixa-me Ser.

RÓ MAR


Espelho meu
(no solar...)

Meu
espelho
meu
côncavo
convexo
verso
reverso
dualidade
de um ser
meu ser
EU ser.
por fora
um corpo
desfocado
alienado
imagem
real
de um
outro
imaginário.
Mascarado
reflexo
esquerdo
do lado
direito,
m´alma
presa
transpõem
em desejo
o sentido
verdadeiro
através
de um
olhar
meu
olhar
meu
ser
refletido
meu
verdadeiro
EU.

Rosiane Ceolin


ESPELHO MEU...

O meu espelho não tem par
No mundo, isto não o faz ímpar
Mas apenas diferente, mais divertido
Enquanto nos outros me vejo invertido,

No meu, feito de palavras escritas a pensar,
São a mais pura imagem de mim que há !
Não me assusto com as críticas sem sentido,
Ou palavras que me ferem o ouvido,

Sou eu sempre que estou a meditar
Sobre o meu existir sofrido,
O meu eterno viver a amar,

Tudo sem pensar se faz sentido
Escrever o meu constante caminhar,
Na existência que sempre tenho vivido !

Francisco Mellão Laraya


BESTA

"De um sonho eu vivo
E viver quero do amor que me dão...
O que é que eu sou
numa vida que vivo em vão?
Qual o trajecto a seguir?
Se sou um bicho perdido
Uma besta á solta
Ou um bolo que querem dividir?
Apenas somente de tudo um pouco
Tanto quanto vocês...
Talvez seja um pequeno ser
Que só procura a sua vez...
Vendo no dia-a-dia
a diferença que existe no que sou
vendo um reflexo do que outros são...
Mas a todos Deus ama e amou
Amar a tanto...
Odiar a tantos...
Porque será?
Serei diferente?... Sou humano!
Quem me compreenderá?

E com esta loucura
Eu estou a viver...
Sem sequer saber ao certo
Porque estou a sofrer...
Tudo o que me envolve
Aparenta ser tão vago,
tão banal e tão triste
Como o pensar que me absorve...
Será desta fria brisa
Ou da imensidão do mar...
Ou serei eu... que desisti de tentar?
Mas sofrendo, vou aprendendo
Que há memórias que não podem voltar...
Como o sorriso de uma manhã
ou o encerrar de uma triste noite...
Porque nada, mas nada
Voltará a ser igual..."

Bruno Madureira


Hoje eu me sinto diferente
Corpo, alma e mente

Cansada de lutar contra os meus sentimentos
Parei para juntar meus pedaços
Voltei várias vezes pelo mesmo caminho
Onde deixei parte desse quebra cabeça
Fiquei atenta para ouvir o que minha alma falava
Que eu, por ignorância,não queria escutar
Não são pedaços de uma alma estraçalhada
São pedaços que me compõem
Que me trouxeram até aqui
Que fizeram de mim uma grande mulher
Não pelo que tenho, mas pelo que sou
Pretensão? Não, constatação
Sei que todos os dias posso ir buscar o melhor de mim
Mudar de estrada
Subir escadas
Enfim
Ir mais longe, ao topo
Bem pertinho do céu

JOANA TIEMANN



Hoje

o vento levantou-se forte
uma nuvem de pó
cegou-me o olhar
acordei-me

toquei o tempo
passei pelas margens
e não tive tempo
de pensar no tempo

o vento levou-me o tempo
agora quero tempo
para ser
e já não tenho tempo

passou ligeiro
pelas artérias do meu corpo
deixou estradas profundas
de sofrimento

em silênciosos pensamentos
fui remendando o tempo
com agulhas e lágrimas
de arrependimento

hoje tenho tempo
mas o vento corre veloz
foram-se os atilhos
já não consigo atar os nós

Carlos Fernando Bondoso Bondoso


ESPELHO MEU… No Solar

Olho para ti
E me revejo
O que eu senti
É o que tu me dizes
Que dias felizes
Mas espelho meu
Olho bem no teu interior
E lá vejo o meu amor
Que já me deu dor
Mas agora
Parti
Fui embora
Porque em ti senti
Os tempos de outrora
Que bons momentos
Que contigo passei
Só eu o sei
Que tempos
Em que os sentimentos
Vinham logo ao de cima
E hoje mesmo
Em que levo tudo a esmo
Me lembro de ti
Mirando-te
Amando-te
És o mais fiel
Aquele em quem mais confio
Minha vida que foi cruel
Nas miragens de um rio
Chorei
Brinquei
O alaguei
Como só eu sei
Chorou por mim
Enfim
Foi até ao mar
Desaguou
E por te amar
Por ali ficou
A aguardar
Esse teu amar
Antes de se finar
Num amor eterno
Mas também sereno
Na morte
Na vida
Que sorte
Por mim sentida
No espelho reflectida
A vida!

Armindo Loureiro


SOU REFLEXO

Se sou amada
Mais eu amo
Mais me entrego ao amor!

Se me esqueceres
Tenho que te esquecer também
O amor é como o espelho
Tem que ter reflexo!

À bem pouco tempo
Comtemplava a tua imagem
Como num reflexo de espelho
Hoje o reflexo é só meu , e nele já nada vejo!

Só nele vejo como estou mudada, acabada
Só os meus olhos continuam iguais.
Quando nele me olho os meus pensamentos voam
E onde estarão? Penso bem…

Em qualquer sitio perdidos, escondidos
Vejo nele tantos tormentos também.
E apenas estou olhando o espelho
Enquanto penso na gravidade da minha insanidade!

Eu percebo que os meus olho não mudam
Continuam iguais, mesmo sendo olhos sofridos!

Olho o espelho e vejo refletidos os meus erros
Vejo como os manipulaste, como me usaste
E nada mais faz sentido
Já nada me convence, nada mais quero contigo!

Ao olhar-me nele…
Já nem penso, nem me convenço
Que sou a rainha do espelho
E sinto medo, por dentro, estou morrendo!

Nazaré Gonçalves
(Naná)


“Eu…Mulher”

Mulher…
Ou, Simplesmente Mulher?
Forte, guerreira,
Doce, amante,
Vida padecida,
Semente do Planeta,
Concebi outras vidas
Com Amor.

Padecimento da dor,
Desafios da vida,
Oculto desejo,
Pressentidas em emoções,
Verdadeira, culpo-me,
Sabedoria de perder.

Ressurgir
Humilde, honesta.
Lacrimei desenganos,
Gigantesco espírito,
Ternura, doçura,
Esteio de família
Base, pai e mãe,
Esplendor na idade,
Durmo na solidão.

Posso ser anjo benfazejo,
Diabo em outras,
Transcendente cenário,
Orquestra celestial,
Imortalizada dança,
Firmeza no futuro,
Amor incondicional,
Luz, aceitação e perdão.

Viver momentos,
Penumbra esvanece,
Predestinação amarga,
Incompreendida,
Vontade de amar e ser amada.

Sou sonho de alguém
Que veio ao mundo
E nunca me encontrou,
Conflito de sentimento,
Mereço ser Feliz…

Céu Pina


IMPOTÊNCIA

Me vejo impávido, parco, por momentos reajo,
os meus conhecimentos a esmo,
sem destino, onde aplicá-los,
o mercado tão restrito.

As portas fechadas para a idade, e o tempo
sempre o tempo, passando
indo embora, a idade,
só me resta os meus conhecimentos ...

Eduardo Garcia


ESPELHO MEU...NO SOLAR

Os poetas
São almas
Sem nomes 
Cascos desfraldados
Repuxão desmanchado
Cegos delírios
Fantasma desapegados
Espaço terra céu
Sem dono
E o outro
Que habita
Em nós
O poeta

Por Carlos Margarido


Sou assim mesmo
Mulher explosiva tempestade de mar
Aguas correntes de rio sem fim
Lago fechado dentro de mim...

Da chuva que cai sou lágrimas 
Se for noite sou o clarão da lua
Sou o brilho do sorriso que brota da tua boca
Sou mulher de alma toda nua...

Se for dia sou o sol sou teu calor
Sou até esse bronze do teu corpo
Sou o mistério que vem do oceano
Sou mulher nunca o engano...

Se quiseres saber de onde venho
Talvez da magia do mar
Ou das ondas que deslizam lentamente
Morrendo na areia sem pressa de voltar...

De Irá Rodrigues


DESERDADO

Fruto do acaso, dum nefando espasmo,
dos raros prazeres de quem nada tem,
tu vieste ao mundo, obra do desdém,
triste, fruto triste, dum maldito orgasmo.

De boca faminta, caminham teus passos,
calcando os espinhos que a vida detém.
Chafurdas na lama, sem olhares ninguém,
contam-me amarguras os teus olhos baços.

Vegetas, irmão, como qualquer bicho,
envolto em miséria procuras no lixo
teu magro sustento, horrores pr’a comer.

Sob os trapos sujos, teu corpo é nojento,
nos cartões da cama e teu aposento,
Nem sabes que assim te obrigam a viver…

Manuel Manços


CONHECE-TE A TI MESMO

O que de fato sei de mim?
Parodiando o famoso filósofo,
‘Só sei que nada sei!’
Sou como um buraco negro,
Um outono misterioso,
Que dura invernos,
Primaveras...
Que dura verões inteiros!
Deitada, na areia dos séculos,
Ouço a Esfinge:
‘Decifra-me, ou te devoro!’
E me pergunto,
O que de fato sei de mim?
Não sei,
Ainda estou descobrindo...

Patrícia Zago


Sou Eu, simplesmente!

Sou uma pessoa simples, gosto de ajudar
sou alegre por natureza e adoro animar.
Escrevo poemas com vontade de voar
andar por toda a parte e admirar o luar.

Gosto de coisas simples e de rir
falar e escutar com o meu coração.
Preciso do sol e de amor para sorrir
ter amigos para viver cada emoção.

Gosto de animais e crianças a valer
e de viver com trabalho e muito amor,
sentir- me útil e cada dia agradecer
pelo milagre da vida e seu esplendor.

Adoro ser mimada pela família e falar
com todos com carinho e respeitar
cada pessoa com seu jeito e pensar
e preciso de Deus para poder caminhar!

Bernardina Pinto


ESPELHO MEU...

Amar é : A procura da imagem
De si mesmo no outro, não é miragem,
É pura psicologia, pois sobre isto não mentia
Freud, nem aos outros iludia !

Quando se ama, então, veja que bobagem,
Ama-se a si amando, e não é molecagem,
Por isso páginas de mais pura poesia
São escritas, num relacionamento que ia

Desabrochando, ou morrendo, sem vantagem:
Quando perdemos a si mesmo quer dizer: foi alguém
Que perdemos, nosso espelho foi-se de bagagem !

Neste passado, lembro que sofria
De um presente que muito sentia
Um amor que por mim vivia !

Francisco Mellão Laraya


"ESPELHO MEU"

Crying triste em verso bilingue,
sozinho numa estrada para nowhere.

Devil que em mim
se desfolha book de momentos sinners.

Made in utopia.

Yes em branco debaixo da face do time.

Love in tudo,
no mar que dança nos meus eyes,
nos skys que voam em rasto madness na minha hand.

Acendo moons cheias nas minhas words,
deixo que o Sun as devolva ao smile do pensamento.

Parte de mim parte para places incertos,
lugares de wind enfurecido.

Canto songs de eclipse,
rios cuja water ruge em dark desmedido.

Vidas que unknown, que persigo empty.

Dreams onde acordo wall
dilatada em beds de rosas reds.

Doing a mim self gardens de murchezas
cuja soul é one recanto de birds sem asas.

Uma wave de angels sem light numa stone nua.

Vou shadow pelo body de musas without morada,
gruge em inspirações de riso closed.

I see em mim tears de incerteza, tunders
que me molham com rivers de mundos despovoados.

Universos de voice abstractamente infinita,
eternidades que ninguém belive.

My passo go em sorrow, em happiness dissentida.

O poema cega em fire,
foge-me da boca para evers desencontrados.

Henrique Fernandes


ESPELHO MEU ...

Se tiver que acordar, antes do galo cantar, para que haja justiça:
Problema meu !
Se tiver que com a mesma tranquilidade vestir roupa de gala como comum:
Problema meu !
Se através disto conseguir que meus representados me entendam, e as autoridades também:
Problema meu !
Se tiver que mudar meu linguajar, minha maneira de escrever para ser entendido:
Problema meu !
Se tiver que enfrentar gigantes, em um quarto de hotel, com uma máquina de escrever portátil:
Problema meu !
Se tiver que sentir o desprezo dos outros por defender o que acho correto:
Problema meu !
Se tiver que me alimentar, onde todos tem nojo, para trabalhar :
Problema meu !
Se tiver, que algum dia, deixar de comer para atender um cliente :
Problema meu!
Se tiver que deitar no solo, trancado, para que meu cliente tenha defesa:
Problema meu !
Se tiver que falar com as paredes para criar uma argumentação :
Problema meu !
Se tiver que ser preso, por defender idéias, ideais ou um cliente:
Problema meu !
Se tiver que ser palhaço e invocar a lei de proteção dos animais por gente:
Problema meu !
Se tiver que andar por ruas fétidas procurando gente que sofre :
Problema meu !
Se com isso for uma forma de conseguir justiça :
Problema meu !
Se tiver que defender um ser humano que lutava por um prato de comida :
Problema meu !
Se tiver que escrever livros para que gente seja entendida :
Problema meu !
Se tiver que fazer um verso para chamar atenção e fazer justiça :
Problema meu !
Se tiver que dar aulas para que mais pessoas conheçam seus direitos:
Problema meu !
Se tiver que passar pelo ridículo de ter sido, sem nunca o ser:
Problema meu !
Se com isso um pouco de luz e justiça brote no ser humano :
Problema meu !
Se através da comicidade conseguir um entendimento da realidade :
Problema meu !
Se tiver que ter como arma, apenas o meu verbo, tanto escrito como falado:
Problema meu !
Pois "bem aventurados os que tem fome e sede de justiça, por que serão saciados".

Francisco Mellão Laraya



INCERTEZAS

Dilacera-me a preocupação, 
a angústia, a insegurança,
me dá forças a fé,
alento, esperança.

Tiro de mim manancial inesgotável,
o suficiente potencial,
energia potável, o soro da vida,
oxigênio para o porvir.

Eduardo Garcia

ESPELHO MEU

Quero acreditar no que vejo
No que os meus olhos alcançam...
Não quero olhar para trás
Quero antever no espelho
O reflectido do mar...
E das pétalas caídas
Só quero sentir a fragrância
Da eterna lembrança...
Não vou mais chorar
Mas sim, sorrir
Porque encontrei
O reflexo de mim...!

Fernanda Martins


SOU

Aquela ave sonhadora,
Que voa, voa por voar.
Asas livres, sem pensar
Em pousos desertos.
Meus sonhos são um
Pouco turbulentos...
Mas, é assim que eu
Sei sonhar.
Medito nas horas que
Sinto uma certa inquietação
Em mim, quando não me dão
Atenção, sinto um pouco de carência,
Mas, dou um jeitinho poético
Para preencher-me do que, ás vezes,
Sinto falta em mim, tipo companhia,
Para trocarmos ternura.
Sou resistente a pedir que não me
Faltem, recorro à Natureza, porque
Identifico-me com tudo de maravilhoso
Que ela tem para nos dar, sem pedir nada
De volta, a não ser a nossa consciência
Ecológica, é o mínimo que podemos dar-lhe.
Sou mais, muito mais do que sou, de ternura e
Zelo, quando amo!

Vanuza Couto Alves


ESPELHO OU ESPELHOS

Quando me olho ao espelho
Vejo-me, não por fora,
Mas por dentro...

Espectro de uma vida
Inteira até então...
Reflexos esmaecidos do que fui.

Imagens sobrepostas,
Sombreadas pela distância
De cada imagem...

Rostos longínquos
Surgem – agora vivos.
Claro-escuro da vida vejo!

Por breves instantes
Confundo-me nos reflexos:
Sonho ou vivo?

...Surgem figuras minhas.
Do que sou, do que fui,
Ou do que nunca fui!

Fernando Figueirinhas


HOJE SOU EU

Hoje sou eu de dentro para fora,
Hoje falo de mim, da minha vida,
Desta minha existência até agora,
Umas vezes agreste, outras florida...

Desde que nasci que tive sonhos,
Mas nem todos eu concretizei;
Fui feliz, tive acordares risonhos !
Outros não sei quando acordarei...

Quando olho para trás, tenho saudade,
De ser menino, saltar e brincar,
Com os amigos da minha idade.

Sou hoje avô e tenho para contar,
Histórias que se passaram de verdade
E que os netos nem vão acreditar !...

José Manuel Cabrita Neves


QUEM SOU EU?

Sou um ser desconhecido
Perdida em qualquer estrada
Nem esse olhar é o meu
Acho que sou alguém
Que no tempo se perdeu!

Sou face de alguém em desespero
E quando me olho no espelho
Penso… aquela ali não sou eu
Desconhecendo-me entro em desespero!

De mim me esqueci
Não reconheço mais aquele rosto
Marcado pelo desgosto
Tornei-me um ser omisso…
Não oiço mais minha voz!

Sinto saudade daquele rosto
Alegre e encantador, transbordando de amor
Que sempre sorria mesmo não tendo motivo
Porque não tinha lugar pra dor!

Mas chega de choro e saudade
Tenho que viver na realidade
Porque sinto que sem ela não irei ter paz
É só melancolia, que não se vai, não sai de mim
Não sai!

Nazaré Gonçalves
(Naná)


SOU EU MESMA

Tenho em mim
Um espírito poeta
Sou Romântica
E sonhadora
Desde que me conheço
Como ser que eu sou
Amo escrever
Aqui vos ofereço
Estas palavras
Saídas do meu humilde
E sincero coração
Sou luz do sol
Que me alimenta
Sou calma
Sincera
Respeito
Mas gosto de ser respeita
Vivo a vida como eu gosto
Um dia de cada vez
Vivo em harmonia
E em alegria
Sou natural
Não finjo
Meu espírito
É livre
Adoro
Pedras
E flores
Salpicadas
De mil cores
Sou essência natural
Amiga dos meus
Amigos/as
Sou como água
Cristalina
Abraço a terra
Abraço o sol
Abraço o mundo
E tudo o que
Me rodeia
Minha vida
É serena
Calma
Escolhi viver assim
Meus sentimentos
São puros
Minha mente
Está aberta
Sinto-me

Liberta
Assim
Sou eu mesma.

Mila Lopes


Espelho Meu
Ao meu passado
Fui vasculhar
Uma amor esquecido
Fui acordar

Doce lembrança
Que recordei
Fechei os olhos
Então sonhei

Voltei ao tempo
Em que o amei
Então revivi
E tudo achei

Suas caricias
Eu recordei
Doces suas mãos
Eu relembrei

Foi bom ir vasculhar
Também lembrar
Doces momentos
De encantamento

Recordar é viver
Então vivi
Fui feliz
No que senti

Amelia Amado


Amo.

Tenho nas mãos
o sol de todas as coisas belas.

Desejo.
Tenho nos olhos
a porta semi-aberta do infinito.
No grito a chave.

Adoro.
Oceanos são o que sou na órbita da lua.
Pua de tinta na maré esverdeada que molha
os pés à poesia.

O verso é um tecto a florir de amor.
O verbo arcadas soletradas no corpo.

Quero.
Ingrata lei do destino que me faz tão pequenino
nos arranha-céus dos sentimentos.

Dou-me. Contradigo a cobiça
escondida na varanda do olho sábio.

No rés-do-chão das palavras
nunca ditas nem escritas no olhar.

Poeta.
Encalhado em recifes loucos.
Hipérboles de sabores poucos… Roucos.

"Rés-do-Chão-das-Palavras"

Henrique Fernandes


SOU

Sou no mundo a emoção,
Sou corpo e alma,
Sou gelo e calor,
Sou chispa e calma,
Sou ousadia e pudor,
Sou afecto e sou paixão!...

Sou plenitude transbordante,
Sou força e vigor,
Sou lume escaldante,
Sou esperança e amor,
Sou transparência,
Exuberante abertura,
Clarividência,
Razão e loucura! …

Mas, se abro as portas à essência do meu ser;
Fecho-as mais pobre:
Se esvai maculada a privacidade,
Que ocupa meu espaço mais nobre.
Minha força começa a esvanecer…
E me cerro na ténue fragilidade! …

Nesta complexidade me refugio
E, paradoxalmente, me liberto:
Danço e canto, corro e salto, choro e rio!...
Mas … em vão…
Na intimidade me aperto
E me afago na solidão!...

Zélia Chamusca


ESPELHO MEU...No Solar

Saberei quem sou
Quando assumi que errei
Ser humilde pedir perdão
Ter a sensibilidade e dizer:
Eu preciso de você...

Quando tudo acontecer
Farei da vida um jardim
Nas flores as alegrias
E você perto de mim...

Quando tudo acontecer
Saberei fazer versos
Usarei minhas lagrimas
Para pintar meus poemas...

Assim
Saberei quem sou
Farei da vida um espetáculo
Onde serei o personagem
Ai saberei quem sou
Uma mulher ou uma miragem...

De IRÁ RODRIGUES


O meu espelho mentiu….

Quando me olho, de olhos bem fechados…
vejo um sorriso em meus lábios.
Vejo-me de alma contente, com força para seguir em frente!
Vejo o meu coração a brilhar, sempre pronta para ajudar,
Talvez isso seja uma vantagem,
que me distingue do mundo em redor…
Eu gosto! Espalhar amor… sorrisos beijos e abraços…
gosto de fazer laços…
Daqueles com o nó invisível,
que ninguém consegue quebrar…
Quando me olho, de olhos abertos…
apetece-me chorar…
O equilibrar dos sentimentos… entre o bem e o mal…
Coisas da vida em geral!
Percebo que o meu reflexo me traz insegurança…
vivo da lembrança, da saudade de ser criança!
Do carinho que me faltou… aquele que hoje eu dou!
Sem esperar receber de volta!
Alimento-me do sonho de um dia fazer melhor…
acredito que de olhos fechados o meu espelho não minta,
e o meu reflexo seja perfeito… como o bater do meu peito…
E sem jeito desvio o olhar do espelho,
pois o reflexo perfeito de mim… eu vejo sem me olhar…
Apenas no meu viver… Sou eu… Gosto de o Ser!

Celeste Seabra


CONFISSÕES ... do meu EU

Aqui estou eu
impulsiva
tempestiva
emotiva
intuitiva
objectiva
intempestiva

Sou do tipo
vulnerável
irritável
complexa
insatisfeita
mordaz

Sou
doce
carinhosa
calma
amável
perdoo logo

Posso parecer
louca
desvairada
exagerada
frágil
esquisita

Também sou
forte
madura
humana
sagaz

Fascinam-me as mutações
a dualidade
as contradições
entrego-me às paixões
amo por inteiro
toda eu sou coração
muito mais que razão

Gosto do imperfeito
do inacabado
do exagerado
do ardente
da verdade

gosta?
ai que bom !
não gosta?
azar o seu
pois esta aqui
SOU EU !

Fátima Guimarães


ESPELHO MEU.....

Porque em cada lágrima escorrida, derramava o peito, sufocado em aperto,
a dor invasiva. Não era mais esse tempo, já tempo de cicatrização e
esquecimento. Não era mais essa dor a inquilina, viajadora, bem ao longe
já dev
eria estar.
Não cabia mais o descuido das velhas fotos, velhas músicas, arremetedoras
do presente no passado. Dos instantes de ilusão, como se reais fossem
as lembranças.
Mas tão logo o presente cutucasse, fosse o pranto tão mais dilacerante.
Inaceitável era o sabor destas lágrimas, lâminas apontadas, feridas
escancaradas, saudade incontrolável.
Mas o amargo maior de cada uma delas é a fragilidade dominante quando
o acaso traz de volta estas lembranças...
E o que estava morto e velado, se ergue vivo, tão mais vivo que a força
desta moça, mais uma vez abatida pelas “sombras” do passado.....


m.raposo*


DE PROFUNDA POESIA...

Devaneando pela vida...
Tento avistar...
Um arco-íris !
No âmago do meu ser...
Uma tristeza desmedida !
Na balança que me pesa !
Peso as dores...
E os desamores...
E nas mudanças,das estações...
Sigo as batidas...
Dos meus,mil corações...
Seguindo a música...
Deste palpitar !
Possuindo...
Milhões de estados !
A alma cria...
E renasce...
Em cada sugir do sol...
Nascem luzes...
Que me conduzem...
Nas profundezas...
Do meu existir...
Na emoção da existência...
Sou a luz do teu dia !
A lágrima da tua face !
O sorriso da tua alegria !
Espelho meu !
Espelhos do meu eu...
São versos...
De profunda poesia...

JULIANI ROSENDO


A vida que eu viveria...

Dentro da escuridão - passos- o que não é sabido em ruínas
Alucina abriga lúcida o cálido repouso passageiro os despojos
Das entranhas dos flácidos anseios a vida hoje estranha corrompe
As manhãs e eu somente antevejo o que jamais inimaginável será
Venha depressa caminhe pelos muros ignore os pesados portões
E quando estiver seja choro seja bela seja a alegria seja a vela
Traga pelas mãos os isolados sobreviventes ao lodo- persistente
Tolo e inconveniente o pesar companhia apesar de contente
Resistente a rosa conserva a pétala a essência o orvalho
A vida um instante entre qualquer intrépido sonho e o despertar
Revela-se inveja-se sua fúria delirante sua doçura instigante
Quando violões solitários divinizam canções nunca ouvidas
E tantas outras jazem sentidas perdidas num mar de breu
Eu que não quero ser nada sou inteira sou um compasso só meu
Ser a minha obra a minha rotina devaneios escolhas infindas
Estranhas as razões tão distantes das entranhas a vertigem
Dissipando deturpando decidindo desistindo devolvendo
Tudo a mim e outra vez e sempre eu e minhas tristezas
E qualquer sombra de alegria decifro adivinho minha não agonia
E é cedo - ainda - trago num resto de vida toda a vida que eu viveria.

Renata Affonso


Espelho meu

Escutando a noite
No silêncio que me acolhe
Olho para dentro de mim
Vou pensar há vontade
Sem nada que me atrapalhe

Chega o crepúsculo
Reflicto sobre o meu dia
Penso um pouco em mim
Gosto de ser assim

Escuto o som da noite
Que tanto mudou
Os ralos já se calaram
O outono chegou
A temperatura mudou

Os grilos já não se ouvem
O som da noite mudou
Já não há sinfonia
Que na noite se ouvia

Gostaria ao acordar
Depois da noite passar
Não tivesse este pesadelo
Que me faz entristecer
Tanto queria esquecer

Amelia Amado


ODITELFER UE O

Espelho da alma
Encontre um meio
Revele a beleza
Da flora e fauna

Vê se reflete
Toda a luz de meu ser
Explode em versos
E em poesias reluz

Espelho da alma
Diga ao eu refletido
Que o barulho daqui
É o oposto da calma

Dizer-te é preciso
Antes de me afogar
Liberte meu eu
Desta presa Narciso

Diga me espelho meu
Espelho, espelho meu.
Há alguém mais belo que tu
Senão meu próprio eu

Diga espelho meu
Diga ao eu refletido.

Valter Arauto


Terras de luz

viajei com constância
por terras de luz
tentando alcançar
novas esperanças

a força que me transportou
fez-me levitar
sem magoar
a razão de pensar

vi olhos brilhantes
que me falaram
e me calaram pensamentos
em noites de amor intenso

foram sentimentos emoções
por tanto amor vivido
em lençóis brancos
cor de alma pura

num leito muito remexido
andorinhas nos beirais
ouviam os nossos gritos
eram ecos do nosso remexer

partiram para bem longe
levando a mensagem
de uma noite de luz intensa
para os confins da eternidade

Carlos Fernando Bondoso Bondoso


E tudo se vai!

Quem sou?
Não sou ninguém!
Mas aqui estou…
Para ser teu bem.
Lembrar-me do que fui,
Lembrar-me do que fiz;
Neste mundo tudo se dilui,
E eu não fico feliz…
Mas agora o que dizer!
De tudo o que senti;
Gostei de ao meu lado de ter,
Sou feliz por te ter aqui.
Talvez não acredites!
Mas eu, isso não me importa;
Se um dia meus olhos fites,
Tua alma não fica torta.
Eu sei que fui mundano…
Mas nunca perdi o respeito!
Para ti fui o mais bacano,
Um homem a preceito.
Os amigos que o digam!
Pelo menos os que nos conhecem;
E que nossos mundos sempre sigam,
Não em dias que se parecem.
Sempre gostei de ser assim!
Por ter em mim grande vaidade…
E agora não me digas a mim;
Que de mim não tens saudade?

Armindo Loureiro


"Outono da Vida"

Que será...
...Este crepúsculo
Que há em mim,
Que me invade a Alma.
Quanta ansiedade...
...Será...
Um Vento passageiro,
Ou, o romper
D'um Novo Tempo.
Sinto os galhos
A amadurecer,
Perco-me na contagem
Das Folhas...
...Que já voam.
Será que voam..!?
Voam...
...No meu Pensamento,
Grande Momento
Que o Sol aqueceu,
No corpo já gasto.
Já não é mais o Tempo...
...Não lamentes o que já não tens...
Vive os grisalhos
Momentos que tens...
...Recolhe este grão
Que a Natureza dá,
E faz dele Poesia...
...Poesia que floresce...sana
A Fonte do Pensamento.
Colhe a Natureza...
...No despir das Árvores...
...Planta ligeiro
O nódulo
Do Novo algodão.
Procura encontrar
A beleza
No Outono
Que há em Ti.
Será um Tempo...!?
Será uma Estação...!?
Será um novo Dia
A começar..!?
Ou, a Tua, Nossa renovação!?
É a despedida do Passado,
A chegada do Presente...
...Guarda as Saudades...
...E sente...
...Vive....No Futuro serás
Mestre da sinfonia,
Desliza nos sons da magia,
Pinta os tons ocres...sentirás
O calor que aspiras.
Renova as Folhas
Que há em Ti,
E uma nova página surgirá...
...De Novo um Caminho.
Pode ser o Outono da Vida,
Ou, o Livro da Tua existência,
Será a descoberta do Novo
Mundo.
Nesta metamorfose constroi
A razão da Tua existência,
Nada se perde, nada se ganha
Tudo muda, se transforma.
A Cegonha
Traz no bico uma Nova Vida,
Acaricia-a em teus braços.
É um Vento Novo
Não é um susto...
...Tem calma...
...São raízes da Nova Estação,
O Magusto
Te reconfortará.
Cuida-as...com subtileza,
Vive em Harmonia
Com a Natureza,
E serás o Futuro desejado.
Não tenhas medo do frio...
....O Vento é passageiro...
...Os laços
Do Coração
Aquecerão o que mais virá,
E serás amado.
Faça Sol...Faça Chuva...
...A Luz que há em Ti
Nunca te deixará às escuras.
Vive nos ramos
Da coragem
E Esperança...
...Verás que não haverá Vento
Que Te mova.
Aproveita a magia
Para decompor o Teu Ser
Em metáforas de Vida...
...E trinca a Uva...
...Semeia as novas letras, as maduras,
Que te trarão a riqueza
Em singelas taças.
A Água que te circunda
Te envolverá
Na magia
do Tempo...
...Rio de corrente moderada,
Temperada
De Sal e mil sabores,
Viverás para Amar.
Será o breve Momento,
Que no Futuro Recordarás
Com Saudade,
Pois, um Novo Dia
Há para Viver.
E será sempre
Um permanente renovar,
Nada dura para sempre.
Vive o Momento...
...A Época dos Amores...
...Cerca-te do Humano,
Jamais sentirás frio.
E, vai em Frente...
E, nestas palavras te digo...
...É Outono
Em mim...
...E, o recebo...
...Como uma Benção
De Deus.
Assim se renova
A minha existência,
Na mágica aragem
Dos Céus.
Grato sou por existir...
...Faça Sol...Faça Chuva...
...Serei...até um Dia
Gente.

RÓ MAR


ESPELHO MEU...NO SOLAR

Tempo de cor
Imitações inúteis
Braços caídos
Laços dispersos
Sou, poeta despido
Veste-me no olhar
De mil dedos e devaneios
Posso beber o sol em cada amanhecer 
Adormecer no cantar das estrelas
Evadir os segredos
O tempo fez-me e desfez-me
Não me rendo ou desisto
Grito curto, personagem
Lê o fora de mim
Desculpa a loucura
Repuxões marés e furacões
Palhaços trapalhões
Enchi a página para ti
Corpo, janelas abertas
Ar vagado longe de mim
E neste momento estou feliz e vivo
Amo a poesia

Por Carlos Margarido


ESPELHO MEU...

Uso o papel como espelho,
Meu escrever é o rito do eterno desabafo,
Conto e choro a ele,
As minhas coisas mais íntimas,
E ele, a cada espaço em branco
Clama por mais palavras;
Isto porque :
Meu papel não chora,
Não me repreende,
Não me surpreende,
Apenas compreende !
Vou, aos poucos, preenchendo,
A cada espaço, o que falta,
Ora fácil,
Às vezes aos trambolhões,
Como o meu pensar,
O meu sentir...

Francisco Mellão Laraya


ESPELHO MEU...NO SOLAR

“O mundo ao seu redor é um reflexo, um espelho que mostra quem você é.

O que você acha de bom nos outros está bom também em você, os defeitos que você encontra nos outros são os seus defeitos também.

Afinal, para reconhecer algo, você tem que conhecê-lo. As potencialidades que você vê nos outros, são possíveis também para você.

A beleza que você vê n
os outros lhe mostra você mesmo.

Veja o melhor nos outros, e você será uma pessoa melhor.

Doe aos outros e estará doando a si mesmo, aprecie a beleza e você será belo.

Admire a criatividade e você será criativo, ame e você será amado, procure compreender e será compreendido, ouça e sua voz será ouvida, ensine e você aprenderá.

Mostre ao espelho sua melhor face, e você ficará feliz com o que ele lhe vai mostrar.

Que todos possam se orgulhar, da imagem que reflete no espelho da vida.”

Rosangela Ferris





















ESPELHO MEU

O Evento Espelho Meu terminou ontem com sucesso assinalável.

Mesmo assim, ainda hoje continuam a chegar poemas para o Evento que, embora os mesmos venham a fazer parte da separata, já não serão objecto de votação para atribuição de Menção Honrosa.

Dentro em breve lançaremos um novo desafio de todo aliciante e que, pensamos, irá também ser um verdadeiro êxito, dado a sua temática. Segredo, para já..., mas estejam atentos.

Agradecemos a todos os poetas o contributo, o empenho e o entusiasmo.

Nos próximos dias atribuiremos as Menções Honrosas, cujo âmbito, como no evento anterior, será alargado a uma escolha muito especial por parte das competentes administradoras deste grupo.

A todos os que participaram de uma ou outra forma, administradoras incluídas, o meu sincero e sentido reconhecimento e gratidão

José Sepúlveda





A ADMINISTRAÇÃO DO SOLAR DE POETAS AGRADECE A DEDICAÇÃO E EMPENHO DEMONSTRADA NA ADESÃO A MAIS ESTE DESAFIO E CONGRATULA-SE COM A QUALIDADE DOS POEMAS JÁ APRESENTADOS

FELICITA O VENCEDOR DO 5º E ÚLTIMO DIA DESTE ESPELHO MEU...NO SOLAR

CÉU PINA 38
MARILDA RAPOSO MONALISA 28
CRISTINA CORREIA 26
JOANA TIEMANNGABE 25
BRUNO MADUREIRA 22
TERESINHA CARDOSO CARDOSO 22
MILA LOPES 21
IMARA IONE 20
NANÁ FERREIRA 20
FRANCISCO MELLÃO LARAYA 19
RENATA AFONSO 18
ALFREDO COSTA PEREIRA 18
ISA MARTINS 18
FERNANDO FIGUEIRINHAS NANA 17
FERNANDA MARTINS 17
GERALDO FACÓ VIDIGAL 16
IRA RODRIGUES 16
MARGARIDA CIMBOLINI 16
ROSÂNGELA FERRIS 15
ROSIANE CEOLIN 15
VANUZA COUTO ALVES 15
AMÉLIA AMADO 14
CELESTE SEABRA 14
WASHINGTON ARRAES 13
RUIZ PAZ 11
MANUELA MEDEIROS 9
JOSÉ MIGUEL ARAÚJO 8
ALDA MELRO 7

POEMA VENCEDOR

ESPELHO MEU...NO SOLAR

Ser… Mãe

Meus filhos…
Palavras vos escrevo
Por Amar-vos profundamente.

Minha reflexão
Num fragmento de papel,
Pulsação no ventre,
Pequeníssimas essências de vida,
Turbilhão de emoções,
Felicidade grandiosa.

Meu ventre, vossa residência,
Carreguei-os, riquezas,
Valia incalculável,
Doce sofrimento, diamantes,
Expelir, milagre divinal.

Bem-vindos sejam…
Dois frutos, rebentos da minha árvore,
Curso interno de Amor,
Amamentei, embalei, cuidei,
Entre prantos e sorrisos,
Bebés, crianças, jovens,
Hoje homens…

Amigos, companheiros,
Resistência do meu caminhar,
Iluminam meus dias,
Anjos abençoados.

Dei-lhes minha essência,
No futuro conquistarão asas,
Valores passados,
Respeitem e amem cada ser vivo.

Simplicidade,
Exactidão em tudo que concebam,
Viver cada dia como o ultimo,
Encontrar serenidade e felicidade,
Não conseguem modificar o Mundo,
Mas podem ser o melhor do Mundo.

Exclusiva fortuna conquistada,
Na minha existência,
Nossos corações entrelaçados
Num Amor Inalterável,
Beijo afectuoso,
Infindável,
Da vossa mãe… Céu

Céu Pina


PARABENS CÉU






A ADMINISTRAÇÃO DO SOLAR DE POETAS AGRADECE A DEDICAÇÃO E EMPENHO DEMONSTRADA NA ADESÃO A MAIS ESTE DESAFIO E CONGRATULA-SE COM A QUALIDADE DOS POEMAS JÁ APRESENTADOS





FELICITA O VENCEDOR DO 4º DIA DESTE ESPELHO MEU...NO SOLAR








CARLOS MANUEL ALVES MARGARIDO 35

MILA LOPES 24


ACÁCIO COSTA 22

BERNARDINA PINTO 22


CRISTINA CORREIA 21

RENATA AFONSO 21

RÓ MAR 20

MARGARIDA CIMBOLINI 20

JOAQUIM BARBOSA 20

PATRICIA ZAGO 19

AMÉLIA AMADO 17

VANUZA COUTO ALVES 17
CELESTE SEABRA 16
LUIS LAMEIRAS 16
GERALDO FACÓ VIDIGAL 16
AGOSTINHO BORGES DE CARVALHO 15
NANÁ FERREIRA 15
MARIA HELENA QUARTA ESTEVES 15
IMARA IONE 14
ALFREDO COSTA PEREIRA 14
JORGE NUNO 14
ROSIANE CEOLINI 14
ROSÂNGELA FERRIS 13
BRUNO MADUREIRA 13
ROSE AROUCK 12
HELENA F. CUNHA 11
FERNANDO FIGUEIRINHAS NANA 11
MARILDA RAPOSO MONALISA 9
ALDA MELRO 8
JOSÉ MANUEL CABRITA NEVES 8
JOSÉ PEDRO CARVALHO MARQUES 8




POEMA VENCEDOR


ESPELHO MEU NO SOLAR



Actor
Choro…
Não falo

Soluço
Invade-me
O vazio sufocante
E o brilho
Do meu peito
Apaga-se.
Olho e não vejo
Procuro
Para não encontrar
Sem ir, fico
O amanhã já passou
O sino
Em silêncio toca,
Espero
Pela tua passagem
E ali fico
Parado
E os meus sonhos
Explodem,
A loucura,
Invade-me
Como um louco…
Perco-me,
Choro,
Não falo,
Soluço,
Sofro…
Infeliz!
Arrasto-me fecha-se a cortina do espetáculo


Carlos Margarido



PARABENS CARLOS






A ADMINISTRAÇÃO DO SOLAR DE POETAS AGRADECE A DEDICAÇÃO E EMPENHO DEMONSTRADA NA ADESÃO A MAIS ESTE DESAFIO E CONGRATULA-SE COM A QUALIDADE DOS POEMAS JÁ APRESENTADOS



FELICITA O VENCEDOR DO 3º DIA DESTE ESPELHO MEU...NO SOLAR



CARLOS MANUEL ALVES MARGARIDO 31

JOANA TIEMANNGABE 26

ROSIANE CEOLIN 26

RÓ MAR 24

JOAQUIM BARBOSA 21

NANÁ FERREIRA 20

JOSÉ PEDRO CARVALHO MARQUES 19

MILA LOPES 19

AMÉLIA AMADO 19

BERNARDINA PINTO 19

CELESTE SEABRA 18

VANUZA COUTO ALVES 18

MANUELA MEDEIROS 17

ANTÓNIO FERNANDES 17

ARMINDO LOUREIRO 17
JOSÉ VIEIRA 17
JOSÉ MANUEL CABRITA NEVES 16
MARILDA RAPOSO MONALISA 16
MARIA HELENA QUARTA ESTEVES 16
VALTER SILVA FERREIRA 16
MARGARIDA CIMBOLINI 15
MARIA ALICE 15
SANDRA FONSECA MATIAS 15
FERNANDO FIGUEIRINHAS NANA 14
MESSIAS APARECIDO DA SILVA 14
IMARA IONE 14
ALDA MELRO 13
EDUARDO GARCIA 13
BRUNO MADUREIRA 13
MÁRIO SAMPAIO 13
AGOSTINHO BORGES DE CARVALHO 13
FRANCISCO MELLÃO LARAYA 13
BETINA MARCONDES 12
ROSÂNGELA FERRIS 12
ANA ISABEL ROSA 12
LILI POEMAS 10

POEMA VENCEDOR


ESPELHO MEU...NO SOLAR

O avozinho

Sentado
Neste banco
De jardim
Envelhecido
Pelos tempos
Escuto
O barulho misturado
Da água do rio
No cantar
Dos pássaros
E um coro
De crianças a brincar
Deixo cair
Uma lágrima
Memórias
Olhando
Para estas mãos
Que me tremem
Avisto
As sardas da velhice
Passando
Com os dedos
Entre os meus
Cabelos brancos
Relembro
Os meus tempos
De rapazote
Hoje carrego
Comigo as marcas
Do meu tempo

Carlos Margarido

PARABENS CARLOS







A ADMINISTRAÇÃO DO SOLAR DE POETAS AGRADECE A DEDICAÇÃO E EMPENHO DEMONSTRADA NA ADESÃO A MAIS ESTE DESAFIO E CONGRATULA-SE COM A QUALIDADE DOS POEMAS JÁ APRESENTADOS



FELICITA O VENCEDOR DO 2º DIA DESTE ESPELHO MEU...NO SOLAR

CÉU PINA 38
CARLOS MANUEL ALVES MARGARIDO 36
ROSIANE CEOLIN 28

JOANA TIEMANNGABE 24

ARMINDO LOUREIRO 22

RÓ MAR 19

NANÁ FERREIRA 18

AMÉLIA AMADO 16

BERNARDINA PINTO 15

AGOSTINHO BORGES DE CARVALHO 15

JORGE NUNO 14

MARGARIDA CIMBOLINI 14

FERNANDO FIGUEIRINHAS NANA 13

FRANCISCO MELLÃO LARAYA 13

JOSÉ PEDRO CARVALHO MARQUES 13

MILA LOPES 12

CRISTINA CORREIA 12

VANUZA COUTO ALVES 12

ALFREDO COSTA PEREIRA 11

ROSÂNGELA FERRIS 11

ROSÂNGELA DE SOUSA GOLDONI 11

MARIA MORAIS DE SÁ 11

CÉU CRUZ 10
JOSÉ MANUEL CABRITA NEVES 10
RITA TIAGUINHO JOANINHA 10
CARLOS FERNANDO BONDOSO BONDOSO 10
RUI MANUEL SANTOS SOUSA 9
HELENA CUNHA 9
SÓNIA NOGUEIRA 9
ALDA MELRO 9



POEMA VENCEDOR


ESPELHO MEU...NO SOLAR

“Eu…Mulher”

Mulher…
Ou, Simplesmente Mulher?
Forte, guerreira,
Doce, amante,
Vida padecida,
Semente do Planeta,
Concebi outras vidas
Com Amor.

Padecimento da dor,
Desafios da vida,
Oculto desejo,
Pressentidas em emoções,
Verdadeira, culpo-me,
Sabedoria de perder.

Ressurgir
Humilde, honesta.
Lacrimei desenganos,
Gigantesco espírito,
Ternura, doçura,
Esteio de família
Base, pai e mãe,
Esplendor na idade,
Durmo na solidão.

Posso ser anjo benfazejo,
Diabo em outras,
Transcendente cenário,
Orquestra celestial,
Imortalizada dança,
Firmeza no futuro,
Amor incondicional,
Luz, aceitação e perdão.

Viver momentos,
Penumbra esvanece,
Predestinação amarga,
Incompreendida,
Vontade de amar e ser amada.

Sou sonho de alguém
Que veio ao mundo
E nunca me encontrou,
Conflito de sentimento,
Mereço ser Feliz…

Céu Pina

PARABENS CÉU






A ADMINISTRAÇÃO DO SOLAR DE POETAS AGRADECE A DEDICAÇÃO E EMPENHO DEMONSTRADA NA ADESÃO A MAIS ESTE DESAFIO E CONGRATULA-SE COM A QUALIDADE DOS POEMAS JÁ APRESENTADOS

FELICITA O VENCEDOR DO 1º DIA DESTE ESPELHO MEU...NO SOLAR

CARLOS MANUEL ALVES MARGARIDO 30
NANÁ FERREIRA 28
RÓ MAR 23
BERNARDINA PINTO 20
ARMINDO LOUREIRO 20
ZÉLIA CHAMUSCA 20
MILA LOPES 19
HENRIQUE FERNANDES 18
AMÉLIA AMADO 16
CELESTE SEABRA 16
JULIANI ROSENDO 15
PATRICIA ZAGO 15
MARILDA RAPOSO MONALISA 15
IRA RODRIGUES 14
VANUZA COUTO ALVES 13
RENATA AFONSO 12
FÁTIMA GUIMARÃES 12
VALTER SILVA FERREIRA 11
FERNANDO FIGUEIRINHAS NANA 11
ROSÂNGELA FERRIS 11
JOSÉ MANUEL CABRITA NEVES 10
FERNANDA MARTINS 10
FRANCISCO MELLÃO LARAYA 10
CARLOS FERNANDO BONDOSO BONDOSO 10
RUI MANUEL SANTOS SOUSA 10
EDUARDO GARCIA 9

POEMA VENCEDOR

ESPELHO MEU...NO SOLAR

Tempo de cor
Imitações inúteis
Braços caídos
Laços dispersos
Sou, poeta despido
Veste-me no olhar
De mil dedos e devaneios
Posso beber o sol em cada amanhecer
Adormecer no cantar das estrelas
Evadir os segredos
O tempo fez-me e desfez-me
Não me rendo ou desisto
Grito curto, personagem
Lê o fora de mim
Desculpa a loucura
Repuxões marés e furacões
Palhaços trapalhões
Enchi a página para ti
Corpo, janelas abertas
Ar vagado longe de mim
E neste momento estou feliz e vivo
Amo a poesia

Carlos Margarido

PARABENS CARLOS







ESPELHO MEU

O Verão passou. 

Entramos num novo ciclo em que a natureza se prepara para se despiir, na caminhada para um ciclo em que mergulhará no seu silêncio e, enfim, se renovará...

Ao caír da folha, convidamos nossos poetas a um período de INTROSPECÇÃO INTERIOR, tentando descobrir-SE, quicá, FALAR DE SI.

Durante os próximos cinco dias, de TERÇA, a SÁBADO, inclusivé, convidámo-vos a produzir poemas que falem de vós... abram o vosso coração.

Como nos eventos anteriores, diariamente será efectuada uma contagem dos comentáios e CURTUR/gosto, apenas um voto por pessoa..., e ao mais votado do dia será atrinuida a habitual MENÇÃO HONROSA.

A publicação é feita no SOLAR DE POETAS precedida do prefixo ESPELHO MEU.

Seria interessante que os poemas a publicar fosse feitos anexando em cada um uma foto diferente do autor.

Os poemas publicados a partir das 23:30 horas de cada dia, serão incluidos para efeito de contagem nos poemas do dia seguinte.

Nas suas linhas gerais, as regras seguem a linha dos eventos anteriores. Alguma dúvida, deve ser-noscolocada para que seja esclarecida.

Venha de lá essa inspiração, poetas... e divirtam-se

Solar de Poetas

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