No Rasto de La Fontaine




MENÇÕES HONROSAS 

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COLECTÂNEA

NO RASTO DE LA FONTAINE

FÁBULAS

CÃO CORAGEM

Numa tarde de verão, estava um calor abrasador e num jardim da cidade as famílias passeavam suas crianças e algumas aproveitavam para passear os seus cães. O jardim tinha um lago imenso que o tornava f
resco e acolhedor. Na beira do lago juntavam-se crianças que chapinhavam na água fresca. Saltitando na relva andava um cão de raça, o Kiko muito branquinho limpo e perfumado, era o encanto da sua dona Isabel que aproveitou o passeio para o trazer à rua com a sua menina de dois, Encontrou a amiga Inês e aproveitou para dar dois dedos de conversa.
Isabel- Sabes Inês o meu Kiko é um encanto, tão obediente, muito asseado e muito inteligente!
Inês- Tem te deu o teu cão? É tão lindo!
Isabel- Ninguém me deu amiga… comprei-o… e não foi nada barato!
Inês- Olha estás a ver aquele vira latas ali ao fundo? O castanho!
Isabel- Sim estou a ver, mas é muito rafeirinho, apesar de estar limpo não deixa de ser um cão sem raça.
Inês – Pois é verdade, é um cão sem raça tens razão, fui busca-lo ao canil municipal estava para abate mas eu resolvi dar-lhe uma oportunidade de ser feliz, chama-se Cocas!
Isabel – Deus me livre…andam na rua não sabemos se têm doenças e sobretudo têm maus hábitos.
Inês – Pois eu não tenho razão de queixa é muito meigo e muito agradecido por lhe ter salvo a vida e lhe ter dado um lar para acabar os seus dias.
Os dois cãezinhos foram-se aproximando e também fizeram amizade, apesar do Kiko estar constantemente a ser chamado pela sua dona que não gostava de ver o seu (cão de raça) na brincadeira com um (vira latas).
Kiko – Andas por aqui à muito tempo?
Cocas- Ando, mas antes andava sozinho não tinha casa nem dono.
Kiko- E Quem te dava de comer?
Cocas- Eu andava por aí, comia nos caixotes do lixo ou o senhor do talho dava-me uns restos, mas não sei que aconteceu a porta do talho agora está sempre fechada, mas agora já não tenho que me preocupar com comida a minha dona dá-me sempre e muito boa, e também me deu uma cama quentinha, já não ando à chuva nem durmo na rua!
Kiko- Então a quem é que a tua dona te comprou?
Cocas- Não me comprou… eu fui apanhado por uns homens que me lavaram, meteram numa jaula muito fria e ela foi lá buscar-me!
E com esta conversa toda ninguém se lembrou que a menina da Isabel se aproximou do lago e caiu na água, foi o Cocas que viu primeiro.
Cocas- Olha a tua dona pequenina caiu na água… vai lá… tu sabes nadar… rápido a tua dona vai-te agradecer para a vida!
Kiko- Mas…mas… eu não sei se consigo, nunca nadei só tomo banho na banheira…!!!
Cocas- Vai… rápido…
Kiko- Eu…eu………
E o Cocas não esteve com mais conversa e atirou-se ao lago pois a menina estava a começar a ficar aflita, agarrou-a pela camisola e puxou-a com todas as suas forças para as escadas do lago.
Isabel- Meu Deus… como é possível ela ter caído?
Abraçou a sua menina mas nem olhou para o Cocas que se afastou muito contente correndo e saltando, a Inês juntou-se a ele abraçou-o e agradeceu-lhe tanta coragem.
Inês- És o melhor cão do mundo Cocas!!!
E afastaram-se os dois rebolando na relva como loucos!!!

Ana Paula Mouca



O SAPO ENTOJADO

Vila do sossego... Até que o nome era sugestivo. Um lugar lindo, com águas límpidas, com peixinhos dourados e com muitas Vitórias regias flutuando na superfície. "ERA" um sossego até aquele sapo fedorento i
nstalar sua casa em cima de uma das lindas pedras que ornamentava a lagoa.

A vizinhança agora vivia um inferno só. A noite o sapo cantava sem parar e por mais que Dona coelha tapasse bem a toca, as crianças choravam sem parar. Quando não tinha mais o que fazer, ela saia pra fora e gritava:
- Oh seu fedorento...cala essa bocona, se meu marido for aí, vai quebrar sua cara!
Entojado adorava isso... acordar toda bicharada e ver o circo pegar fogo.
Estava ameaçado pelo Tatu Bolão, a coruja Kica, e o Zéouriço já dormia com um tijolo debaixo da cama.

Naquela noite de luar, entojado se superou. Pegou uma viola velha e cantava a plenos pulmões. Pronto foi o que faltava...
Logo que o dia amanheceu Kica foi atrás do prefeito Gambalino e era tanta reclamação que foi feito uma reunião de moradores.
Cada um deles foram colocando pro prefeito suas petições:
- Gambalino, meus filhos não dormem durante a noite. Choram demais e olha que são doze. O Coelino ainda vai fazer uma besteira...reclamava Colle.
- E eu que carrego peso o dia todo e a noite não consigo dormir e nem descansar, suspirava o Formigão.
- Olha Gambalino, se você não tomar uma atitude, o Zéouriço vai cometer um assassinato.
Quando a reunião acabou, os bichos viram que o prefeito não ia resolver nada e então foram para o jogo de futebol torcer contra o Entojado.
Até que ele não era um bom jogador, mas ele estava apaixonado pela Perereca Tina e para aparecer resolveu participar do torneio de futebol da Vila. No domingo, com o campinho cheio, Entojado de uniforme e chuteira se exibia pra Tina. No meio da partida ele pediu pro juiz Tartã para tirar as chuteiras. Sentou-se no gramado e ao tirar as chuteiras e as meias empesteou tudo.
A galera de pé, comandada por Gambalino começaram a cantar bem alto:
- "O Sapo não lava o pé...Não lava porque é fedorento...Ele mora na lagoa, não toma banho porque não quer... Mais que chulé ... pior não é !
Ele olhou pro pezão cascudo e começou a chorar quando viu a Tina a comandar aquela orquestra. Saiu correndo pra lagoa, catou suas tralhas e desapareceu. Mal sabia ele que Tina tinha armado tudo com a vizinhança. Nunca mais foi visto e a paz voltou a Vila.

Moral: Não faça aos outros o que não queira que te façam.

Rosangela Ferris


O BEIJA FLOR E A ABELHA...

Certo dia voltando da escola o beija flor pousa na mais linda flor que ver do alto do seu voo.
Mas ao tocar seu bico comprido na flor solta um grito:
--Ai, ai, aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii quem tá ai dentro que me deu essa horrível ferroada?
E sai da flor uma abelha com cara de poucos amigos, empina suas antenas e diz:
-- Sou eu sim senhor beija flor intrometido de uma figa, aqui nunca foi seu espaço então trate de sumir antes que leve outra ferroada...
--Você não pode ser dona de toda essa floresta de todos os campos de todas as flores, gritou esfregando a cabeça num galho seco para aliviar a dor da ferroada...
--Sou sim e posso provar: quem alimenta as colmeias, quem fornece o melhor mel da região, quem poloniza as florestas? Por acaso é você seu intrometido?
--Oras! Eu também colaboro com a natureza e também tenho as cores mais exuberantes que encanta o mundo, meu voo suave se exibiu o beija flor sacudindo suas asas azuladas... Acrescenta e você sua minúscula... Eu sou bem maior....
--RÁ, RÁ, RÁ... Grande coisa, ninguém se alimenta dos seus encantos de mim sim tenho serventia na vida, sou pequena no tamanho e grande no meu valor diz a abelha fazendo zum, zum, zummmmmmmmmm...
---Eu posso voar mais alto e mais rápido, posso até levar você onde desejar assim não se cansa...
Desdenhando do beija flor a abelha começou a zumbi a sua volta deixando irritado...
--A deus é tarde preciso chegar em casa antes do escurecer, um dia ainda vamos nos encontrar disse o beija flor alçando o mais suave voo, enquanto a abelha voltava a sugar o néctar das flores para alimentar sua colmeia...

Moral da história: nunca subestime o valor do próximo, cada um traz dentro de si as suas qualidades...

observaçao.. publiquei pelo encanto que traz o tema... porém nao quero participar da classificação,,, beijinhos e boa noite...

Irá Rodrigues


O ELEFANTE E A BORBOLETINHA 

“Esse ar de mistério, jeitão de atmosfera, está atolado aqui, nesta clareira”. – disse o filhote de Elefante chamado pelo nome El-Fantis. E prosseguiu: -- “Mas pouco me importo... É certo até que tem fantasma de búfalo por aqui. Eu vi e bem de perto! Sei até o nome dele. É Caps Lock”
“Nossa! Verdade” – conc
ordou o esquilo Ésc entre um soluço e outro: -- “A raposa Bába, a Rapa-Ctrl, passou um baita aperto aqui. Ela contou pra quem quisesse ouvir: foi arrastada pro meio da selva, quilômetros... Um búfalo do tamanho da Montanha Amarela!
“Eu soube” – aparteou El-Fantis: -- E eu já vi. É búfalo mesmo, mas... É pesado sim. Mas, corro mais do que ele, Ésc. Pega não. A Bába é lenta”, e o filhote El-fantis sorriu debochadamente, e avisou: -- “Olha só, Rapa: o bando ta chegando... Mas, a sensação de perigo permanece...”, alertou ele: “Esse pessoal vem pra cá; eles são muito frágeis. Olha só: mariposa; marimbondo; borboleta... Começa a escurecer e eles criam coragem... Mas, aí é que mora o perigo!”
“To com medo” falou o esquilo Ésc, a voz tremulante: “To sentindo que vai acontecer alguma coisa por aqui! Vou embora!”
“Vai nada, Rapa. Eu garanto a parada. Se rolar Búfalo por aqui eu faço xixi nele!” – e fez uma gargalhada estrondosa, o dedo em riste apontando: “Ah lá! Vê só. A raposa Bába ta chegando. E ela não tá nem aí... Só não conheço aquela borbóla. E tu, Rapa Bába?”
“Sei não, El-fants... Quem é não, sei não. Tá de nova no pedaço”
“É...” -- Macambúzia; meio aborrecida: -- “Vou saca qual é a dela. Ela não está bem não”.
Nesse instante uma nuvem acinzentada, de escuridão grave, fez teto na clareira, e tornou o ambiente, a atmosfera, ainda mais terrificante.
Todos perceberam que a pobre Borboleta estava chorando. Tão apenas o búfalo Caps Lock, amoitado por detrás dum denso arbusto, os olhos marejados, desgarrou-se dali para não ser tomado como um fraco, pois o que sabia fazer era assustar os demais bichos da selva... E, ademais, “fantasma não chora”, pensou em meio a um soluço contido.
“Minha filhinha está tentando nascer”, explicou a Borboleta-Mãe: “Mas, ora, é que o grilo, o vaga-lúmen, o tal de pirilampo, e a abelha, e outros, querem muito ajudar... Mas isso será fatal para a minha doce Borboletinha Mimo! Ela precisa sair com as próprias forças!” gritou a Borboleta já com tom desesperado: ”Ela jamais viverá bem assim!”
“Onde ela está?”, indagou o El-Fantis.
“Está bem num cantinho, protegida por um punhado de erva; consegui camuflar o casulo lá... Atrás de capim...”
“Casulo!”, gritaram em coro todos que cercavam o relato aflito da Borboleta-Mãe: “Vai morrer sem ar!”, ajuntou um: “E sem ajuda!”, ponderou outro.
Sem esperar pela Borboleta-Mãe, todos alçaram uma espécie de vôo rasante na direção das ervas.
“Esperem!!!” – Bradou a Borboleta-Mãe, agora em sufoco total, quase coletivo!... E acrescentou o mais assustador: “Ela não pode ser socorrida! Há de fazer primeiro a passagem... A fenda...” Ora, quando eu puder explico!
Todos, que seguiam numa direção, fizeram uma pirueta, do tipo de uma girada acrobática que, por pouco, todos se quebraram na freada!
“Você enlouqueceu?!” – esbravejou o esquilo Ésc’: “Ela vai sufocar! ...se está sem forças para romper o...”
“Ca-la-dos!”, ordenou soletrando, porém firme, a Borboleta-Mãe num tom possante de voz Vou explicar!”
“...e o que mais estamos esperando!!!” – Protestaram todos, outra vez em coro: “Exigimos uma explicação!” – fez o esquilo Ésc, entre um soluço e outro, e a bradou em seguida, raivoso: “Fale logo, Mãe desnaturada!!!”
“É que ela só sai de lá, se conseguir se fortalecer através do esforço próprio; vai ganhando condições, os órgão passam pra ela... Não sei bem côo... É Deus! Se ela se fortalece eles passam inteiros, bem, e sai... Se assim não for, perde as forças, e sai do casulo fora do tempo...” – e depois de lacrimejar um pouco, completou: “E morre!”
“Ohhh!!!” – lastimaram todos, em coro assustador!, que até o búfalo Caps Lock saiu do esconderijo e disparou numa carreira, desaparecendo pela mata!
Percorreram todos a distância em segundos, e logo avistaram a Borboletinha-Filha, a Mimo, sentada no casulo, ao lado da fenda. E foi logo relatando:
“Eles nem pensaram em me tocar”!
“Como assim?” – indagou a Borboleta-Mãe: -- “Como conseguiste, filha amada... Não fizeste nenhuma loucura, sim?”
“Coloquei todos eles pra correr!” – a Borboletinha Mimo deu um risinho pouco mais fraco, um tanto precário. E, inda sob o jeito do risinho, falou: Agora, Mãe, você já pode me dar uma cutucadinha! rsr (e riu fraquinho)... Olhou na direção do Elefante-Pai e piscou o olho, sussurrando consigo mesma: “Bigrada, Fantis!”
E assim... Ninguém ficou sabendo que o Elefante Elphis-PAI foi quem, na verdade, pôs pra correr o grilo, o marimbondo e .... – E o triunfo, as louros, ficaram mesmo para os gritinhos acanhado da Mimo, a Borboletinha-Filha.
Nenhum deles, verdadeiramente, sequer sonhavam sobre o que é o fenômeno da ‘Crisálida” – e sorriu para Fela-fantia, a elefanta-esposa dele, e a mais culta do grupo: “A crisálida é...”
E foram seguindo na trilha deixada pela correria do Búfalo Caps Lock.
Fela-Fantia, esposa do Elefantão, com um ar de sabedoria na face, foi cuidadosa, e relatou com seriedade:-- ” De fato: Quem muito corre chega ligeiro ao fim!”
“É...” – Concordou, o esposo solidário, o Elefantão Site-Mor: “A união faz a força”, e piscou o olho para si mesmo, enquanto preparava-se para beber água no lago, a desenvolvida tromba... /// -- FIM

Helando Marques de Sousa


FILÓ - ZEZÉ E TINA

Vila Formosa - habitada por inúmeros casais, tinha seus dias de paz e também dias de alvoroço. Filó e Tonho, um casal de patos, quando iam a feira era um transt
orno.
A vizinha Tina ( uma gambá ) era o alvo das fofocas de Filó. Com um marido cachaceiro e cinco filhos pra cuidar saia pouco de casa, mas todos sabiam da vida da coitada na feira. Filó fazia questão de espalhar boatos.
- Amiga , você precisa ver a imundice na casa da Tina... um horror.
- Drica-marmota você já viu os filhotes da Tina? Acho que nunca tomaram um banho na vida. E assim ela ia de banca em banca, e Tonho só ouvindo carregando a sacola.
Mas como não tem nada melhor do que um dia depois do outro!!!
- Tonho, vem cá ver uma coisa. O marido chegava perto da pia na cozinha onde Filó lavava as vasilhas e ficava olhando pela vidraça.
- Olha só Tonho, a infeliz colocou a roupa no varal. Credo que roupa mais suja e encardida, oh Tina desmazelada. Também o que esperar de uma gamba fedorenta?
Todo dia era a mesma coisa, até que um belo dia, Filó começou a gritar:
- Tonho, corre aqui e olha. Milagre...até que enfim a roupa da Tina tá limpinha de dar gosto.
Calmo e resignado o marido responde olhando pela janela da cozinha:
- Ta mesmo... é que hoje pela manhã eu pegue a escada e lavei os vidros da janela. 

Moral: " Quem tem telhado de vidro não joga pedra na do vizinho".

Rosalgela Ferris



O CAVALO QUE SE QUERIA VINGAR DO VEADO

Narrador - A peça que vamos ver, é uma fábula do grande La Fontaine, um grande escritor Francês que escreveu para crianças e adultos de uma forma muito diferente dos demais.
Fábulas: histórias em que as personagens são animais ou plantas que falam e procedem como os humanos pretendo dar uma lição de moral, um conselho.
Prestem pois muita atenção a esta história.

Nos bastidores

Narrador – Há muito tempo, nos bosques e florestas viviam todos os animais existentes na terra.
Junto a uma aldeia muito pequena, onde viviam pessoas que trabalhavam na agricultura, cavavam de sol a sol para ter os seu sustento e comiam apenas as coisas que cultivavam, existia um desses bosques.
Nesse bosque frondoso viviam cavalos, burros, mulas, veados entre todos os outros animais.
Não conheciam carruagens nem festas nem banquetes nem selas nem arreios.
Certo dia o nosso amigo cavalo resolveu meter-se com o veado por quem não tinha grande amizade, até sentia um pouquinho de inveja.

A peça

Cavalo - olá amigo veado, um bom dia para ti, hoje venho propor-te uma aposta

Veado - ora diz lá amigo cavalo o que te traz aqui tão bem disposto.

Cavalo - hoje estou disposto a mostrar-te que te consigo apanhar numa corrida entre os dois.

Veado - como quiseres meu amigo, estou disposto a aceitar essa corrida, vamos já a ela.

Narrador - e os dois animais lá se lançaram numa correria desenfreada, para ver quem apanhava quem.

Começa a corrida

Cavalo - Este malvado veado, vai pagar-mas bem pagas.

Veado - Ahahahahahah, querias amigo? Isso nunca vais conseguir.

Narrador - O nosso amigo cavalo resolveu ir falar com um humano para lhe pedir ajuda, pois queria por força apanhar o maldito veado.

Cavalo - Bom dia amigo humano, venho aqui pedir-lhe ajuda para apanhar um malvado de um veado que anda sempre a correr e que eu não consigo apanhar.

Homem - Meu amigo cavalo, vamos já tratar disso, deixe-me colocar-lhe este freio.

Narrador – E num instante saltou-lhe para cima do lombo e começou a chicoteá-lo até que conseguiram apanhar o veado.
O Homem ficou feliz e disse

Homem- Que belo banquete eu vou agora fazer amigo cavalo.

Cavalo - E que feliz que eu estou humano, agora adeus amigo e obrigada por me ter ajudado.

Homem – Eh lá! Espera aí cavalo.
Não penses que é assim, a partir de agora vais ter uma vidinha muito melhor, vais ter uma cavalariça onde viver, vais ter comidinha a horas certas e viver comigo sempre.

Narrador - Sim porque o humano percebeu logo que tinha ali um animal que lhe ia servir para todos os trabalhos, colocando-lhe um freio e umas arreatas e prendendo-o na cavalariça, fazendo-o trabalhar todos os dias até o cavalinho morrer de tanto esforço.

Cavalo - Que asneira eu fiz, deixei-me enganar sem perceber, nunca devia ter vindo pedir ajuda ao humano, isto foi a perda da minha liberdade. Como eu era feliz lá no bosque correndo pelos campos.

Narrador - E assim se aprende a lição, nunca se deve comprar a ninguém ajuda para a vingança, porque o preço que se paga é superior ao desejo de fazer a mesma.
Não há nada que possa fazer mais dano do que privarmo-nos da nossa liberdade para satisfazer instintos.

Encerra o pano com o cavalo morto




O RATINHO FORTE!

Na selva, o leão corria e rugia a mostrar a sua valentia.
Todos os animais o respeitavam pela sua coragem e força.
Os animais mais pequenos e fracos não interessavam 
ao Sr. Leão que até fazia troça deles…
Mas, um dia, durante o seu passeio matinal espetou um bocado
de madeira na pata direita e fartou-se de pedir ajuda:
- Ajudem-me animais da selva! Dou-vos uma bela recompensa…
Andava a coxear e cada vez sentia mais dores mas nenhum animal
se aproximou dele.
Diziam uns para os outros:
- Ele troça de nós e diz- se tão forte… que se arranje sozinho!!
Passados dois dias, chovia muito e o leão não parava de rugir
e gritar alto, cheio de dores…
Um ratinho que já não conseguia dormir com tanto barulho, foi
falar com o tigre para convencê-lo a ajudar o leão:
- Vai lá , tu és forte e podes ajudá-lo!!
O tigre, muito orgulhoso, respondeu-lhe:
- não vou , porque estou zangado com ele…
Então, o ratinho resolveu aproximar-se do leão, e a tremer
perguntou-lhe:
- Queres que eu te vá ajudar? Promete que não me fazes mal!
O leão, que já não aguentava com tantas dores, respondeu:
- Podes vir …mas eu não te estou a ver!
- Estou aqui, disse o ratinho, com uma voz baixinha.
O leão perguntou se ele podia ajudá-lo e o ratinho disse que ia tentar.
Aproximou-se da pata do leão e com os seus dentinhos afiados
puxou com muita força e á terceira tentativa lá conseguiu tirar o
bocado de madeira…
O leão rugiu de alegria, aliviado e agradeceu ao ratinho:
- Obrigado, amigo! Fico em dívida contigo e a partir de agora
és o meu melhor amigo. Gostava que viesses falar comigo
todos os dias á minha toca! O ratinho concordou sorrindo!
Esta situação espalhou-se por toda a selva e os animais
resolveram fazer uma linda festa: A FESTA DA AMIZADE!

MORAL DESTA FÁBULA: Todos precisamos uns dos outros e devemos
Trata-los bem e respeitar cada ser, que é diferente!
Não devemos avaliar os outros pela sua valentia, força ou riqueza!
Todos somos importantes e cada um tem a sua missão.

Bernardina Pinto


A RAPOSA ESPARRAMOU O REI LEÃO

-Nossa,meu rei,você é o maior...!
-Bondade sua amiga raposa você é que é muito boa no que faz é esperta sabe ludibriar seus perseguidores...!
-A propósito,meu rei,o que,seria de nós,bichos,sem a sua imponência magestosa...!?Não teríamos à quem seguir e confiar.Nossa floresta sem um reinado,um líder mor...!
-É Verdade minha,sagaz,amiga!Porém sem a sua agilidade,destreza,perspicácia,manha;nossa mata viveria à mercê de ferozes inimigos...
-Sim meu rei é com sua soberania e liderança aliada a minha veia estratégica despistamos os intrusos e mantemos nosso mundo animal e a natureza à salvos...
-Obrigada mais uma vez minha estrategista rainha das artimanhas é muita bondade sua enxergar alguma qualidade em mim...
-Qual o que,leão meu rei,nada mais justo reconhecer o valor daquele que realmente tem;mesmo em bajulação desnecessária...

Moral:Todos nós gostamos duma massagem no ego...

Messias Aparecido da Silva


DUAS AMIGAS E UM FERRARI VERMELHO

Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno. Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era “trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.

Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo outono, dançou, aproveitou o Sol, curtiu pra valer, sem se preocupar com o inverno que estava por vir. Os bailes Funk eram os preferidos. Requebrava a noite toda agarrada num Marimbondo preto musculoso e sarado. Quando voltava pra casa, já estava amanhecendo, e ela mais quebrada que arroz de terceira. Caia na cama e dormia o dia inteiro, sem se importar com a bagunça da casa na árvore.

Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava começando. As folhas foram caindo, os galhos das árvores ficando nuas, e um frio de rachar cortava até rapadura.

A formiguinha, exausta, entrou em uma singela e aconchegante toca repleta de comida. Sentou-se a mesa e desalentada ficou a pensar se valia a pena tanto sacrifício, enquanto colocava gravetos na lareira. lá fora o vento assoprava e sacudia as janelas.

Mesmo com toda ventania, alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra falou para a formiguinha:

_ Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha toca?

_ Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir a Paris e comprar essa Ferrari?

_ Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?

_ Desejo sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO QUE O CARREGUE!

MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.

Rosangela Ferris


AS GRANDES ORIENTAÇÕES DE UMA LEOA!...

A selva, ali, dera lugar ao simples capim!...
Depois de dois dias nela perdido,
uma leoa estava ali, mesmo junto a mim.
Nada, naquele momento, fazia sentido,
a não ser sentir a emoção do perigo!...
Mas, no nada, gostei de a ter encontrado,
porque o leopardo que me perseguia já estava ali bem perto.
E atrevi-me perguntar a sua opinião!....
- Olá, rainha, Leoa!...
- Bom dia AC, que fazes pela selva africana?!...
Pareces desassossegado, no teu coração?!...
- Um leopardo persegue-me e eu não sei como lhe escapar!...
- Ahah, disfarça-te de crocodilo!...
( disse ela, franzindo o seu enorme olho direito).
- Mas, Leoa, como poderei eu fazer isso, se estou aqui sozinho
e não tenho ninguém para me ajudar?!..
- Oh, AC, nem parece que não sabes as regras de orientar!...
Repara, eu sou a rainha dos animais. Eu só dou as grandes ideias.
Cabe aos outros pô-las em prática e verem os resultados.
- Pois... obrigado, Leoa, mas de grandes ideias já estou eu farto, em Portugal !...
- Bem ( rosnou sela )…, foge rápido, porque senão quem te vai comer sou eu!...

Acácio Costa


ERA UMA VEZ…

Um casal de galináceos.
O Sr. Galo Fagundes e Dª. Esmeralda.
O Fagundes era o galo mais bonito lá da aldeia
E a Esmeralda era sem dúvida
A franga mais bonita e divertida
Que o Fagundes já tinha visto na vida…
A Esmeralda era vizinha do Fagundes
E não demorou muito tempo
Que não ficassem apaixonados um pelo outro.
_Ó Esmeralda, que dizes se eu for- te pedir em casamento a teus pais?
Perguntou Fagundes.
A Esmeralda toda feliz concordou logo e disse:
_Fagundes, meu amor, tenho a certeza que vais ser um bom marido.
-Então esta combinado. Disse Fagundes.
A festa do casamento foi a mais linda daquelas paragens!
Então, Dª. Esmeralda lá foi viver para
O quintal do seu marido…
A noite, ao serão, conversavam muito,
Sobre os futuros filhos, a educação que lhes dariam
Enfim, falavam do futuro.
Um belo dia, nasceram dois filhos
Não eram gémeos, mas pareciam.
_ Esmeralda, que nome vamos dar aos nossos filhos?
_ Olha Fagundes, eles são os dois muito bonitos!
Então que achas de Brilhante e Dourado?
_Gostei dos nomes querida, esta decidido:
Brilhante e Dourado!
Os dois irmãos eram muito amigos,
Andavam sempre na brincadeira no meio da Orta
E muito educados.
Pudera! Os pais não esmoreciam na educação dos seus filhos.
Os irmãos cresciam a olhos vistos!
Mas o Dourado que levava a vida sempre na brincadeira,
Gostava de pregar partidas a todos com quem se relacionava
e mentia, mentia muito!
Um dia pregou um grande susto ao irmão dizendo-lhe
Que fosse a correr acudir a mãe que estava a gritar muito
La na capoeira e claro, o Brilhante disparou para acudir a mãe…
Mas quando lá chegou, viu que a mãe estava bem,
E ficou muito aborrecido com a mentira do irmão.
A mãe notando o ar do filho pergunta;
_Então filho, que se passa? Porque estas tao aborrecido?
_Olha mãe, já estou a ficar chateado com as mentiras
do Dourado…É sempre a mesma história!
Não sei que graça ele acha em dizer mentiras!
_Pois é filho, o teu irmão não esta a porta-se bem…
Diz-lhe que venha ter comigo pois precisamos conversar, sim?
_Esta bem, mãe eu vou- lhe dizer que venha ter contigo.
Quando o Dourado apareceu a mãe diz,
_Senta-te aqui meu filho. Sei que gostas de brincar, e isso não tem mal
Nenhum, mas…Não deves mentir.
Além de feio, as mentiras sempre prejudicam as pessoas
E mais que a qualquer um,
Prejudica-te a ti mesmo!
Vai acontecer que um dia, os teus amigos vão deixar de acreditar em ti…
Para eles, nunca vais dizer a verdade, seja sobre o que for, entendes?
Esta bem mãe. Não se preocupe.
Um dia, os irmãos foram a uma festa com os amigos
Estavam a se divertir bastante, mas o Dourado viu ao longe um pato
Com ar bastante preocupado e logo resolveu que ia
Pregar-lhe uma mentira, só para se divertir á custa dele…
E sem que o irmão e os amigos se apercebessem,
Foi ter com o pato e diz,
-Então amigo, que ar preocupado é esse?
_Sabes, diz o pato. Estou preocupado com um amigo
Que esta um pouco adoentado…
_Há!...Olha justamente ao vir para a festa ouvi dizer
Que um patocho estava muito mal, mesmo a morrer.
Deve ser o teu amigo…
O pato lá foi desesperado a ver se ainda encontrava
O amigo vivo…
_Patocho! Ainda bem que estas de boa saúde.
Disseram-me que estavas a morrer…
_Quem é que te disse essa mentira?
_Há, quando eu pegar aquele patife, vai levar uma boa lição!
Ai se vai!
Dito e feito; Voltou, e quando viu o Dourado deu-lhe uma grande
Tareia! O Dourado gritava por ajuda, mas como todos sabiam
Que era um grande mentiroso, ninguém ligou.
Até acharam que estava a merecer o castigo.
O Dourado fartou-se de gritar pelos amigos e irmão
E eles bem que o ouviram mas não ligaram
_Brilhante, o teu irmão parece estar em apuros…
Está a gritar como um louco!
_Não te preocupes, eu já conheço bem o meu irmão!
Deve estar a inventar mais uma das tretas dele
Por isso não me preocupo, esta sempre a mentir…
Como vou saber que esta a gritar de verdade, que precisa de ajuda?
Não. É mais uma das brincadeiras dele.

Moral da história;
Coitado do mentiroso,
Mente uma vez, mente sempre.
Mesmo que fale a verdade,
Todos dizem que mente.

Mena Lobinha


" PAIXÃO DESENFREADA "

A rosa e a borboleta


Uma vez uma borboleta se apaixonou por uma linda rosa. Rosalinda ficou comovida, pois o pó das asas da borboleta Blu formava um maravilhoso desenho em ouro e prata. Assim, quando Blu se aproximou voandoe disse que a amava, Rosalinda ficou coradinha e aceitou o namoro. Depois de um longo noivado e muitas promessas de fidelidade, Blu sumiu e deixou sua amada rosa. Mas ó desgraça! A borboleta só voltou muito tempo depois.

- É isso que você chama fidelidade? – choramingou Rosalina. – Faz séculos que você partiu, e além disso você passa o tempo de namoro com todos os tipos de flores. Vi quando você beijou dona Gerânio, vi quando você deu voltinhas na dona Margarida até que dona Abelharina chegou e expulsou você... Pena que ela não lhe deu uma boa ferroada!

- Fidelidade!? – riu o traidor Blu. – Assim que me afastei, vi o senhor Vento Veloso beijando você. Depois você deu o maior escândalo com o senhor Zangão Papão que não parava de te paparicar, ficou dando trela para todo besourinho que passava por aqui. E o beijoqueiro do ZigZag que te beijou mais de cinco vezes e ainda voltou a tarde pra completar o serviço? Não vai falar nada sua leviana, ainda vem me falar em fidelidade!

Moral: Não espere fidelidade dos outros se não for fiel também.

Rosangela Ferris


UM ESQUILO METIDO A SUFISTA

E não é que esse sem vergonha é tirado a sufista, entrava no mar era jogado fora, retornava e outra vez atiçado bem longe, mas teimoso como era se infiltrou num barco de pesca e lá foi e
le para alto mar.
Eram dias perdidos no mar nem podia esquiar nem podia conversar o medo de ser jogado no mar era bem maior e a monotonia começava a dominar aquele esquilo espertalhão, mas nem tudo estava perdido e lá se foi o sem vergonha deitado na proa tomando sol, quando ouve uma voz grave gritando:
--Hei seu vagabundo você nunca desiste, pois bem se pensas que vai curtir a viagem como se fosse férias engana-se... Venha já trabalhar ou te jogo na boca dos tubarões...
Tremendo de medo o bicho seguiu o capitão que o levou direto para a cozinha, onde ordenou que fizesse tudo que o cozinheiro ordenasse.
E num vai e vem de tarefas o canguru se empanturrava de tanto comer, era um lambe de dedos que deixava o cozinheiro irritado.
No certo entardecer avermelhado, o esquilo todo folgado sobe na proa e avista milhares de baleias no meio do mar e se meteu numa roupa de nadador e lá foi ele ver de perto as monstruosas coisas que jogavam agua em esguichos,
Já escurecia quando resolveu retornar para o barco e qual é a surpresa o capitão o esperava bufando de raiva e segurando-lhe pelas orelhas levou até o salão onde gritou em brandos: você seu pivete desobediente vai ficar preso em correntes até retornarmos para casa assim nunca mais entra de penetra em barcos de pescadores. Passavam horas, dias e nada dele conseguir desembarcar numa ilha onde pudesse ficar e esquiar sem que ninguém atrapalhasse e num solavanco estrondoso o barco encalhou numa pedra foi uma correria, pega caixa daqui corre e salva coisas de lá e ele ali acorrentado gritando sem ninguém querer ajudar, o barco iria afundar e todos já entravam num bote deixando o pobre do esquilo ali amarrado.
--Socorro! Socorro! Gritava já sentindo a agua tomar o barco, perdendo as forças de se esguelhar para ser salvo ele desmaia e quando acorda está no meio da vegetação todo ensopado, levanta assustado olha de lado olha do outro e não ver que havia salvado...
Só sabia que se conseguisse retornar para casa nunca mais se metia a ser sufista...
E assim aprendeu a lição que lugar de animal não é se meter a gente nem querer competir com as artimanhas do homem nem com a fúria do mar...

Irá Rodrigues


A ALQUIMIA DA FELICIDADE

Era uma vez… no reino distante do Chumbo, quando predominava a noite escura da alma. O corvo “Black”, o veado “Chifrudo”, o peixe “Escamudo”, o pardal de telhado “Beirão”, o le
ão verde “Green” e a salamandra “Sandra”, fartos das queixas dos humanos, eternamente relacionadas com as suas dolorosas experiências de vida e, desta, com muitos pedaços perdidos, resolveram analisar a situação de modo a possibilitar transformação interior e fazer com que os humanos se sentissem mais felizes.
– Sempre que se fala em crise, os humanos ficam cheios de medo, mas é preciso entender que ela traz as necessárias sementes da transformação. Só vejo uma solução: Temos que pensar na fase de putrefação do processo alquímico. Há que começar por fazer a necessária alquimia transformadora, mudando algum chumbo no ouro da consciência de cada um – Diz o Black, parecendo mostrar-se à vontade para falar deste assunto.
– Como elemento água, não sei se haverá tábuas de salvação, mas eu posso dar uma ajuda… um jeitinho para banhar a matéria-prima – Diz o Escamudo, com a convicção que poderia não ser assim tão fácil, mas havia que tentar.
Atalha logo o Chifrudo – Como elemento terra, estou como diz o Escamudo, porque nos trilhos não há indicação do caminho, mas vamos tentar fazer alguma coisa.
– Separemos o trigo do joio, o que queremos e depuramos, pois há que clarificar as coisas com menos sofrimento – Diz o Beirão, convencido que mesmo sem tabuletas a indicar o caminho, estaria no caminho certo para a solução do problema.
– Retemperem-se os sinais do desafio pelo fogo, pois só assim haverá renascimento da vida – Diz a Sandra, muito senhora do seu focinho.
– Eu acho que chegou mesmo a hora de rever conceitos e não tenho dúvida que os humanos vão ter que fazer um trabalho profundo com o ego. Vocês sabem que eu represento o sal, como dissolvente universal, para outros sou o arsénico, mas independente disso eu estou ligado à energia vital, que une corpo e alma. Temos um árduo trabalho pela frente e de nada vale pedirmos que autorizem uma comissão de trabalho e esgotar tempo com a questão de liderança. E que tal começarmos já por utilizar o princípio volátil, inerte, que tem propriedades de combustão e corrosão de metais, juntando-o ao princípio fixo, ativo? – Diz o Green, começando logo a afiar as unhas, para se atirar ao trabalho.
Enquanto a Sandra começava a esboçar um esforço para atiçar o fogo, fez-se algum silêncio. Um deles olha instintivamente para o céu e depois olha para os restantes e diz – Há aqui qualquer coisa errada… não acham? – Os outros abanam a cabeça, negativamente, pois não estavam a ver qual era o problema. E continua – Podemos estar cheios de boas-intenções mas não veem o que nos falta? – Continuou o abanar negativo das suas cabeças – Então? É a matéria-prima! – Conclui.
– Ahhh… pois é! – Dizem quase todos ao mesmo tempo.
– Assim, não dá… pois não – Diz desconsolado o Green, mas levanta logo ânimo e continua – Parece que a solução é ser mesmo o humano a fazer a sua própria experiência, para provocar a sua transformação interior. E se a fizer bem feita, não parece haver dúvidas que resulta. Estou mesmo a vê-lo a sentir os raios dourados que se soltam do cadinho, em processo de síntese interna e que emergem após a conexão do eu consciente e o self divino. Depois disso é fácil captar energia, cocriar novas experiências necessárias à condução do seu destino. Feito o renascimento espiritual, o homem poderá dizer que fez a alquimia da felicidade e viverá feliz para sempre… nesta e noutras vidas.

Jorge Nuno


POEMAS


DE CAÇADOR A CAÇADO

Foi num domingo solarem-to
Que eu resolvi ir caçar
Quase que nem bulia o vento
Lá fui eu e a espingarda passear

Mas o sol era tão forte
Mesmo forte que eu nem sei
Não caçava nada, estava sem sorte
Debaixo de uma árvore me sentei

Pelo calor ou não sei
O que me havia de acontecer
A espingarda junto a mim guardei
E acabei por adormecer

Vindo um coelho por ali a passar
Lentamente a espingarda me tirou
Espantado foi o meu olhar
Quando a espingarda me apontou

Então amigo caçador
Com essa cara de nabo
Que se armava em senhor
Vai levar chumbo no rabo

Vá andando a correr
Que a espingarda vai levantar
E se eu ainda o ver
Vários tiros lhe vou dar

Não foi preciso repetir
Ai depressa que eu corria
Agora dá-me vontade de rir
Mas na altura não me ria.

João Antunes


O PINTAINHO E A RAPOSA

_ Olá Sra. Raposa como está vossemecê!
_Passeando por aqui.
_Que faz por aqui sozinho?
_ Vinha a pensar nem sei em quê,
Caminhando por ali
Agora já quase se não vê,
Não encontro o caminho.
A raposa ao vê-lo assim
Tão triste e desorientado
Decidiu acompanha-lo
_ Vem! Tua mãe deve estar aflita
Com o teu desaparecimento!
A raposa preocupada
Com o adiantado da hora
Usou a sua astucia para sair
Dali pra fora
Quando por fim encontrou
A Sra. Galinha que cacarejava
Aflita
Diz:_ aqui está o seu filhinho
São e salvo!
Comovida com aquele gesto
Porque não era suposto
A Sra. Galinha agradeceu
E retorquiu:_ nem tudo é o que parece

tulipanegra


FUI UM CÃO ABANDONADO

Vou contar a minha história,
Como um exemplo ilustrado.
Ainda tenho na memória, 
Quando fui abandonado !

Senti-me triste e perdido,
Passei fome e até chorei;
Estava tão desiludido
Com os donos que tanto amei !...

Lembro-me bem, foi no Verão,
Eles foram veranear...
Eu não pude ir, era o cão !...
Não me quiseram levar !

Pelas ruas a vaguear,
Houve alguém que me chamou,
Fui com o rabo a abanar
E esse alguém me acarinhou !

Fui atrás dele, contente,
Sorri de satisfação;
Senti que estava presente
Um dono de estimação !...

Deu-me banho e de comer
E um sitio p'ra me deitar.
Fui as suas mãos lamber
Pela gratidão de ali estar...

Como eu, há muito cão,
Que procura um novo lar:
Um dono com coração,
P'ra nunca o abandonar !...

José Manuel Cabrita Neves


NO RASTO DE LA FONTAINE

Bebo água da fonte
que me transporta
a novos horizontes.
Revelacões metafóricas,
parábolas meritórias,
saudações ao bom senso.
La Fontaine atemporal,
sabedoria contextual.

Formigas laborais:
exemplos rituais
aos que se abrigam na preguiça.
A raposa repaginada,
desdenha o que desejava:
da pequenez, alusão.

Verdades que se repetem,
moral e ética, cernes,
fábulas por opção.

rosangelaSgoldoni


O DESAFIO DO ROUXINOL

Estás a cantar, rouxinol,
No muro do meu jardim.
Estás a chamar lua ao sol
Como se chamasses por mim!...

Ouve lá, oh passarinho,
Eu sol ou lua não sei ser,
Só tenho fogo e vinho
Pra minha amada aquecer.

Pra nossa amada aquecer,
Ambos temos muito valor,
Diz-me, AC, quero saber,
Qual dos dois tem mais amor!...

O amor que Deus nos deu
Deve ser mui bem achado.
Cantas tu bem e não eu,
Mas sou eu o mais amado!....

© Acácio Costa


O LOBO E A RAPOSA

Um dia a raposa e o lobo decidiram combinar
De se unir como família, e de compadre e comadre se chamar…
Foram então os dois juntos um rebanho atacar
Mataram algumas ovelhinhas indefesas e estando presas
Não se puderam esconder. enchendo assim o papo
Uma delas sobrou, não a conseguiram comer
Resolveram abrir uma cova lá nos campos
E a pobre ovelha esconder
Para mais tarde comer
No dia seguinte, a raposa matreira decidiu infringir o acordo
Do compadre descuidado e vaidoso…
Porque se considerava esperto e manhoso
Ela dirigiu-se ao local, começou a comer sozinha com cuidado
Deixando o rabo de fora para dar a entender
Que a vítima estava ainda ali para se comer.
Quando o compadre lobo procurou sua comadre
Para o banquete fazer,
Esta lhe disse com malicia…
Puxa tu compadre deve estar uma delícia,
Tu sempre tens mais força!
Eu sou uma frágil mulher, com os braços a doer.
O lobo todo vaidoso pega no rabo da pobre vítima
Que mais nada tinha para comer…
Tinha sido devorada pela maliciosa raposa sem nada dar a saber!
Acabou caindo de costas de tanta força que fazia mas nos dentes só trazia
A cauda que a maliciosa raposa acabou por esconder!
Disse então á sua comadre, nunca mias em ti vou confiar foste traidora
E não to vou perdoar, encontro-me numa situação de desconforto
E humilhação, mas um dia vais pagar

Naná Ferreira Gonçalves


PLANALTOS MONTANHAS
VIDA DOS ANIMAIS

Algum de maravilhoso
Nos dias de outono
Torna-se tudo cor de fogo
folhagem que caí
algumas mais resistentes
Montanhas maravilhosas
Pedras lavadas ervas esguias
Troncos derrubados
Pelo tempo esquecido
E ressequido onde tudo respira outono
São imagens frias na manhã perdida
E fins de tarde
Pássaros se recolhem
Fugindo a geadas
Leopardos com fome
Seguindo caçadas
Os pica-paus cansados
Picando as árvores
As borboletas essas em germinação
Essas esperança de uma primavera
Onde as flores se abriram
Histórias recomeçam
Vindo dos animais

Olhos abertos esperando

O inverno já com problemas
Da caçadas

Maria Alice


A RAPOSA E AS UVAS

É fácil desprezar aquilo que não se pode alcançar
Em caminhos cruzados de uma uva e da raposa
A fome já era tanta que ficou a imaginar
Que bom seria saciar-se doce gulosa
De um cacho de uvas penduradas
Que do alto da parreira lhe estavam a acenar
Boas gostosas lindas adocicadas

A raposa olhou para elas e foi dizendo
Belas uvas ao luar estão pedindo para as comer
Mas com o escuro da noite não me entendo
Não distingo se estão verdes nem sei o que fazer

Pulando pulando mas sem sucesso que agitação
Ah se elas estiverem madurinhas é que vai ser
Olha já inquieta para uma folha que cai no chão
Ah que vontade de tanto que as apetece comer

E seria a vontade mais do que a fome sentida
A uva do alto da parreira sossegada lhe acenou
Então senhora raposa deixa-me assim já vencida
Porque ela já de rabo entre pernas se retirou

Afasta-se dizendo que as uvas estariam verdes
Altas estavam sem as poder tão pouco alcançar
Muitos na vida morrem sem matarem suas sedes
Porque graciosamente desistem sem querer ganhar

Ana Bárbara S anto António
Musa

MUTAÇÃO

Faz-se um escuro sufocante
carcereiro da outrora liberdade
dos passeios pelos galhos
na verdura camuflagem
Sei que cumpro uma passagem
num portal feito clausura,
como castigo temporário
em que a dormência tece
a mudança necessária
Faz-se escuro como a palheta
do artista deslumbrado
ante todas as cores
com qual delas pintará
o desenho feito flores
Teço a mim como o artista
dando tons ao botão alado
que da casca se despede
alçando o vôo da liberdade

Marilda Raposo Monalisa


PATO ESPERTALHÃO

Pato patusco
bom de goela
todo encrenqueiro
desafiou sua turma
abrir a tramela do galinheiro.

Só vale usar o bico
virando para direita
enquanto vocês tentam
fico de olho só na espreita.

Aos quacs quacs
rolava as gargalhadas
vendo seus amigos
em grande patetada
assustar a galinhada.

Mas a ideia do
pato caiu por
terra, foi ao chão
ele era o pateta
pois pelas mãos de seu dono
virou um belo assado no fogão.

Rosiane ceolin


…A CORRIDA DA RAPOSA E DO CARACOL…

Ó amigo caracol
Vamos fazer uma aposta
Fazer uma corrida
Quem primeiro chegar
O prémio irá ganhar

O caracol matreiro
Logo disse para a raposa
Eu vou chegar primeiro

Há,há,ria a raposa
Vou ganhar de certeza
Sou ligeira a correr
Amigo não vais vencer

Vamos lá marcar a meta
E começar a correr
Só depois se irá ver
Quem é que vai vencer

O caracol manhoso
Para o rabo da raposa saltou
Ao chegar perto da meta
Para a frente se mandou

A raposa toleirona
Pensando, já ganhei
Volta-se então para trás
E pergunta! Ó compadre
Ainda vens muito atrás?

O caracol sorrindo
Respondeu todo ufano
Comadre eu já cheguei
O prémio eu ganhei

A raposa admirada
Com a vitória do compadre
Parece impossível como ganhou
Se a passo de caracol andou

Aqui fica provado
De vagar se chega longe
Não vale a pena correr
Assim nos diz o ditado

Amelia Amado


SOU CORUJA

Sou coruja
Com meus hábitos notívagos
Com meu piar ,a morte vou lhe avisar
Voos silenciosos sempre vou dar
Alimento-me da noite de amar
Vivo sem lar
Quanto mais coruja sou
Mais longe vou
Noites se vão
vago na escuridão
acompanhado dessa solidão
sem regras ,sem coração
Vivo entre profanos anjos do amor
Pouco a pouco ,o dia chegara
E… assim la se vai outro luar
Espíritos da noite
Estão a me guiar
Para ti sempre te amar
No auge do meu olhar.

Guilherme Gavazzoni

O SÁBIA E O ASSANHAÇO

Á manhã que se anuncia,tem o sábia
Na árvore da vizinha,que a cantar me alegra,
Para depois vir mais a cantar os assanhaços e
As frutinhas de pitangas estão a comer,é o seu

Desjejum do amanhecer,com isso os 
Cantores da manhã trazendo amores seus,
Também com o seu cantar me distraio e penso,
Como é lindo os seus gorjeios,nas árvores,

Poderem ter o mínimo de liberdade e ternura,
Como se fosse as matas,de onde os predadores
Os aprisionam quando não mata,para seu ego
satisfazer
E depois ficar a comentar,eu peguei ,

Engaiolei,somente para o meu prazer,que pra
Ele possa cantar,sem saber que o seu cantar
Será de tristeza,pois eles gostam de viver ,
É na natureza

Nilce Rosa Dos Santos.


TARECO E BOBI

Não venhas com falas mansas,
Com miados ternurentos...
Eu não aceito mudanças,
Nos nossos comportamentos !

Cá em casa mando eu !
O meu nome aqui é BOBI.
Se fores mexer no que é meu,
Não te queixes se eu mordi...

Senhor Bobi, sou um gato,
TARECO é meu nome aqui.
Sou um animal pacato,
Tu é que mandas ! já vi !

Não precisas te zangar,
Eu quero ser teu amigo
Por isso, vou-te provar,
Que não me zango contigo !...

Tua função é ladrar.
A minha é caçar ratos.
Podemos os dois brincar,
Como dois cães ou dois gatos !

Já me estás a convencer...
Então as pazes fazemos !
Eu não te vou mais morder
Tu, arranhar, muito menos !

Podemos dormir a sesta,
Os dois no mesmo sofá.
Não há vida como esta,
Quando a dona não está cá !...

José Manuel Cabrita Neves


UM ESQUILO SEM GRILO! (CONTO)

Certa feita, num bosque encantado...
Vivia um esquilo totalmente sem grilo.
Cuca fresca ...leve como que, este
animalzinho deslizava por entre as
ramagens fresquinhas em busca de
alimento... meditando:
_ Vocês sabem amiguinhos, qual é
sua gula preferida?
Pois bem! Está gula preferida do
Esquilo é...é...é...? Ninguém sabe?
Biccccccccccccccccooooooooooo.
Vou falar ...sabe cumé né?
Eu curto mesmo meus camaradinhas...
É a castanha... Salivou:
_Castanhas...glut...glut.
Minhas preferidas são as nozes.
Nozes? Pecan...(no Brasil) ...
Avelãs...snifff. ... Eu me acabo!
Ando por aí sem grilo cavando...
pesquisando as ócas... a caça.
Me divertindo com outros amiguinhos
Em busca de amizades e sobrevivência.
Resvalando na "cadeia alimentar"...me
safando...vou levando a vida.Vida de
esquilo. Totalmente sem grilo...

Moral da História: A Amizade ultrapassa preconceitos.

José Manuel Cabrita Neves

NO RASTO DE LÁ FONTAINE

A Cigarra E A Formiga
Porque andas formiga
Sempre a trabalhar
É melhor fazer como eu
Que passo a vida a cantar

Cigarra não te invejo
Pois de verão só cantas
Mas quando chegar o inverno
Nada tens para a janta

És uma parva formiga
Com este calor a trabalhar
Eu estou regalada na sombra
Entretida a cantar

Olha lá ó cigarra
Uma coisa te vou falar
Quando chegar o inverno
Escusas dá minha porta bater
Para te dar de comer

De inverno ó cigarra
Vais de fome morrer
Vai comer das cantigas
Que te encham a barriga

Amelia Amado


AMOR Á PRIMEIRA VISTA

Havia uma gatinha, a Dolly que vivia
numa casa feliz mas sentia muita
solidão em seu lindo coração...
Certo dia, ouviu ladrar à porta e
quando viu aquele lindo cachorro
Seu coração disparou e sentiu logo
um arrepio e um sentimento doce!
Aquele cão era lindo e tinha os olhos
cor de mel, que transmitam muita ternura...
Reparou que ele estava triste e tremia
e aproximou-se dele e logo lhe perguntou
seu nome e o que fazia ali...
O cachorro, muito meigo, falou que fora
abandonado e que estava com fome
e muito triste...
A Dolly, enternecida, quase chorou com
a sua história e sentiu que estava apaixonada
pelo Tom e logo foi-lhe buscar comida.
A dona da casa enxotou o cão com uma vassoura
e a Dolly chorou e ficou muito triste...
Não aguentou mais que duas horas e resolveu fugir.
A correr, ia perguntando aos animais e foi encontrar
o Tom na floresta, que estava encolhido e a tremer.
Ao ver a Dolly, sorriu e ela rosnou e deu-lhe miminhos!
Disse-lhe que gostava muito dele e pediu-lhe
para voltar com ela...Ele concordou e ficaram ali,
algum tempo juntinhos a trocar carícias...
Quando apareceram a casa, todos ficaram felizes
em ver que a Dolly tinha regressado e aceitaram o seu amigo.
O Tom sentia- se feliz naquela família,
ao lado da sua amiga tão especial, com quem dormia no seu
cestinho quentinho e perfumado...
Agradeceu a Deus por ter encontrado a Dolly
e aquela nova família!
Todos os dias, Tom e Dolly brincam contentes,
ambos não estão mais sozinhos e sentem um carinho
e um amor lindo um pelo outro!!

Bernardina Pinto


… E O COELHINHO SAIU DA TOCA!...

… E o coelhinho saiu da toca!...
Podia ser este o princípio da história,
Mas vamos devagar… pois este será o fim
Em que sai aclamado… em louvores.
O coelhinho não saía da toca…
Teria medo de ser bem sucedido ou da vã glória?
Receios infundados do caminho, do capim?
Ou julgava-se incapaz de enfrentar os predadores?
Estava inseguro e insatisfeito com tal imagem,
Só via escuridão e uma ténue luz ao fundo,
Tinha sopros ao ouvido, mas faltava-lhe coragem.
Sem ousadia, não conquistaria o mundo!
Até que um dia, de forma inesperada e com garra,
Ao pensar saciar-se nas límpidas águas das fontes
O coelhinho rompeu a amarra
E resolveu rasgar horizontes.
Refeito do primeiro passo, hesitante,
Saltou, correu pelos verdes prados,
Descobriu um mundo extasiante
De experiências novas, criatividade e saberes partilhados.
Eufórico, vibrante, tenaz, capaz de tudo mudar,
O seu estado de alma – nunca antes se sentira assim –
Levou-o, candidamente, a pensar em voar!
Para isso, entendeu que bastaria um Plim!...
Como um toque de varinha mágica,
Eis que o coelhinho voava… voava…,
Sem se saber de onde vinha esta lógica.
Seria truque de cartola ou algo mais forte o elevava?
Não sei se por divinas centelhas…
Garanto: ninguém o puxou ou atirou pelas orelhas!

Tal como o coelhinho (que finalmente saiu da toca e até conseguiu voar!)…

Devemos ir atrás dos nossos sonhos
(Evitando a revelação a quem vive de pesadelos),
Acabar de vez com pensamentos tristonhos,
Criar uma bela aura sobre os nossos cabelos,
Tirar da gaveta projetos adiados,
Exorcizar os nossos fantasmas febris,
Deixar fluir as ideias, ser ousados,
Acrescentar à nossa história um final feliz!

Jorge Nuno


MAGIA DE (EN)CANTAR

Canto potente!

Magia de cigarra...
Vai caindo o fim de tarde,
E logo a gente sente
Aquele ‘ventinho’ gostoso,
Que sopra pelo ar!

Hum...
Mormaço dengoso...

Junto ao falar estridente
De cigarra danada,
Que exige:

‘Amanhã faça sol ardente!
Durante o dia inteirinho...’

Que é pra toda essa gente
Vestir pouca roupa!
Brincar, sorrir,
Namorar à beça,
Aqui, acolá...

Cigarra que canta feito louca!
Vibra melodias altíssimas,
Até ficar quase rouca!

E faz a gente sentir na pele
A vestimenta da paixão!
Ah... Essa moça feiticeira...
Quando canta ao longe,
Bem forte!

Encanta...

E provoca dentro da gente,
Sem muita explicação,
Arrepios doces...
Suores de verão! 

Patrícia Zago


LIÇÃO DE VIDA

A cigarra com o seu canto belo, 
Nos outonos da vida, em manhãs
Que o sol e o vento completam
As lindas paisagens.
Vem então , a formiga valente,
E não dá ouvidos ao canto da cigarra,
Pode até achar bonito, mas acha que
É preciso , que além do canto a cigarra
Tem de pensar no dia de amanhã, colhendo
E reservando alimentos, para no tempo,
Das outras estações alimentar-se.
Diz então a formiga:- teu canto tem beleza,
Mas não põe o pão, em tua mesa o ano inteiro.
Vês como trabalho bastante, levando meu alimento,
Para nas invernadas eu ter o que comer, nas estações
Escassas, já outros esbanjam, nada reservam, e estragam.
Não pensam no amanhã, mas cada um tem seus hábitos,
Sofrem os que não poupam, e regozijam-se os que guardam!

Lição de vida exemplar, para todos nós segui-la!

Vanuza Couto Alves


A CIGARRA CANTADEIRA

Agasalhada na folha
Amarela do Outono,
A chuva assim não me molha,
Posso dormir o meu sono !

Sou cigarra cantadeira,
Animo os campos no Verão;
É esta a minha maneira
De ganhar direito ao pão...

No Outono e no Inverno
Vou a casa da Formiga,
É assim que me govérno:
Ela agora é minha amiga !...

No Verão encheu o celeiro,
Para ter comer quando chove;
Eu cantei o Verão inteiro,
Comigo ela se comove...

Estou na rua ao frio e ao vento,
Manda-me a Formiga entrar:
Dá-me agasalho e alimento,
Para me recompensar !...

A nossa história mudou,
Hoje sou elogiada !
A função que me calhou
É animar a bicharada ...

Neste mundo, cada qual,
Desempenha uma função...
E eu, sou o animal,
Que faz a animação !

Divirto pois a Formiga,
Com o meu canto de Cigarra:
Ela arrecada a comida
Enquanto eu toco a guitarra !...

José manuel cabrita neves


Fábula XIII do Livro II de La Fontaine

O CAVALO QUE SE QUER VINGAR DO VEADO

nem sempre
aos homens serviram
cavalos, burros e mulas
uns nas selvas habitavam
outros comiam verduras

e nesse tempo de antanho
nem ouvir contar soía
de albardas
selins, arneses
seges, coches
ou banquetes
peva disso até havia

senhor cavalo
valentão
em querela se lançou
com o veado mais ligeiro
pelos campos em discórdia
alcançá-lo nem ousou
quedando-se o alazão
num rancor de represália

o cavalo espertalhão
ao homem pede conselho
este vendo ocasião
rápido arranjou um freio
e p´ra cima lhe saltou

e ali
logo pensou
belo repasto vou ter
veado
apanhado foi
e a felicidade ´
é dos dois
cavalo e homem
era ver…

despede-se
o nosso amigo
prazenteiro e fanfarrão
mas ai…
coitado do bicho
vivia na ilusão

o homem
sabendo agora
que bons préstimos teria
rápido fez possessão
da pobre da montaria

cavalariça
alimento
rédeas curtas
grande engano…
assim nasce
a obediência
do animal
ao humano

era tarde ao imbecil
admitir a asneira
de que serviam manjares
se a liberdade fugia
e o benfeitor aliado
converteu-se no algoz
votando-o à canseira

daqui se tira a lição
de quem a vingança quer
o bem que assim se comprar
por mais caro
que possa ser
o preço pago por ele
sem liberdade
não vale
o esforço de se vingar

Ana Claré 





A ADMINISTRAÇÃO DO SOLAR DE POETAS AGRADECE A DEDICAÇÃO E EMPENHO DEMONSTRADA NA ADESÃO A MAIS ESTE DESAFIO E CONGRATULA-SE COM A QUALIDADE DOS POEMAS/FÁBULAS JÁ APRESENTADOS

FELICITA O VENCEDOR DO 3º E ÚLTIMO DIA DESTE NO RASTO DE LA FONTAINE...NO SOLAR


IRA RODRIGUES 13
ROSA FERREIRA 12
ANA PAULA MOUCA 11
AMÉLIA AMADO 10
BERNARDINA PINTO 10
JOSÉ MANUEL CABRITA NEVES 10
ROSÂNGELA FERRIS 9
JOÃO ANTUNES ANTUNES 9
BETINA MARCONDES 9
HELANDO MARQUES DE SOUZA 7

VENCEDOR

"NO RASTO DE LA FONTAINE"

o beija flor e a abelha...



Certo dia voltando da escola o beija flor pousa na mais linda flor que ver do alto do seu voo.
Mas ao tocar seu bico comprido na flor solta um grito:
--Ai, ai, aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii quem tá ai dentro que me deu essa horrível ferroada?
E sai da flor uma abelha com cara de poucos amigos, empina suas antenas e diz:
-- Sou eu sim senhor beija flor intrometido de uma figa, aqui nunca foi seu espaço então trate de sumir antes que leve outra ferroada...
--Você não pode ser dona de toda essa floresta de todos os campos de todas as flores, gritou esfregando a cabeça num galho seco para aliviar a dor da ferroada...
--Sou sim e posso provar: quem alimenta as colmeias, quem fornece o melhor mel da região, quem poloniza as florestas? Por acaso é você seu intrometido?
--Oras! Eu também colaboro com a natureza e também tenho as cores mais exuberantes que encanta o mundo, meu voo suave se exibiu o beija flor sacudindo suas asas azuladas... Acrescenta e você sua minúscula... Eu sou bem maior....
--RÁ, RÁ, RÁ... Grande coisa, ninguém se alimenta dos seus encantos de mim sim tenho serventia na vida, sou pequena no tamanho e grande no meu valor diz a abelha fazendo zum, zum, zummmmmmmmmm...
---Eu posso voar mais alto e mais rápido, posso até levar você onde desejar assim não se cansa...
Desdenhando do beija flor a abelha começou a zumbi a sua volta deixando irritado...
--A deus é tarde preciso chegar em casa antes do escurecer, um dia ainda vamos nos encontrar disse o beija flor alçando o mais suave voo, enquanto a abelha voltava a sugar o néctar das flores para alimentar sua colmeia...

Moral da história: nunca subestime o valor do próximo, cada um traz dentro de si as suas qualidades...

Irá Rodrigues

PARABENS IRA






A ADMINISTRAÇÃO DO SOLAR DE POETAS AGRADECE A DEDICAÇÃO E EMPENHO DEMONSTRADA NA ADESÃO A MAIS ESTE DESAFIO E CONGRATULA-SE COM A QUALIDADE DOS POEMAS/FÁBULAS JÁ APRESENTADOS

FELICITA O VENCEDOR DO 2º DIA DESTE NO RASTO DE LA FONTAINE...NO SOLAR

IRA RODRIGUES 19
ACÁCIO COSTA 18
NANA FERREIRA 17
JOAQUIM BARBOSA 17
JOSÉ MANUEL CABRITA NEVES 16
ROSIANE CEOLIN 14
BERNARDINA PINTO 14
MARGARIDA CIMBOLINI 12
ANA BÁRBARA SANTO ANTÓNIO 12
ROSÂNGELA FERRIS 12
MARIA MORAIS DE SÁ 12
MARILDA RAPOSO MONALISA 11
FRANCISCO-TITO MELLÃO LARAYA 10
MESSIAS APARECIDO DA SILVA 10
ROSÂNGELA GOLDONI 9
GUILHERME GANAZZONI 9
ANA CLARE 9
MENA LOBINHA 9
AMÉLIA AMADO 9
ELDER PRIOR 9
NILCE ROSA DOS SANTOS 8



VENCEDOR


"NO RASTO DE LA FONTAINE" 


Belina uma tartaruga metida a besta vivia debochando de todos os outros que viviam na sua região um quintal arborizado onde vivia com seus irmão amigos e seus pais. Só tinha uma diferença a Belina sempre foi metida e se achava a mais linda e poderosa entre todos ali.
Certo dia chega ao cercado um macho todo empolgado e logo Belina metida fica interessada pelo garboso Juca e querendo puxar conversa perguntou:
-- o que você traz ai nessa mala?
O garboso Juca com ar sisudo vira-se para Belina:
-- Para que quer saber? Se nem ao menos sei quem é você.
Belina furiosa virou-se e foi se aquietar num canto onde o moço garboso estava encostado.
--Balançando a cabeça cascuda ela diz: se não que mostrar com certeza é estrume de vaca que pegou do curral...
--Vá se danar não te devo satisfação sua metida a besta, fedida e nojenta. Você só sabe debochar dos outros sempre me tratou mal que interesse é esse agora?...
Ao falar assim Belina empinou a cabeça de curiosidade e se mostrando dócil deu uma bela corrida parando ao lado do moço garboso...
--Soltando uma bela gargalhada o moço se afasta dela e dando uma cambalhota diz desdenhando:
-- você quando jovem esnobou de todos a sua volta agora que está velha cascuda e rejeitada fica querendo agarrar um idiota, comigo não sua metida eu tenho minha companheira e você que fique ai abandonada sem ninguém para te esquentar no inverno...
Furiosa a Belina tenta outra investida e fingindo grita: Ai, ai, ai, acho que machuquei minha perninha...
E quando Juca se aproximou para ajudar Belina se agarrou a ele e tacou-lhe o maior beijo na boca deixando-o tonto e sem folego...
Ali nascia o mais doce caso de amor entre duas tartarugas uma metida e o outro humilde e garboso.

Moral da história- Juca hoje aprendi uma grande lição diz belina toda melosa...
Melhor tentar entender a vida do outro que criticar e se arrepender...

(Irá Rodrigues)

PARABENS IRA






A ADMINISTRAÇÃO DO SOLAR DE POETAS AGRADECE A DEDICAÇÃO E EMPENHO DEMONSTRADA NA ADESÃO A MAIS ESTE DESAFIO E CONGRATULA-SE COM A QUALIDADE DOS POEMAS/FÁBULAS JÁ APRESENTADOS

FELICITA O VENCEDOR DO 1º DIA DESTE NO RASTO DE LA FONTAINE...NO SOLAR
JOAQUIM BARBOSA 20

FRANCISCO-TITO MELLÃO LARAYA 19

ROSÂNGELA FERRIS 17

MARGARIDA CIMBOLINI 15

ROSIANE CEILIN 14

AMÉLIA AMADO 14

PATRICIA ZAGO 14

JORGE NUNO 13

IRA RODRIGUES 13

BERNARDINA PINTO 13

VALTER SILVA FERREIRA 13

JOSÉ MANUEL CABRITA NEVES 12

VANUZA COUTO ALVES 12
ROSA FERREIRA 12
ANA CLARE 9
NANA FERREIRA 9



VENCEDOR

NO RASTO DE LA FONTAINE


REI LEÃO

Fui na selva procurar
Um animal com quem falar
E apareceu-me um leão.
Com uma voz de encantar
Perguntou se ia ficar
Ali tipo camaleão?

Retorqui no mesmo tom
Como está Sr. Leão?
Acabei por perguntar.
Apanhei um susto bom
Nem varinha de condão
Me poderia libertar.

Afinal falava o rei
Ia perguntar-lhe não sei
Ele é o rei dos animais.
Foi quando comigo dei
Assustado ajuizei
Ali não voltava mais.

Despedi-me do leão
Com um aperto de mão
Mas que susto que apanhei.
Voltei ao meu galeão
Comi um pouco de pão
E para mim mesmo jurei.

Não ir embarcar na loucura
De fazer nova procura
Dum animal que falasse.
Disse para mim com agrura
Se voltasse noutra altura
Em que não houvesse impasse.



Joaquim Barbosa

PARABENS JOAQUIM





NO RASTO DE LA FONTAINE

No caír do Outono, na nostalgia da chuva, da folha que tomba, do sol que se esconde, um desafio diferente .

Reencarnar o pensamento de La Fontaine, fazendo com que os protagonistas sejam os próprios animais... em poesia ou conto - ou mesmo conto poético.

Um recuo no tempo em que os animais falavam...

Sexta , Sábado e Domingo, convidamos os nossos poetas a escrever Fábulas... os animais falando..., contando as suas aventuras e desventuras...

A nova Cigarra , a Raposa..., etc

Como nos eventos anteriores, diariamente será efectuada uma contagem dos comentários e CURTIR/gosto, apenas um voto por pessoa..., e ao mais votado do dia será atribuída a habitual MENÇÃO HONROSA. Uma só menção por autor... A Administração reserva para si o direito de atribuir outras Menções que ache se justifiquem.

A publicação é feita no SOLAR DE POETAS precedida do prefixo NO RASTO DE LÁ FONTAINE

Seria interessante que as Fábulas fossem ilustradas por fotos ou pinturas de animais referidos nas mesmas...

Os trabalhos publicados a partir das 23:30 horas de cada dia, serão incluídos para efeito de contagem do dia seguinte, com a excepção do ultimo dia, em que a contagem terminará as 24:00.

Nas suas linhas gerais, as regras seguem a linha dos eventos anteriores. Alguma dúvida, deve ser-nos colocada para que seja esclarecida.

Venha de lá essa inspiração, poetas... e divirtam-se

Solar de Poetas


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