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O Entrudo no Solar
Colectânea de Poemas
Tema:
O ENTRUDO NO SOLAR
Carnaval
Carnaval lembra,
folia e alegria,
energia positiva,
vinda e emanada
dos corações,
dos foliões.
Harmonia se dá,
plena e completamente.
Lugar, onde não existe credo,
não existe cor,
só existe o interesse,
na promoção da alegria.
É uma comunhão
de sons,
de melodias,
de movimentos,
de enredos.
Cantando e contando
estórias de nossa história
de nossos costumes,
presente ou passado.
Pessoas engajadas,
se deleitando,
fazendo parte de um espetáculo,
com uma sensação ímpar,
de euforia,
dessa imensa festa.
Sandra Almori
Vai! Estampa nos muros,
Diz na cara lavada
Dos descrentes,
Cospe na verdade
E lambe o sal das mentiras,
Porque hoje que os tambores ruflam,
Meu coração veste-se
De escarlate fantasia.
É carnaval, o peito pulsa,
A carne grita,
Visto a máscara,
Rasgo a fantasia.
Vai! Pinta de tristeza
Ou de alegria a cara
Do palhaço que nunca mente.
Ele ri da dor que sente
E faz chorar quem quer sorrir.
Vai, desce a ladeira, desce do pedestal
Da tua ilusão, abraça a tua carne fria,
Antes que a noite seja um dia
Sem fantasia e sem carnaval.
Ednar Andrade
É carnaval ninguém leva a mal!
Que se alegrem os corações
Mesmo sem tolerância de ponto
Que não faltem foliões
Ponham a mascara e pronto.
Melros que mascarados andam
Durante o ano inteiro
Todos os dias festejando
Passam o carnaval no poleiro!
Mesmo a ver euros por um canudo
Não deixem de saltar ao entrudo
Não deixem de se alegrar
Troikem a tristeza pela alegria
Que hoje haja muito folia
Para amanhã Deus há-de dar!
Abílio R.Aires
Sem se zangar
Hoje é o dia, de se mascarar,
E brincar sem se zangar,
Dizer tudo que lhe vai na alma,
Com sorriso na boca, rasgado de ironia.
A verdade é minha veste,
Minha melhor fantasia
Hoje é o dia, …então!
Senhor político, senhor patrão!
Lembrem-se, não temos pão!
O nosso tostão,
Mascarado de rico euro… com bolso furado, partiu para troika,
Os nossos velhos que morrem á fome,
Os jovens sem estudar… não há ajudas do governo e os pais não podem pagar.
Empregos nem velos, tudo sem trabalhar, o nosso Portugal,
Já não está no charco, desapareceu de tão grande que é o buraco.
Senhor politico, tire a máscara e vá correr o carnaval,
Pois o povo vai para a rua cantar… já não adianta chorar.
Senhor politico, disfarce-se de pobre,
Divirta-se com a fome!
Celeste Seabra
DANÇAS DOUTROS CARNAVAIS
Não me venhas de novo a seduzir
com conversa fagueira
e jogos imorais.
Rasga-me esta máscara
e presenteia-te, por uma vez,
com um favor singelo:
não mintas mais.
Disfarces para quê
se tu não és faceira?
A ti, bem te conheço,
de antanho e de ginjeira,
das danças tristes, funestas,
doutros carnavais.
Aníbal Raposo
Máscara de Carnaval
Escolhi a máscara de Carnaval
Com todo o meu cuidado,
Lembrei-me do meu Portugal
Que tem andado tão mascarado.
Pensei mascarar-me de palhaço,
Não, não me apetecia rir,
Afinal, figura de palhaço já faço
Com tudo que tenho de ver e ouvir.
Talvez escolha bobo da corte,
Com tantos reis e aristocrata,
Poderá ser essa a minha sorte.
Não, já sei, vou sair de mendigo,
Até já me puseram a andar à pata.
Isto está mau, meu bom amigo.
Francis Raposo Ferreira
Carnaval
Mascarai-vos minhas gentes,
Mascarai-vos que é entrudo,
Mas não fiqueis indiferentes
A quem quer mascarar o mundo.
Mascarai-vos, brincai com alegria,
Esquecei toda a dificuldade,
Zombai de quem, com hipocrisia,
Vos mente com a maior facilidade.
Mascarai-vos de cabeçudo,
De linda e imaculada donzela,
Mascarai-vos de donos do mundo.
Mascarai-vos de alegre Arlequim,
Palhaço, Burro ou de Floribela.
Nunca de sonho a chegar ao “Fim”.
Francis Raposo Ferreira
Máscara
Envolvemo-nos em fantasmas; Ilusões...
Vestimos roupagens, multifacetadas...
Puxam-nos aos empurrões
Afastam-nos das cidades desalentadas...
Com displicências e maledicências,
transformamos a vida em folia.....
Dançamos secretamente e com resistências,
Ao pôr-do-sol e trazemos graça e simpatia....
São foliões; imagens grotescas de políticos
São mandriões; são máscaras pintadas,
de azul, branco, vermelho, seres malditos....
E o carnaval acompanha-se de dançarinas afogueadas....
Máscara esconde o presente; estamos cegos, e a realidade?
Trocamo-la por momentos de euforia,
Vale mais na vida traiçoeira, a alegria,
Que a tristeza e mentira sem verdade..
Calamo-nos; a crise é silêncios amordaçados,
despir-me-ei de máscaras com novos propósitos desenhados....
Mas se no meio do poema a máscara reside
finge-se amor em vez de traição; e a vida não existe...
Cantemos o luar
junto ao mar
e para amar
nos vamos desnudar....
O existir é sonhar,
murmurar,
as emoções vivenciar,
lutar.
Agostinho Borges de Carvalho
Carnaval é alegria!
Tempo de Carnaval é de fantasia,
dançar, cantar, partidas e divertir,
passar bons momentos de magia,
alegre, despreocupado e a sorrir.
Vive a vida com muitas alegrias.
O Carnaval é tempo de diversão.
Aproveita muito bem estes dias...
O Carnaval faz bem ao coração!
Bernardina Pinto
No ar,
um tempo desbota o anoitecer
recolho a monotonia
estendes o desejo
esparramo as serpentinas
exalas o lampejo
no olhar
um tempo de lamparinas
amor divertido
luz em ritual
tambores
tremores
afinal, é Carnaval...
Carmen Silvia Presotto
Vidráguas
Coloco a máscara,
Aquela que me resguarda,
Escudo me é no coração,
A máscara do meu rosto,
É pura contradição!
Dificuldade na escolha,
Quando se cruzam na alma,
Deusa de Olimpo?
Sorriso de Gioconda?
Lágrima de Pierrot?
Tágide do meu rio Tejo?
Musa Euterpe ou Erato?
Ou…
Pinto simplesmente o rosto,
Purpurinas, ouro e prata?
Quisera viver o Entrudo,
Sambar-me ao som da flauta,
Dançar nas águas do rio,
Voar no espaço celestial…
Quisera eu pintar a tristeza,
Com sorriso de cristal,
Tudo sou num só poema,
Na quadra do Carnaval!
Cai-me a máscara ,
Dissimulado disfarce ,
Do que sou… e já não sei,
É-me ficção o real…
Cristina Correia
Como te quero e admiro
Máscara de Carnaval ...
Máscara querida,
Porque não és fingida ...
Tu não mentes,
Dizes o que sentes,
És o que és ...
Fica connosco
O ano inteiro;
Ensina o homem
A ser verdadeiro;
Tapa-lhe a cara
De máscara disfarçada,
Que faz do mundo actual,
Um terrível
E constante Carnaval.
Sol Poente
Baile de Máscaras!
Vens então revestido de máscara,
Nesse baile do amor que escondes,
Qual coração tu salvas e aonde?
Tal dor estampada ainda não pára!
Teus desejos tolhidos pelo medo,
De amar e ser tão amado de fato,
Temes ser feliz, disseste com recato,
Fazendo desse amor teu brinquedo!
Inebriado em lábios tão sedentos,
Bebias desse sabor em teus braços,
Agora, desejas ter tais momentos!
Vivendo sem máscaras nessa vida,
Dançarias esse amor em compasso,
Nesse passo, dirias: vem querida!
© SOL Figueiredo
Carnaval:
Tempo de sonhos concretizados,
Sorrisos iluminados,
Fantasias desabrochadas,
Folias degustadas
E a vida extasiada!
Rogoldoni
17 02 2012
Carnaval
Soa a corneta
nos ares desta velha
e inóspita terra
Chama a farra
e a folia
à ordem do dia
Incentiva ao berro,
ao grito e ao protesto
mas alguns transformam-no
em peido e arroto, coisas
brejeiras e vãs.
Carnaval é mais do que
Carnaval, é época
de não levar a mal
é tempo de disfarçar
sem azedar.
Lurdes Beckenbauer
Euforia
Vá saltem do sofá, gritem de alegria,
Cantem seus eufóricos maníacos dos disfarces!
Saltem a passo apressado, que hoje está o dia quase passado.
Procurem no baú, roupas arrojadas,
Cores que berram roucas de estar guardadas,
Na rua, parece uma calçada de ouro,
Estouram vozes empolgadas,
Palhaçadas feitas no momento!
E porque não entrar na galhofa?
Vá tira o nariz vermelho, põe a cabeleira com cores,
Finge que és político, ou veste-te de flor!
Podes tirar o fato de grego troiano,
Em troika encalhado sem qualquer valor
E hoje, tens o tempo contado, sem saber se tens feriado.
Entrudo mascarado de carnaval e furor.
Celeste Seabra
CARNAVAL
Exuberante de cores e folia
Tudo deixas para te baldares
Na fantasia daquele dia.
Exuberante e eufórico
Deixas de ser aquilo que és
Para seres uma fantasia.
Exuberante de alegria
Vazia passas a ser a figura
Da alegoria que és.
Fantasias a vida.
Fantasias a própria alegoria.
Fantasia que é o que és!
Fernando Figueirinhas
Alegria dos meus dias
Fantasiar o coração
Ser o trajeto dos amores
Foliar cantando encontrando
Travestido de folia
Foleando cada momento
Realizando meu tempo
Vivendo o carnaval
Musicalizando a estória
Personagens que revive
Fazer do escarnio a alegoria
A festa para sorrir
Ser sério e pujante sem perder o romance
Bailar com a leveza do ar
Transpirar com desenvoltura
Arrumar a postura exibir-se e provocante
Paixão com ou sem as cores
Provocar os rumores
Erotizar a situação com beleza e frescores
Cadenciando os passos
Ferver nos abraços
Refrescar-se com os beijos
Satisfazer os desejos
Água em seu manancial
Florescendo e queimando
Provocando a imensa magia
Escandalizar...
Como uma rosa escarlate
Viva em seu carnaval
Hélio Ramos de Oliveira
“Carnaval só nosso”
Vestidos de arco-íris vamos pelo salão
No compasso patente desse louco amor.
Ao conhecer na pele o toque da tua mão
Antevejo paixão nos teus braços, Pierrot.
Sem máscaras agora, somos apenas nós
Brincando na fantasia, que nos alucina
Esquecendo o tempo, esse nosso algoz
Recheamos de encanto cada verso, e rima.
O intenso brilho do teu olhar afiança
Que não haverá cinzas na quarta- feira.
E o sabor da boca acorda a esperança
Que chega vestindo a alma, sorrateira.
Alegria rara, de repente nos envolve
No enredo desse amor, rumo certeiro
Desatina o coração, embriaga, absorve
Diz que vai ser carnaval o ano inteiro.
Glória Salles
O CARNAVAL
Carnaval é a alegria
a passar pela avenida
passa gente pelada
passa gente vestida.....
Passam as belas mulatas
a requebrar a beleza
sambam até o sol raiar
sob os holofotes da realeza...
Passam a velha guarda
sambando a sua saudade
é a força dos mais velhos
com a força da mocidade....
Balançam os esqueletos
ao som da nobre cuíca
e exportam para o mundo
e o mundo no Brasil fica.....
Samba, Samba, Brasil
com sua alma sambista
o Carnaval vai passando
e não tem quem resista....
É a grande festa do povo
que faz o Brasil parar
e tudo mais vai passando
sem ninguém se importar......
Lucineia Magri
Pierrot e Colombina!
Queria ser a tua louca Colombina,
Seria para ti, mais que uma fantasia,
Terias um amor repleto de magia,
Ó meu Pierrot, és minha doce sina!
Ser tua amada, ah, como eu queria!
De dia, à noite ou pela madrugada,
O meu amor te daria, no tudo ou nada,
Com centelhas ardentes, te cobriria!
Se ainda quiseres mais carícias,
Te entregaria com toda euforia,
Mergulhando em tuas malícias!
Mais do que um sentimento puro,
Seria um extravasar com ousadia,
De um amor eterno, eu te juro!
© SOL Figueiredo
17/02/2012 – às 22:02h
Máscara carmim
Noite
esconde-se em mim
confetes roçam a pele
suada
sóbria entre sons
perdidas marchas antigas
Olhos brilham
danças
paixão de Colombina
em máscara carmim
que jamais
seja quarta-feira
Perfume
de mulher
entorpece passos
no salão transborda
sedução
negro brilho nos cabelos
“Vou beijar-te agora”
delata a canção
corpos se abandonam
em ritmo de serpentina
lábios se esquecem
por um momento, Carnaval.
- Sílvia Mello
Do blog Olhos nas Estrelas:
CARNAVAL DA VIDA
Quando eu era criança mascarava
Meu rosto e usava vestes de mulher;
Fazia seios de trapos e adoptava
Voz fraca pra ninguém me conhecer.
Havia uma risada que eu ganhava;
Bebidas, era a "fina" (*); e que prazer!
Feliz, nas brincadeiras delirava
E assim, de porta em porta, ia bater.
Cresci. Não mais voltei a tal costume
Embora com saudade venha a lume
A imagem que ficou em mim retida;
Contudo, há uma coisa que não via:
Aquilo a que se chama hipocrisia
É máscara em Carnaval... este da Vida.
(*) “bebida fina” é a designação dada aos licores no Algarve
Joaquim Sustelo
Carnaval de Amor!
Afinal, o que representa o Carnaval?
Uma festa, que em nome da alegria,
Todos enfeitam-se com suas alegorias,
Onde a felicidade deveria ser geral!
Por que será então que nada disso,
Nunca tenha conseguido me contagiar!
Bem longe dessa festa, eu queria estar,
Não vejo graça nenhuma nisso!
Talvez o tempo tenha me mudado,
Já com tanta infelicidade,
Na minha vida, assim era esperado!
Mas se eu estivesse ao seu lado,
Seria uma ótima oportunidade,
De um carnaval de amor enfeitado!
© SOL Figueiredo
RECIFE
Recife é a Veneza Brasileira
Frevo, Maracatu e Carnaval
A passista é super faceira
... Graça, e equilíbrio sensacional
Com a sombrinha é a primeira
Nesta dança não tem rival
Arilo Cavalcanti Jr.
Carnaval de Amor!
Afinal, o que representa o Carnaval?
Uma festa, que em nome da alegria,
Todos enfeitam-se com suas alegorias,
Onde a felicidade deveria ser geral!
Por que será então que nada disso,
Nunca tenha conseguido me contagiar!
Bem longe dessa festa, eu queria estar,
Não vejo graça nenhuma nisso!
Talvez o tempo tenha me mudado,
Já com tanta infelicidade,
Na minha vida, assim era esperado!
Mas se eu estivesse ao seu lado,
Seria uma ótima oportunidade,
De um carnaval de amor enfeitado!
© SOL Figueiredo
17/02/2012 – às 14:55h
*Entrudo
Vamos sambar neste dia,
Qualquer hora sem cansar,
Entrando assim na folia,
Quem vai querer recusar.
Suor banhando o corpo,
Talco grudando na pele,
Colorido sorriso no rosto
Abraços na roda de leve.
Pra não cansar o folião,
Não beba para cair no chão,
Água é de boa pedida
Alimento de boa acolhida.
Samba morena, com jeito,
De qualquer cor com trejeito,
Fazendo da sala harmonia,
Muita amizade e folia.
Sonia Pinto
O carnaval da vida
Em minha juventude vesti a fantasia
No carnaval da vida eu vivi de ilusão
Passou-se tão depressa minha alegria
E só sobraram cinzas no meu coração
A vida e o carnaval passam depressa
Assim durou três dias a nossa paixão
Hoje ela comenta que um dia regressa
Mas só ficaram as cinzas da desilusão
Hoje já não coloco meu bloco na rua
Porque a saudade dela ainda continua
E o carnaval da vida pra mim se acabou
E ouvindo uma marchinha eu contemplo
Que até o carnaval serve como exemplo
Que tudo que era bom tão rápido passou.
Lurdes Beckenbauer
Entrou tudo
meias, cuecas e bifanas
um homem desnudo
a correr em pantanas
e a troika?
puta que a pariu,
é paranoica
mentiu!
É carnaval
cheira a vassoura
é carnaval
dediquemo-nos à lavoura.
Lurdes Beckenbauer
Entrudo
Entrou tudo
meias, cuecas e bifanas
um homem desnudo
a correr em pantanas
e a troika?
puta que a pariu,
é paranoica
mentiu!
É carnaval
cheira a vassoura
é carnaval
dediquemo-nos à lavoura.
Tanto barulho pela manhã.
Abri a janela, meia ensonada,
Olhei para o turbilhão de cores berrantes que invadem todo ambiente!
Os putos brincam com seus fatos de super heróis ou vilões.
A alegria, essa contagia até os mortos que passam com suas máscaras alegóricas!
O Entrudo, mascarado de palhaço, veste de verde e amarelo,
Não! Não o acho belo, Sustos de morrer, e gritos medonhos.
Na verdade devo ser doida, pois o carnaval não me emociona.
Respeito toda a brincadeira, sem levar a mal… é o espírito de carnaval!
Vestindo emoções disfarçadas, como se mascaradas de fada ou coisa assim!
O povo tira a mascara, utiliza o Entrudo para esse fim.
Vejo de longe os carros gigantes,
desfilam nas ruas de asfalto como se fosse em Marte,
O fogo entra no corpo e contagia de alegria todos que passam,
e nas vozes, despertam sentimentos ferozes.
A ilusão entra na alma do ser, imaginando o carnaval de Veneza,
A riqueza que está presente, entre o povo , neste momento novo.
Disfarçada de felicidade, no rosto de toda a gente,
está a tristeza como uma máscara de beleza.
As máscaras, que verdadeiras ou não, são tatuagens pintadas á mão.
despem de obrigações, despojam-se do pecado carnal.
E o mundo inteiro finge, acha normal.
e as máscaras com duas faces, tiram-se ou não!
vestem-se o dia a dia, disfarces de carnaval.
Celeste Seabra
MERA COINCIDÊNCIA!
Finge que não me vê
brincando, sambando
na avenida,
nalguma escola da vida
pois é mera coincidência.
Perdoa, põe a mão
na consciência
e simula uma cegueira,
olha para outro lado
pois este folião apaixonado
vai voltar na Quarta-Feira!
Rui E L Tavares
DESFILO
Desfilo n’avenida Carnaval
Pintando em mim todas as cores,
Das nuances mais lindas!
Luzes que cintilam ao meu lado,
As telas exuberantes d’alegoria
O chão faz tremer, ao som
Do samba cadenciado,
Ouço mais alto ainda as batidas
Que estão dentro de mim,
Bordadas em carne d’emoção!
Sou nesses dias de folia
Magia em paetês, lantejoulas,
Brilho furta-cor do coração!
Visto-me de tantos ‘eus’ distintos
Passo batom, salpico purpurina
Num mar de sedentos olhares,
Suores, que desejo, nus!
Lá do alto, do topo sem fim
Da minha sandália de rainha!
Ajeito a fantasia, sem pudores,
Hoje sou anarquia, sou arlequim!
Patrícia Zago
EM FEVEREIRO
Para o próximo carnaval vou me
Fantasiar de alegria, afinal quero
Escancarar dente branco para ver
Sobrar riso, faltar juízo e também
Pra tentar mascarar bem a tristeza,
Que não permite a folia de te amar
O dia todo, de todos os meus dias!
Guriadapoesia Gaúcha
Pedaços de Mim, 1999
SAMBISTA
Sou poeta partideiro
Vou atrás do bate-lata
Largo no toque do pandeiro
Sigo a ginga da mulata
Faço meu samba de roda
Improviso do som, um roteiro
Nada na vida incomoda
Quando o amor vem primeiro
E no meu canto de amor
Tem o tema principal
Você linhagem de valor
Rainha do Meu Carnaval
Sidney Poeta Dos Sonhos
MAIS UM CARNAVAL NO RIO
A cidade feito noiva se prepara
Para essa hora tão rara
De jogar a tristeza pro alto
De subir no mais alto salto
De liberar todas as fantasias
Mesmo as mais escondidas.
O Rio de veste de alegria
Gringos e mulatas em sintonia
Casamentos à vista
É o que o olhar atesta
O encanto de amar
Ao meu lado no bar
Eu também enamorado
Pela cidade e seu modo
De se fazer um refúgio
Para quem tem o privilégio
De seguir seus blocos de rua
Nessa paz que sei ser só tua
Meu Rio e mais um carnaval
Festa da tua alma imortal
Música descendo de Santa Teresa
Chegando até a minha mesa
Me puxando pra brincadeira
Apesar da ânsia pela quarta-feira...
- por JL Semeador, em 16/02/2012, na Lapa (Bar das Quengas), vendo o carnaval chegar –
CARNAVAL É CASO SÉRIO!...
Foliões, p’ra quê suardes, p’ra quê banzé,
Se tudo isso é sonho, e sonho tem acordar?...
Vestes e máscaras, mostram vosso sonhar:
O que cada um de vós, deseja ser e o não é…
Porque te vestiste de lorde, com que fé?
E tu, de fada verde, que irás milagrar?
Porque te foste de bonita mascarar?
Porque te viraste em palhaço, triste Zé?
P’ra quê, pormos nossa garganta ressequida,,
Se o Carnaval é bem um sonho passageira?,
Cada pulo e grito, é mera ilusão na vida…
Não nos bastará já o “Carnaval” verdadeiro,
Com nossas “fitas”, sem terem conta ou medida,
E tantas “máscaras”, usadas o ano inteiro?
Maria Do Sameiro Matos
´" ENTRUDO "
Festeja-se o entrudo no Solar
Poetas convidados a brincar
No Carnaval ninguém leva a mal
Mas o meu é diferente
Estou longe de minha gente
Do meu lindo país...Portugal
Na Suíça também o festejamos
E com o passar dos anos
Contemplam o nosso olhar
Desfiles de carros enfeitados
Grupos de música ensaiados
Pelas ruas vão desfilar
Barulho de chocalhos a bater
Bombos com tons de estremecer
Nosso coração fazem sobressaltar
Sons ecoados entre montanhas
Levando o som de melodias
Nosso corpo fazem arrepiar
Assim se mostra a fantasia
Destes longos dias de folia
Vivendo assim intensamente
Momentos de pura beleza
Esquecendo a real tristeza
Escondida em nossa mente
Conclusão...
Como ninguém leva a mal
Assim dou por concluída
Esta minha diversão
Escrevi simples poesia
Pintada com o coração...
Divirta-se no Carnaval!
Fatty Sonhadora
Soneto Carnavalesco
Na fanfarrice carnavalesca
Desço no bloco das poesias
Vou de marchinha nesse soneto
Rimando até o raiar do dia
Versos em carros de alegorias
Espalham as letras nas serpentinas
O mestre-pena e a porta-caneta
Juntos compondo essa cantiga
Uma apoteose para os poetas
Muitos confetes as poetisas
Nesse sambódromo de maravilhas
Uma bateria de novos autores
Saudando a ala da velha guarda
Que impõem respeito com brancas barbas
AS PORTAS DO SAMBÓDROMOS
Pedi a Deus um ingresso
Um aval divino
Pra festejar a festa da carne
A festa do carnaval
Pedi confetes e serpentinas
Um lugar na sala vip
Más o que vi foi flashes de outrora
Passar na mente como em clipe
Vi o bezerro em desfile imponente
Vi gente beber e dançar
Prá festejar a festa da carne
A festa do carnaval
Vi o mal da apoteose
A festividade do deus de ouro
A alegria carnavalesca
O desfile da alegoria
Pedia e pedia um ingresso
Um aval divino
Não ganhei e não me incomodo
Fiquei as portas do sambódromo.
Valter Arauto
Entrudo....
Nesta época festiva,
Deseja-se a todos os Povos...
Um Carnaval Cheio de Páscoas...
E um Natal cheio de Anos Novos....
Que as Renas do Pai Natal,
Surjam nos Céus a Voar,
Tilintando alegremente...
Com o Rudolph a piscar!
Que o Pai Natal e os Duendes,
Façam raves a bombar...
E não se baralhem nas botas...
Na altura de ofertar!....
Que o presépio de Natal,
Tenha estrelas sorridentes,
Ovelhinhas e Pastores...
E Reis Magos bué Contentes!
Que tudo surja em sorrisos,
Com muita Paz e Carinho...
E que o coelho da Páscoa,
Se esmere no sapatinho!
Que se tenha nesta quadra,
Muito Amor e Alegria...
Rabanadas e filhoses
Arroz doce e Aletria!
Inês Souza de Freitas
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