Mar á Tona

Mar-á-Tona 2014

Mar –á-Tona… em Poesia

Tema: Heróis do Mar
Local: Póvoa de Varzim, Diana-Bar - Biblioteca da Praia
Data: 22 de Março de 2014
Hora: 21:00
Pelo terceiro ano consecutivo, o grupo Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa vai comemorar o Dia Mundial da Poesia com a organização de um grande Sarau de Poesia e Música.
Desta vez, iremos invocar aqueles que de algum modo se têm distinguido, com atos heroicos ou outros, nas lides do mar.
No decorrer desta fase de produção poética, serão colocadas narrações de factos heroicos de poetas poveiros que servirão apenas de fonte de inspiração para que cada poeta possa falar dos seus heróis.
Além de diversas intervenções poéticas dos convidados, saídos dentre os elementos dos grupos do facebook Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa e Solar de Poetas, teremos a intervenção de:
. Grupo de Fados da Universidade Sénior da Póvoa de Varzim
. Uma surpresa muito especial
… e muita, muita alegria e convívio entre poetas de todo o país
 Como participar:
- Concorrentes
Os poemas deverão ser inéditos e subordinados ao tema proposto: Heróis do Mar.
A haver exceções a esta regra serão da exclusiva responsabilidade do grupo organizador.
Cada participante inscrito no evento poderá publicar um poema único, que deverá ser colocado neste evento, até ao dia 20 de Fevereiro.
Os poemas poderão ser também publicados no grupo Solar de Poetas (e Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa, para os participantes neste grupo).
Esses poemas serão depois compilados e os que forem selecionados pelo grupo organizador farão parte duma coletânea que será oferecida aos poetas que intervierem no decorrer do evento.
- Participantes no Sarau
 Dos concorrentes acima indicados, sairão os convidados para participar no Sarau.
Alem destes, irão participar os elementos do grupo Poetas Poveiros e convidados que a organização entenda trazer ao evento.
Os poetas que pretendem estar presentes no Sarau para apresentar os seus poemas devem manifestar essa intenção quando da publicação do seu poema no evento.
Alguma dúvida ou questão deverá ser reportada por mensagem para o seguinte endereço de correio eletrónico: correiasepulveda@gmail.com
As respostas às dúvidas que surgirem serão esclarecidas neste espaço.
Muita inspiração, poetas... Viva a Poesia!
Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa


Mar-á-Tona 2013

Mar-á-Tona 2012
















DIANA-BAR


24 de Março, pelas 21,00
Sarau: MAR-À-TONA EM POESIA, Um Mar de Poemas


















No Diana Bar - Mar-à-Tona










Ontem no Diana Bar aconteceu poesia




Foi uma noite de encantamento




Houve amizade e partilha com simpatia




Em momentos poéticos com deslumbramento










Pela minha parte gostei do ambiente




A camaradagem era do melhor




Foi uma noite de amizade bem quente




E que haja quem diga o pior










Que momentos como este surjam mais




Em todos os instantes em que a poesia




Se mostre como a rainha em festivais




E haja amizade e absoluta harmonia










Parabéns aos organizadores, na pessoa do José




E às pessoas que da mesa faziam parte




A Conceição, a Sónia e Fátima, todos com boa fé




Deram luz e alegria a esta festa da arte










José Carlos Moutinho










Reportagem Fotográfica




Da Esquerda para a Direita:


Lunamar (Solar de Poetas), Conceição Lima (Rádio Vizela), José Sepúlveda, coordenador do Solar de Poetas e doPoetas Poveiros e Amigos da Póvoa, Fátima Veloso (Poetas Poveiros... - Coordenadora das actividades para a Juventude)








Panorâmicas da Assistència

Mais fotos no fim da apresentação





















Alguns poetas e poetises em ameno convívio




Mar à Tona em Poesia, passo a passo


































Da Esquerda para a Direita:

Lunamar - Sony Cunha (Solar de Poetas), Conceição Lima (Rádio Vizela), José Sepúlveda, coordenador do Solar de Poetas e dos Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa, Fátima Veloso (Poetas Poveiros... - Coordenadora das actividades para a Juventude)



















José Sepúlveda, lendo o poema

UM MAR DE POEMAS
















Abertura Musical por alunos da Flávio




























Poema de Ana Simão encenado pelos seus alunos da Flávio





















Maria Sá
















Manuel Craveiro, mesmo lesionado, não faltou
















Manuela Bulcão











Isabel Simões


























José Maria Carneiro











Quim Lopes, num poema de Amy Dine





















Poema e dança por alunos da Flávio
















Ana Albergaria, num poema de Paula Lourenço























Conceição Lima, num poema de Bernardina Pinto




























Isabel Simões, num poema de Lunamar
















O nosso trovador José Alberto Zeal

As suas músicas alegraram a noite





















Ana Albergaria, num poema de Ana Barbara Aanto António































José Carlos Moutinho




































MAR PORTUGUÊS, por alunos da Flávio


























Ana Albergaria, o encanto da voz





















Armindo Loureiro, o trovador do Marco
















Teresa Gonçalves, a Tecas


























Quim Lopes, a voz




























Poema com bailado, alunos da Flávio































Manuela Matos


























Carlos Lopes, a revelação de um poeta


























Maria da Fonte, a Lita










































A Ladainha das Lanchas, alunos da Flávio














Conceição Lima, num poema de Paulinho




























Teresa Gama











Zeal em nova trova





















Ana Albergaria, num poema de Faty Rodrigues

A Faty veio expressamente da Suiça assistir ao Mar à Tona





















José Alberto Sá
















Maria Sá, num poema de Daniela Pereira




































Angelo Vaz, o irreverente
















Poema encenado por alunos da Flávio
















Manuela Barroso


























Tina Tinoco




































Alunos da Cego do Maio, da Fátima Veloso,

num poema de Jorge Fontoura























José Sepúlveda, num poema de Magá Figueiredo














































A Ladaínha das Lanças, alunos da Cego do Maio
















Ultima intervenção do poeta.trovador Zeal

Pedra Filosofal






Uma visão alargada do recinto e convívio






























































































































































Eu que estive ali
Só vos posso dizer
Foi bom o que lá senti
Valeu a pena o vos ir ver
E convosco conviver

A Póvoa engalanou-se
Para receber alguns amigos
E o seu Mar dissipou-se
Com os poemas ali vertidos

Revi muitos dos meus amigos
Que se dedicam à Poesia
Dei-lhes abreijos sentidos
Foi para mim grande alegria

Que os Saraus Poéticos sejam sempre assim
Com a introdução dessa componente escolar
Suas interpretações deram alegria não só a mim
Mas a toda gente que ao Diana Bar vos foi visitar

E agora para terminar
Quero-vos dizer com alegria
Não há nada como amara
Quem bem declama a poesia


Armindo Loureiro










21 de Março, pelas 11:00 da manhã




Sábado, 24 de Fevereiro, 2012











































































































































































































































A FILANTRÓPICA




21 de Março, pelas 21:00, n'A Filantrópica, Póvoa de Varzim































































































































































































































































































LIVRARIA LOCUS
21 de Março, a partir das 15,00






































































Conceição Lima








José Maria Carneiro






Aluna da Escola Flávio Gonçalves






Preparando o programa






Ângelo Vaz, na Rua






Aluna da Escola Flãvio Gonçalves






Amy Dine






Maria Sá








Alunas das Escola Flávio Gonçalves






Ângelo Vaz






Ângelo Vaz na Via Pública






Ana Simão






Pedro Marques - Poeta Vizelense






José Maria Carneiro






Alluna da Escola Flávio Gonçalves






José Sepúlveda






Maria Sá






José Maria Carneiro, na via pública






Conceição Lima, na via pública






Angelo Vaz, provocando






Ângelo Vaz, interagindo






Alunos da Escola Flávio Gonçalves






Aluna da Escola Flávio Gonçalves







Poesia na Rua




Alunos da Flávio com a prof. Ana Simão











































































































































Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa





Programa Comemorativo do


DIA MUNDIAL DA POESIA


21 DE Março de 2012


Diana-Bar Póvoa de Varzim


em 24 de Março de 2012



Apoio




Pelouro da Cultura


Solar de Poetas (facebook)












Comemoração do Dia Mundial da Poesia - 21 De Março
24 DE MARÇO, PELAS 21, 00 - SARAU DE POESIA

Tema - UM MAR DE POEMAS

O grupo Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa comemorou o Dia Mundial da Poesia duma forma criativa e diferente.
Em parceria com o Solar de Poetas lançou um DESAFIO aos Poetas que ali editam para no decorrer do mês de Fevereiro escreverem poemas cujo tema terá como pano de fundo o Mar.
Estes poemas foram posteriormente coligidos em Separata editada no Blogue do Solar e Poetas e, um por autor, nesta Separata expressamente produzida para o Sarau MAR-À- TONA … EM POESIA, por gentileza do Município da Póvoa de Varzim, a quem expressamos a nossa gratidão.
Entre as diversas atividades para essa efeméride, destacam-se:
Diana-Bar
21 de Março, pelas 11:00 da manhã
Sábado, 24 de Fevereiro, 2012



DIANA-BAR, Biblioteca da Praia
Participação na Maratona Poética Organizada pelas Bibliotecas da Área Metropolitana do Porto, com a seguinte configuração:
- Realização de um “Estendal Poético Metropolitano”, contendo poemas ilustrados selecionados dos 16 Municípios da AMP, no dia 21 de Março. - A realizar na biblioteca Diana-Bar.
- Leitura simultânea de poesia (sintonia poética) em todos os Municípios, no dia 21 de Março, pelas 11H00, durante meia hora (o número de poemas será determinado por cada Município, em função do tamanho dos poemas escolhidos). Local: Diana-Bar.
LIVRARIA LOCUS
21 de Março, a partir das 15,00, junto da Livraria LOCUS, na Póvoa, participação numa Acão de Poesia na Rua, num programa conjunto de:
- Ângelo Vaz, Conceição Lima e José Sepúlveda


Paralelamente, alunos das Escolas C+S Cego do Maio e Flávio Gonçalves, liderados pelas professoras Fátima Veloso e Ana Simão, leram e dramatizaram Poesia nas ruas da Póvoa.
A FILANTRÓPICA
21 de Março, pelas 21:00, n'A Filantrópica, Póvoa de Varzim
Sarau de Poesia com Dramatizações: UM MAR DE JUVENTUDE
Organizado em parceria com A Filantrópica, que conta com a participação de alunos das Escolas C+S Cego do Maio e Flávio Gonçalves, coordenados pelas professoras Fátima Veloso e Ana Simão.
DIANA-BAR
24 de Março, pelas 21,00
Sarau: MAR-À-TONA EM POESIA, Um Mar de Poemas
Este Sarau contou com a presença de um elevado número de Poetas, oriundos de muitas cidades do país, que nele partilharam com os presentes algumas das suas produções poéticas, inseridas nesta coletânea.

O Grupo POETAS POVEIROS E AMIGOS DA PÓVOA agradece a todas as entidades, meios de comunicação, poetas e convidados a sua colaboração e participação neste evento que pretende divulgar o poesia e dignificar a sua presença






Poetas Poveiros e amigos da póvoa









Um Mar De Poemas






Como um corcel, cavalga pela praia
Em ondas de prazer e alegria
Ele, saltita, solta-se, desmaia
E dá-lhe um longo abraço… e a acaricia

E espalha os seus segredos pela areia
Beijando-a… Como brincam à porfia
Em mananciais de afetos! E se enleia
Num rodopio, pleno de magia

Ouvi bramar seu forte pensamento
E vê-de que chegado esse momento,
Com sentimento, entrega com fervor

Um mar de poemas, puro, terno, infindo,
Tão cheio de candura, lindo, lindo,
Em suaves melodias…, doce amor!




José Sepúlveda









Galiza Mar






Extasio-me …


(Melancolia que me deu!)


Perante este mar que é nosso


Teu e meu


Que vem dos confins da Finisterra


De Mugardos, de Ferrol


Que me reflete a luz do teu sol


Que molha teus pés


E me traz teu odor


Com este sal de mar


Que me adoça as marés


Saliniza e retempera o paladar


Da vida, do amor!






Peixes, mariscos,


Que no teu mar se alimentam


E aqui me comprazem, me sustentam


Ah! Aragem, que irrompe Ibéria fora


Estupidamente dividida, por meu mal


Hoje, como outrora


Ex temporal


Que, harmoniosa, bem poderia


Unida ser


Como tu e eu, neste bem-querer


Peixe, sal, bruma, maresia






José Maria Carneiro









Mar Sempre Mar





De olhos postos na paisagem,
Desprendo a minha mão da tua
E percorro todo este areal extenso
Enquanto fixo no olhar
Uma clara imagem
Deste manto de água imenso
Que vem à areia espraiar…






Correndo descalça sobre ela,
Salpico de azul, brilhos e espuma
O mundo todo em meu redor …
Uma brisa faz mover
Um barco perdido
Nessa longa estrada
De estilhaços de luz ardente
Onde o sol se deita
E a lua à noite se enfeita
Em rasgos de prata
Nesse espelho eterno,
pedaço de céu molhado
Que a mão do Criador
Fez descer à Terra…



Debruço-me sobre a areia
Por entre os meus dedos molhados
Escorrem fios de luar salgados
Deste mar tão cheio de beleza e cores
De mistérios e estranhos pavores

Dispo-me e mergulho nua
Neste Mar indomável, infinito e profundo
Neste Mar meu que abraça o mundo
caminho de ondas que vão
Ondas que vêm e se desfazem
E vibro de volúpia e paixão
E o meu corpo ondula e rodopia
Neste Mar espelho de água
Neste Mar de mil nortadas
Que ao som das ondas aladas
Me conta histórias magoadas
De epopeias e aventura
de odisseias de bravura
De barcos afundados
E de sereias encantadas…

Á tona das tuas águas
Vejo-te colado ao céu, no horizonte
E sinto a tua imensidão
A tua eternidade … e suspiro
Mar de faróis altaneiros
Mar de brisas e nevoeiros
Mar de gaivotas errantes
Mar dos meus sonhos
Mar dos meus encantos
Onde os meus olhos lassos
Repousam seus cansaços
Mar do meu fado
Mar que eu amo
Mar que eu quero abraçar

Mar que serás minha sepultura…

Mar, sempre Mar


Fátima Veloso



As Duas Faces do Mar






As ondas, uma a uma,


Vêm o areal beijar


Bem de mansinho


Em branca espuma.


A praia deserta…


É fim de tarde!


Bandos de gaivotas


Pousadas na areia


Debicam aqui e ali,


Sem grande alarde,


Procurando pulgas-do-mar.


Já no horizonte, o sol poente


Pinta o céu de tons laranja e vermelho,


Qual disco de fogo refulgente!


Do mar, qual prateado espelho,


Surgem figuras exóticas.


São rochedos que a maré vasa pôs a descoberto.


Ouve-se o grito de uma cagarra


Aqui bem perto.


Tudo é paz… Tudo é ameno!


Nas águas, uma traineira


Corre veloz em direção à barra.


O mar está calmo e sereno…


Já é madrugada!


O céu está cinzento,


Acordo sobressaltada;


Ouve-se da ronca o lamento.


Oiço o bramido do mar,


O vento açoita a crista das ondas…


E como o ribombar do trovão,


De um verde acastanhado


(mistura de areia e moliço)


Vêm a areia açoitar


As águas em reboliço.


Hoje as traineiras não vão pescar


E as gaivotas estão em terra


Pois há temporal no mar!






Amy Dine



Miragem






Levaste contigo meus longos abraços,


Minhas alegrias


Minhas mágoas


E meus cansaços


Levaste contigo


Um mar de paixão


De um azul intenso


Um rio doirado


De ternuras imenso


Apressado


Para encontrar seu mar


Levaste contigo lagos calmos


De desassossegos e lágrimas


Partiste…


Nem sequer um último olhar


Agora lá do alto me guardas


Eu sinto-te


Só miragens…


Resta-me sonhar






Isabel Simões



Mar... Doce mar...






Onde estás ó doce mar


Que te vinhas espraiar


Nesta areia morna e terna


Que sempre te esperava


Qual amante enfeitiçada


Para em meus braços te enlear?!






Onde jaz teu marulhar


Da onda suave e mansa


Do teu canto de sereia


Que me seduz e enleia


Nas noites de lua cheia


À luz suave do luar?!






Ouço o teu rugido medonho


Qual fera enjaulada


E com grilhetas amarrada


Nesse profundo e negro abismo


Nesse rosnar enfadonho


De quem já perdeu a esperança


Das medusas se libertar.






E, nesse lamento sem fim,


Nesse choro constante e louco


Que tentas aquietar


Revolves as tuas entranhas


E num grito forte e rouco


Gemendo de dor e cansaço


Desfazes-te em espuma


E em molhos de sargaço


Vens de novo te espreguiçar


No calor do meu regaço


Onde podes descansar.






Maria Sá



Lembrança…






“A vida dos mortos perdura na memória dos vivos


Cícero






É o nosso mar …


Belo


Manso


Traidor


Feroz


Amigo


Ladrão …


Nunca assumes a responsabilidade!


Tens desculpa para tudo


És astuto,


Mas … hás-de vir à mão!


Lembras-te da motora “Padre Cruz”?


Foi há tantos anos!


Era petiz.


Ficaste com os poveiros no teu ventre,


Nunca mais os devolveste,


E à família


Eternizaste a sua Cruz.


Porque insistes em ser assim?


Os pescadores conhecem-te


Sabes bem.


Abusas da confiança


Continuas a encher a pança.


Eles insistem,


Hoje


Amanhã


Depois,


Porque têm bocas pequenas,


E por elas te desafiam


Aliviando as suas penas.


Que queixa tens desses heróis?


Responde!…


Não ronques.


Juro,


Quando de mansinho vieres à praia


Espreguiçar-te na areia,


Estarei à tua espera.


Então,


Naquele instante,


Dar-te-ei uma tareia!…






Manuel Craveiro



Eu Amo






Eu amo as manhãs primaveris,


Amo as noites frias de Março


Quando as ondas do calor me afagam…


Amo acolher-te em meu leito, ansioso,


Que sensação incrível, ardente,


Amo tudo o que fazes e eu faço.


É como navegar num mar, aprazível…


Homem-menino, de carinhos desejoso,


Amante-mel, razão maior do meu viver…


Amo ceder-te, em minhas íntimas loucuras


O que melhor de mim sei que procuras,


Amo de mais dar-me, satisfazer-te…


Abraçar-te forte, deitada na areia,


Ter-te sobre mim, sedento de amor,


Sorver o teu beijo, que me incendeia,


Abrir-me em desejo, sem nenhum pudor…


Celebrar teu intimo e desvendar-me,


A possuir-me, em carícias tamanhas,


Sob o testemunho de um doce luar,


Sou de ti completa, até às entranhas…


Mas se não vens, se tu te vais, vejo-me enfim


Sem rumo, mas até fora de mim…


Ainda assim, eu sou feliz, fico a sonhar


Porque, amado, amar-te é alegria,


E eu amo o sonho, a ilusão, a nostalgia,


E amo-te a ti, amo a vida… Eu amo amar!






Lunamar

















Mar



As ondas
Dançam
Saudade
Lágrimas
Salgadas
Do meu olhar
Distante
No vazio
Sem palavras
Abandono
Silêncio
Na brisa
Do Outono
Lembranças
Sentidas
Sem sono
Porto sem cais
Alma esquecida
Solitária no arco-íris
Um adeus sem despedida


Paula OZ

















Mar Imponente...
Ao contemplar o mar imponente
apercebo-me que somos apenas partículas
deste mundo em transformaçãoem constante mutação...
Ao olhar o horizonte, que está para além do mar
assumo a minha condição de ser humano.
Fecho os olhos e imagino que gostava de ir
para lá do horizonte, ver outras coisas,
conhecer novos lugares e pessoas
e outros modos de viver!
O mar transmite-me muita paz, tranquilidade,
ouço uma música especial
e fico retida com a sua beleza e poesia...
Quando estou contigo junto ao mar,
que sussurra de mansinho,
parece que ouvimos os seus queixumes
e segredos que só ele tem...
Sentimos uma paz interior enorme,
é um lugar que ambos gostamos estar,
de mãos dadas, sem falar...
apenas a contemplar a magnitude da paisagem,
que nos transmite sensações e palavras
que servem apenas para sentir e reter no coração!
Mas, o mar também é rebelde, imenso e impaciente.
Tal como nós, o mar tem também duas maneiras de ser!
O mar fascina-me tanto que retenho a sua imagem...
Fecho os olhos, por uns momentos
e capto a sua beleza e imponência
para a levar comigo, para me dar forças no meu dia a dia,
e é ele que constitui o equilíbrio na minha vida...










Bernardina Pinto



Poema do Mar



Buscando o Infinito

Terra, é curto Fado
para quem vive de sonhar,
barco fiz, de um arado
o chão larguei, pelo mar

Da Saudade me tornei refém
e fui o Horizonte reclamar,
coragem, a levei mais além
quanta pôde a dor suportar

Quem espera, nunca tarda
e quem parte, jamais esquece
o que fica, é o Nada
e o que foi, não perece

O Rumo que lá me levou
À água pediu o cheiro a Sal
de novo trazendo quem o mundo ousou,
este fero marinheiro de Portugal.






Paulinho César Fernandes Gonçalves








Maratona De Sentir Mar Poesia



Nos braços vagas da alma
Há todo um mar de sentir
Em espuma ondas de Poesia
Há todo um Ser que se acalmaEm vagas ondas a florir
Como se o poema fosse
Um jardim mar fantasia
De um colorido verso doce
Em maratona de euforia
Mar azul profundo
Que em terna alegria
Humedece olhar do mundo
Dá colo aos sentidos
Espraiados pensamentos
Marés de silêncios consentidos
Num desvairar de sentimentos
Praia de desassossegados tormentos
Rochas estáticas sobre a areia
E a água salgada de consentimentos
Que corpo e alma de inspiração ateia
Num fogo húmido de brando sentir
Em chamas de poemas ondulados
Como se a Poesia aqui viesse pedir
Cantem-me em versos azulados
Da cor azul de intenso mar
Da cor da tinta que sente
Da cor do olhar a naufragar
Onde o sol morre de repente
Esta força de sentir que não posso mais calar
Este brado eloquente ao imenso mar
Bravias marés de profunda Poesia
Numa Maratona de sentir em euforia






Ana Bárbara Santo António










Mar Embravecido



Ó mar imenso e faminto
Que tudo queres no teu leito escuro
E profundo!
És feito de gotas de espuma branca
Enraivecida…
És uma força única, reunida,
E tudo queres…
Pedras e areias movediças,
Peixes gigantes, navios e barquitos,
Algas, plantas verdes e calhaus,
Água dos rios e regatos,
Se te sujeitam…
Inocentes que na praia brincam
Alegremente,
Pescadores que ganham em ti o pão,
Que queres roubar
Tudo subjugas...
Mais tarde tudo volta a ti
Ó mar negro e caprichoso,
Que tanto albergas
No teu leito doloroso!
Finges brincar com areia dourada
Para a levares contigo...
E os riachos que se formam
Na praia
E as minúsculas conchas
Que de ti fogem,
A ti voltam de novo,
Submissos ao teu poder…
E as crianças correm na areia,
Saltam e salpicam-se
De gotas salgadas…
Estes salpicos que as crianças
Divertiste,
Estes salpicos insensíveis à dor
São as lágrimas que de saudade
Choram
Os que engoliste!





Manuela Matos









Mar Meu…



Ó mar, ó mar
Quantas saudades
Do tempo em que te sulcava
E te amava
Como ninguém
Eras naquele tempo
O meu bem
E mesmo num ou noutro contratempo
Davas-me tempo
Para eu ir mais além
Gostava de ti à minha maneira
Era garoto ainda
E os dois na maroteira
Mas que atitude mais bela
Era bem-vinda
Se me apanhavas distraído
Era banho pela certa
E se eu estava com sono
Ele desaparecia
E minh’alma ficava desperta
Que tempos esses amigo
Em que me embalavas
E eu com todo o sentido
Sabia que tu me amavas
E eu logo te respondia
Com uma alegria enorme
Dando-te aquela alegria
De um homem que de ti tem fome
Era esfomeado por ti
E isso até me trouxe dissabores
Foi isso que eu senti
Por no mar ter meus amores
Foram tempos especiais
Que sob ti vivi
Que nunca vieram jamais
A ser iguais a ti





Armindo Loureiro









Mar...Esse desconhecido



Oh... Mar imenso que me inundas a alma,
Quando sentado no alto da falésia te contemplo!
Tens uma mística força que me serena,
Nos momentos de tristeza e solidão!
Quando te observo, sinto as tuas ondas magnéticas,
Que me eletrizam e me prostram,
Numa letargia enfeitiçada!

Acalmo-me no escutar do teu murmurar de palavras,
Em sons de transbordantes sensações,
Imbuídas de cheiros de maresia!
Fazes-me voar sobre o teu dorso,
Qual raio solar,
Que se reflete em ti
E que invade com alegria o meu coração!

Mas também tens em ti, o medo
Que traumatiza e aniquila,
Quem se interpõe em teu caminho,
Quando te fazes tormenta,
Na tua vontade de te mostrares maior,
Arrastando contigo quem te provoca,
Dizimando famílias,
Fazendo viúvas e órfãos!

És simbiose de magnífico e terrível!

Mas eu só te penso belo, mar doce mar,
Quando te navego à tona da tua vontade
E no brilho ondulante da esteira
Do teu leito, que me acolhe.





José Carlos Moutinho







Falar ao mar…



Estou aqui… mar imenso
Falarei a linguagem das sereias
Escuta…
Acalma-te um pouco,
Serena-me as memórias
Que navegam na historia
Da infância do meu país…
Sim… mergulhou em ti a alma lusitana
E tantos povos em ti naufragaram…
Mas Hoje queria apenas este reencontro…
Escuta…
Onde estão os sonhos profundos
Que construíram as caravelas quinhentistas?
E que ondas as levaram a outros mundos?
Sabes me dizer, oh mar altivo,
Indestrutível ser!
Desfaleceu a coragem do meu povo,
O adamastor está ainda mais monstruoso,
Nunca o adormeceste, porquê? Oh mar revoltoso!
Preciso saber …
Vá… Só hoje,
Fala-me da tua coragem
Da tua força,
Da tua irreverência…
Dos tesouros da tua profundidade…
Ensina-nos a tua transparência
Para que se contemplem pérolas
No coração dos Homens
De boa vontade…
Nesta ilha em que se tornou
A Humanidade.
Aqui em terra,
Os meus pés já não sabem
Por onde ir…
Precisamos de começar tudo outra vez
Já não existem rotas por descobrir
Afundaram-se as utopias
Gaivotas perdidas em marés tardias.
Oh, Mar inspirador de poetas
Universo de vidas submersas
Desenha, já é tempo, novos mapas
Sê tu a Bússola que nos guia
Para fora desta ilha de escarpas.
Veste-te hoje, majestoso infinito,
de verde esperança
Sê para este povo
Um mar de bonança…
Mas se for preciso
Oh mar de além-mundo
Se for preciso voltar a ser Fado e Dor,
Saudade ou luto profundo,
Seja!
Que nos arda a alma com o teu Sal
Se preciso for,
Para Redescobrir Portugal.





Ana Homem de Albergaria









Leça

desta janela vejo o mar
desta janela recordo o dia
em que comecei a sonhar
o tanto que te queriajá lá vão mais de trinta anos
dois filhos adultos criados
uma vida alegre sem enganos
muitos dias felizes e amados
pelo caminho sempre o mar
o mar da terra onde nasci
o mar da ausência a navegar
o namoro em Leça que vivi
aqui regresso a este mar
onde há algo que me diz
que aqui quero viver e amar
e contigo sou feliz
mar calmo e sereno de paz
mar agitado e forte de guerra
mas sempre um amigo capaz
de me fazer voltar a esta terra



Carlos Lopes









Iço a vida



Tantas vezes iço a vida, em pensamento,
Com medo de me deixar naufragar.
Espero, impaciente, as mãos do vento,
Que se estendem e me levam até ao mar.
Aqui, desnudo todo o desalento,
Volto a vestir cada parte de mim.
Trago o que fui, o que sou e ao que vim,
Faço do mar, meu tutor, meu confidente.
Só ele sabe onde me leva o meu voar,
Só ele acolhe a gaivota que me leva
Até à paz serena em alto-mar,
Da tempestade que se sente em terra.
Debruço no promontório esta vontade,
Para ganhar balanço e sonhar,
Correr o universo em liberdade,
Ser o sonho nas ondas do meu estar.





Maria da Fonte









Poema de Esperança






A distância não tem pernas mas asas de voar


Subir alto, lentamente e muito longe


Vontade de chegar ao porto de abrigo


Sentir conforto na ternura das palavras


Procurar aconchego a(e)fectivamente quente


Pousar num colo poderosamente estável


Enroscar-me nesse teu ninho protetor


Permanecer eternamente, eternamente,...






Sonho na intercessão dos nossos beijos


Invento nesse íntimo a paz e a harmonia


Adivinho as intenções no doce sabor da saliva


Na procura e na esperança de desfazer dúvidas


Porque me cansei das nossas incertezas


Choro o tempo que já sofri em vão


Quero saltar a janela e correr pela natureza do amanhecer


Recuperar e agarrar o que ainda valer a pena


Tenho de desatar os nós das nossas vidas


Pendurar-me nas estalactites refletidas pelo sol


E ver, lá em baixo, o rio a deslizar como uma serpente


Que arrasta para o mar as minhas mágoas


e as desfaz no rebentar das ondas alvas










Teresa Griz da Gama









Mar!



Mar?!...
Ó imensidão embravecida...
De ondas em rodopio e enganosas.
Mar?!...
Musa inspiradora do poeta...
Maré de palavras, de vidas penosas.
Mar?!...
De rochedos bem escondidos...
Onde embatem navios imprudentes.
Mar?!...
Cemitério de seres, sumidos...
Que jamais voltam aos seus viventes.

Mar?!...
De mil lendas e belas sereias...
De encantamentos e teimosas ilusões.
Mar?!...
Lar de extraordinárias baleias...
Chacinadas em terra, por homens vilões.
Mar?!...
Caminhos de nossas caravelas...
Rumo ao desconhecido mundo pagão.
Mar?!...
De piratas e de notáveis poetas...
Escrevendo odisseias em troca de pão.

Mar?!...Tua foi esta terra...
Como tu nada há.
Mar que tanto reclama
E que um dia tudo levará!

Sol da minha poesia






José Rodrigues (zeal)






Mar – á – Tona



Sou um corredor de fundo
no mundo da poesia.
Meus versos correm o mundo
da realidade à fantasia.

Gostava de ser poeta
e de ao mar me lançar.
Andar pelo planeta
enquanto pudesse nadar.

Oh! - meu mar bela sereia!
Em ondas de calmaria.
Vou passear pela areia
com seu cheiro a maresia.

Gostava de dar a volta
ao mundo indo pelo mar!
No Sagres onda em revolta,
mas que eu pudesse navegar.

Oh! - mar que nos alimentas
da tua riqueza sem fim.
Que aos pescadores contentas
quando as redes enches enfim.

Ao mar faço este poema
para o concurso “MARATONA”.
Sei que o mar é um dilema
para quem tem de andar à tona.

Das suas águas rebeldes
feitas em ondas medonhas
num barco em que couberdes
sem dias de enfadonhas.






Joaquim Barbosa




Encantador de malvadez
Este mar que vos atrai, pudera, também a nós
Malvado, que tantos leva, tem levado, para si.
Que um caxineiro, se ao mar está votado, desde
Logo lhe pertence, mal nasce, até que deste mundo
Se vai e, não é sina, mais forte ainda, intrínseco, umbilical.
Muitos de vós tendes procurado outra sorte, mudar destino
Virando se para futebol, contrariando elementos, locais
Numa fuga, por demais infrutífera, desta gente, de mar feita
Tão cansada de lutos, tentando evitar, a que preço
O mar, seus inúmeros perigos, a dureza – imensa, da sua lida.
Miro, um jovem, entre tantos, que procurou, tentou
Nos campos do chuto na bola, não renegando suas raízes, nunca
Deixar, fugir de ti, mar( não de sua terra), que, no seu vai e vem
Parece chamar os jovens, vizinhos, tal como sereia, com seu canto
A todos tenta encantar, levando-os até si, sabendo de antemão
Quem a(o) irá servir, por mais que tente afastar-se, egoísta este mar.
Malvado mar, que de tão belo, iludes, seduzes, levando tantos
Destes moços e outros, para sempre, deixando famílias órfãs
A morrer de saudade e lamento, por quem lhes vai roubando.
Malvado mar, tanto nos dás, ai, a que preço, de dor de caxineiros
Das lágrimas que não secam, em ânsia que não pára, em levá-los
Egoísta, obcecado no negro, com que teimas em vestir, marginal
As gentes, que, dia após dia, esperam que permitas (esqueças),
Que os seus voltem saudáveis, prontos a honrar-te, em dias seguintes.
Miro, que quiseste outro destino traçar, impossível de tarefa hercúlea
Sim, não se te pode negar intenção, vontade de alterar, mudar destino
Não foste capaz, este malvado mar, não to permitiu, não conseguiste.
E, para sempre, este, irado por tuas tentativas, louco de ciúme
Se não conseguiu reter-te, em prece a outro (irmão em vontade)
Se socorreu, longe, tão longe de Caxinas e te levou, te reclamou
(Nesta sua irracional vontade) te levou, de seus, não te devolveu… para sempre!

Caxinas, 7 de Julho de 2011 homenagem a Miro (Belmiro Graça) e seus familiares, pescador caxineiro, com quem tive a honra e prazer de viver, colegas de futebol, uns meses de minha vida.
OBRIGADO descansa em paz.






Luís Gomes Pereira

















Ó Mar … Enganador



Beleza de capa verde ondulada
azul de branca espuma
raiada,
arco íris multicolor.

Os meus olhos perdem-se na tua imensidão
O amor torna-se pluma
E eu chego a perder a razão !

As tuas ondas dançam ao sabor do vento,
e por ti desliza
sem pressa,
o tempo.

Ó mar,
mas eu não te entendo;
por que é em ti, também,
- meu belo e profundo mar azul -
que há um mundo abstrato
triste e calado
submerso e afogado,
onde a beleza e a cor
perdem o seu ‘sabor’ .

Por que é que tu ,
ó mar …
… impiedoso implacável,
fazes acabar o amor ?!

Quando te alteras
Quando te revoltas
e andas às voltas,
vive em ti um mundo de dor
onde cada coração sofredor
lava a sua alma chorando,
e em ti coloca uma rosa
no vai vem do teu dançar.

Contradição …
… Matas,
e tens Rosas!

Onda a onda
a rosa se desfolha
e cada pétala …
… sem saber,
Adorna
e
Ilumina
Uma Vida Perdida!





Magá Figueiredo










Chegaste(me) num pensamento
De um lindo momento
Que esta praia testemunhou...

Nesta areia, ficaram registados
Os nossos corpos molhados
Que o mar não apagou...

E o Sol, marca a mesma hora
Que estava outrora,
Não mudou de posição...

E a brisa, que se faz sentir
Não me deixa mentir,
Devolve(me) a emoção...

Tudo neste lugar,
Estagnou!

Talvez por saber, que eu voltaria aqui
Mesmo que sem ti...





Daniela Pereira










Mar



…sentei-me

Olhei-te…

O sol fogoso

Teimosamente

Cerra-me os olhos.

Quedo-me…

O teu som acaricia-me.

Lentamente ,

Abri-me para Ti,

Abriste-te para mim

As tuas cores

A tua força

A tua beleza

Extasiam-me,

Embriagam-me,

Orgasmicamente!

Doce encantamento….

Quero assim ficar…

Doce MAR!





Tina Tinoco








O Sol E O Mar



Sol

Eu sou tua luz
Sou o teu brilho
Tua mulher
Luz, que te aquece ao entardecer

Mar

Eu sou tua paz
Sou os teus desejos
Tua serenidade
Paz, que te completa ao entardecer

Somos

O Sol e o Mar
No horizonte
Secretamente a amar.





Olga Bueno









Mar â Tona...



Esmeraldas vivas
Não são ilusões da verdade
Nem tampouco mentiras
Que a vida é finita, por um milagre
Acima do oceano
Gaivotas sobrevoam a praia
Entre os rochedos molhados
Diante do teu olhar
Tudo o que está em cima
Está refletido abaixo
E, tudo o que está abaixo
Está refletido em cima
O Sol é o pai
A Lua a mãe
O vento o ventre
A Terra a nutris
Mas, neste instante
Estou entre as gaivotas
Voando no horizonte
Do teu olhar
Alimentando-me
Da tua emoção
Através das gotas
De tuas lágrimas
Lembre-se:
À deriva
Navegue no meu manso oceano
Que eu te juro
Dar-te-ei sempre
Meu porto seguro
Guarda-me
Para sempre
Por onde for
Teu coração...






Sol Poente









O Velho Marinheiro



Eu conheço um velho marinheiro
Que de tanto, tanto navegar
Impregnou-se assim de mar:
Cheira a peixe, concha e algas.

Que jamais desprezou o seu veleiro
Mesmo desbotado e corroído
Viveu nele o tempo inteiro
Bebeu nele o seu juízo.

Enfiou-se afoito sobre as ondas
Derrotou tormentas sem cessar
Lutou feroz contra o tempo
Nem viu o tempo passar.

Tempo bom que sempre lhe negou
Sua história veio me contar
Que a luta incontida
Valeu toda a sua vida.

E aquele velho marinheiro
Velho pescador, velho guerreiro
Fez a sua moradia
Na maré do dia a dia.

Sobre uma falésia de pedras
O seu barco, hoje é um botequim
Aonde bebe-se aguardente
De cheiro e gosto ruim.

E o velho mira o horizonte
Vê que a onda vem, bate e desmaia
Serpenteando espumas sobre a areia
Espalhando conchas pela praia.





Geraldo Aguiar










Seres inanimados.



Porque ralhas, mar bravio?
Como se estivesses zangado,
Gritas ao ouvido das pedras rochosas
O tempo plantou no teu caminho, Seres inanimados,
Cravados no teu corpo imaginário.
São pedras com raízes de fogo, e nós simples mortais,
Deveríamos ser criaturas aquáticas,
Procurando tesouros subterrâneos,
Perdidos nas águas, por desvendar,
Mergulho nas tuas entranhas, sem medo de me perder,
Ó mar envolvente que banhas a Terra, abre-te,
Deixa-nos profanar tuas sepulturas navais,
Mar de piratas, e almas penadas,
Que Correm desenfreadas procurando o barco fantasma,
Onde gaivotas descansam em segredo, num ninho inacabado.
Mar morto da vida, mar com vida escondida,
Agita teus braços ondulados, fossem eles reais!
Teus filhos, serão os peixes, deste-lhes o ser,
Acolheste-os em teu regaço, mar doce de sal e sargaço
Travas conversas com o amanhecer,
Á noite namora a lua, que brilha em ti, prateada e nua.
Mar alado, apaixonado pelo universo,
Vai e vem sem regresso, beijando areia da praia.





Celeste Seabra





Mar…procurando o Norte



Um grito eterno
Um andar sob a navalha
Penetro (me) na turbulência
Dos areais sem saber… navegar.

A alma veleja (me) sem bússola
E rema (me) por beijos, ao pôr-do-sol.
O coração anda (me) sem sossego
E o corpo sem leme grita, pela Lua.
Sem orientação as mãos
Passeiam-se por mares revoltos…
Sem Norte, fico em pranto.

Ó Sol! Acode (me)
E escalda (me) a alma
Abraça (me) e mergulha (te)
No meu porto.
Aflui (me) e ensina (me)
A ciência exata dos oceanos.
Beija (me) a epiderme
Que pulsa com odor a mar…
Navega (me) e transporta (me)
Para o calor das águas do Sul.





Telma Estêvão









O Mar



Olhando fixo no horizonte,
Percebendo as marolas causadas pelo vento
E o brilho sedutor dos últimos raios de sol
Que transportam meus pensamentos
Em busca do encontro com a paz.
Suas profundezas incógnitas
Causam a curiosidade sem medo,
Em busca da beleza intocada
De seres serenos e majestosos.

O mar...
Que me abraça com suavidade,
Que tira de mim o peso das ansiedades...
O mar que compõe através de mim
Desejos de encontros internos
E na sua imensidão
Reflete as inconstâncias
Humanas de meu ser.





Valeska Cabral









‎" Mar-À-Tona "



A minha mente voa
No meu sonho de verão e mar

Queria...
Voltar a ver o mar
Sentar-me no cimo dos rochedos
Ouvir o suave murmúrio do vento
Contemplar com meu olhar
A magia do nascer do sol
Sorrindo seus segredos
No brilho do girassol
O meu sentimento

Sinto quando as ondas desejam repousar
Num véu de algas azuis
Sua frescura sussurros no ar
Barcos sua majestade num arco-íris
A aurora, sorrindo na fonte
O céu encantado na imensidão do mar
Marinheiresco...
Felizes no horizonte
O sal da lagosta e do peixe

Na solidão do meu pensar
Senti na pele a frescura
Da fragrância salgada do mar
A brisa sua bravura
Beijada pelo som do vento
Meu corpo fazia arrepiar
Perfumando meu pensamento

Do dia se fez noite
Admirei o pôr-do-sol
Adormecer no horizonte…
No céu surgiu a lua
As estrelas sorriam radiantes…
Tão branca...nua e pura
Misteriosa para me encantar
Naquele azul fascinante
Iluminando o meu corpo com seu olhar
No sonho daquele instante





Fatty Sonhadora








Menino Girino No Mar Da Vida






Precisei correr uma maratona
Nadar, lutar, e enfim vencer
Feito menino girino
Subi à tona deste mar

Vencer eu venci
Deixei milhões de mim se afogar
Feito menino girino
subi à tona deste mar

Alcancei o oceano uterino
Da sopa primordial
Feito menino girino
Subi à tona deste mar

Nadei e venci
Subi a tonar deste mar
Ganhei essa maratona
Feito menino girino





Valter Arauto









Meu Mar

Meu mar tão meu,
como de todos
Um pouco meu quando o prendo em meus olhos
Quando tenho teus movimentos,
na minha imagem
Tu junto a meu corpo,
num balançar de ondas.
És meu amor, somente tu,
meu mar
Feito para te amar,
és eterno,
pois lá…sempre estarás
Meu amor também é eterno,
fica preso em minha mente
Tua presença, corpos juntos,
a caminhar na tarde
mar de águas serenas
é teu aconchego,
teu arrego
Minha eterna paixão,
de carinhos ,
de frescuras e brisas
Nem me avisa quando ficas
a meus pés, antes que me deite
em tua ondas que entrelaçam
meu corpo inteiro
Mergulhar em ti, no teu gosto salinizado
e sentir o sabor
Somente de ti, meu mar de amar,
és tu somente tu o meu amor
Amo, amo te amar,
meu doce mar!





Jorge Fontoura










O Mar é um sonho


Infinitamente profundo


O mar é a natureza em pessoa


Me emociona, me atordoa.


Ah! O Mar!






Cecília Fideli










Refaz-Me



Penetras-me todos os dias, sempre que te apetece. Deixas que eu me encha de ti, naturalmente. Namoras-me e saboreias-me da mesma forma e ao mesmo tempo que te namoro e te saboreio. As crianças a brincarem com a nossa espuma.
A corrente leva-me sempre para ti, e traz-te de volta. Mas é de noite que nos amamos melhor. Com as estrelas como manto. Às vezes a lua, cúmplice dos nossos beijos e abraços. Enquanto as crianças sonham com castelos de areia e sorriem.
Nas minhas margens costumam chapinhar os mais pequenos e deixo que os barquinhos se passeiem imaginando viagens que não fazem. Mas estes dias foram de tempestades e amores proibidos, e as margens que em mim deixaste são enormes. Cavaste um fosso entre mim e o que resta da praia, que continuas a lamber. As minhas margens são agora enormes. Como podem as crianças voltar a brincar no meu regaço?
Refaz-me, uma e outra vez, com a doçura com que sempre o fizeste. Preciso do teu abraço, forte. E das gargalhadas das crianças...





MM









Meu Sorriso ( Acróstico )



Meu sorriso...
Estará para sempre
Umbilicalmente ligado a mim!

Silenciando a tristeza,
Os seus ecos são ilimitados.
Renova o espírito,
Reabre portas,
Irradia alegria.
Simplesmente...
Opera milagres!



Jorge Brites










Errático

(sobre obra de Joseph Mallord William Turner)






Três dias e noites
Deuses fizeram chover pedras
- quentes, leves, porosas –
Após pôr-se o sol em rosa,
à enorme luz a leste
seguiu-se o som de explosão horrenda,
terrível, desconhecida.
E negras nuvens, e chuva e pedra.

Era a luta pela vida. Pedras e água,
para não sucumbir
- peixes, em oferenda -
Três dias e noites em que os quatro
Homens lançaram do barco
água, pesca e pedras.

Dedicação, compenetração, teimosia
Inabalável, resoluta
- frenético, indemovível -
Essencial a submissão:
absoluta.

Chame-se como quiser o determinado,
compulsivo, galgar de infindáveis
degraus de ondas.

Herdou de seus ancestrais a orientação
- dava-se pelo oriente -
Orientado assim norteava-se ainda.
Mas sem sentidos, sem norte, pois já sem destino.

O tempo de tambor marcava as batidas
das pás dos remos.
O sal causticando a pele
como que petrificava mais e mais suas faces.
O cálido bloquear do cérebro no forçar dos remos.
Reforçando forças que nem sabia ter.

Chorava apenas com os cabelos,
que vez por outra, rápido, jogava de lado,
traindo involuntários pesares ao pingar na testa
ao bater n'água de remar autista,
forçando piscar de pálpebras.
- Cada descer trazia consequente subir.

escorregando os remos,
escorrendo paro mar;
- ritmar teluricamente acompanhando -
até o pintar das ondas,
em suaves círculos de artista.

Por cada degrau deslizado
- desatino de seu teimoso instinto – ressoava
Como o tam - tam - tam que marcava
suas têmporas do mesmo sangue
que lhe escorria pelos dedos

Nômade marítimo convertido, seguia....
a força do ar volátil significava,
à vista do sol, alteração no sentido fútil,
altura e força de ondas a galgar e deslizar.
Mas não em seu marasmo,
- castelos ondulantes alçando à proa embora –
já nem os vê, lamenta, canta, grita:
sorri.

No madeirame do convés o seu guia.
Pois a um tempo etéreo e sólido. Ali
devoto mas inútil capitão de pobre nau,
- assombrado a perder-se entre brumas e escumas –
a cada degrau deslizado, a direção solar do barco raso
dava por marco... seguir
no sentido do anterior do moto das marés
- a força de remos –
o sombreado aquático do velame
roto.

E ainda os pés do último filho, ali,
por um instante enfrentavam,
estáticos, o ritmo que impunha.
Ainda assim afinal seguia
aéreo, balouçante, solto,
- hesitante por um átimo –
o sentido para o qual pendia o barco.
Onde seu povo, sua ilha...

Nas profundezas repousavam com deuses d’água e fogo
pai e mãe, e mulher e filha.
Sem direção, sem sentido, só ao oriente rumava.


remava.



Geraldo Facó Vidigal









Mar! Nas Tuas Águas Meu Amor Pereceu!



Gota a gota a água flui da terra ou cai do céu.
Os mares nasceram dos rios e estes dos riachos...
Carregam no seu ventre incríveis histórias, que as acho
De puro amor, batalhas de titãs e contos dos ilhéus!

A verdade é que do abissal dos golfos e mares
Formou-se a vida que todo o Planeta Azul povoou:
De micros vidas invisíveis a baleias e dinos antares.
Belos arrecifes de corais onde sereias cantam o amor!

Mar de Sargaços, Mar Morto, Mar Tirreno, Mar de Flores,
Mar Vermelho, Mar de Bering, Mar Negro, Mar Egeu...
Mares de domínios épicos ou sonhos dantescos de amores...

Poderio onde Posídeon dragões e procelas venceu
Doído, venho, hoje, te deixar ofertas e aplacar as dores
E pedir-te que devolva, por favor, o amado, amor meu...






Paulo Paixão









"Mares De Mistérios"



Miro-te nesse horizonte infindo
E deleito-me nas suaves espumas
E brumas de suas ondas magníficas
Que nas brancas areias vem me beijar

Mergulho nas suas profundezas
Em busca de cores e palavras escondidas
Sou guiado pela escolta de Neptuno
Que sorrindo reina o seu mundo

Em suas mágicas cantigas tenazes vozes
Entoadas pelas Ondinas junto as Sereias
Que hipnotizam os homens mais ferozes
Levando-os a loucura derradeira

Tu és o mar que oculta histórias e segredos
De grandiosidade que chega a causar medo
Tu és o mar que alimenta o pirangueiro
Mar que enfeita e banha o litoral brasileiro





Jonas R. Sanches






Mar Doce Mar

O Mar acalma
As minhas revoltas
As ondas borbulhamComo notas soltas
Oceano de Amor
Imenso
Profundo
... Estrelas do Mar
Iluminando o Mundo
A Lua sorri
Ao Mar companheiro
Cheia
Grandiosa
Sem Ela
Ele não é nada
Não existem marés
E Ela
Vaidosa
Sente que tem
O Mar
A seus pés...





Cris Anvago