quarta-feira, 12 de junho de 2013

Santo António

EFEMERIDES LITERÁRIAS - 13 DE JUNHO DE 2013
DIA DE SANTO ANTÓNIO – FESTAS JUNINAS

Santo António (português europeu) ou Antônio (português brasileiro) de Lisboa, também conhecido como Santo António de Pádua nasceu em Lisboa a 15 de Agosto de 1191-1195? Tendo falecido em Pádua a 13 de Junho de 1231, de sobrenome incerto, baptizado como Fernando, foi um Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII.
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Santo António 

de Lisboa, embora muito festejado e venerado como santo pelo povo, é menos conhecido como um homem de cultura literária invulgar e como um verdadeiro intelectual da Idade Média. Reveladora dessa cultura ímpar, é a sua obra escrita, cheia de beleza e densidade de pensamento, como nos testemunham os seus Sermões, autênticos tesouros da Literatura e da História. Vasta, profunda, extraordinária, a respeito da Sagrada Escritura. Ampla, variada e bem apropriada nas transcrições dos Padres da Igreja e dos Autores Clássicos. Impressionante, para o tempo, não apenas pelo conhecimento que revela das ciências naturais e das humanidades, mas igualmente pelo erudito discurso sobre noções jurídicas, como Poder, Direito e Justiça.
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Os sermões são um precioso documento de época, muitas vezes fazendo alusões às transformações sociais e económicas que ocorriam durante aquele período, atestando o crescimento das cidades, o florescimento das actividades artesanais e do comércio, o surgimento das corporações de ofícios, as diferenças de classes. Além dos conteúdos sacros, que ainda preservam seu carácter inspirador, tais alusões - onde surge aguda crítica social na condenação da avareza, da usura, da inveja, do egoísmo, da falta de ética na administração pública, dos falsos moralistas e hipócritas, dos maus pastores de almas, do orgulho dos eruditos, dos ricos ensimesmados em sua opulência que oprimem e excluem os pobres do tecido social - são responsáveis pelo valor perene e actual de seus escritos, sendo passíveis de imediata identificação com muitas circunstâncias e contradições da vida contemporânea.
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Na tradição lusófona Santo António está acima de todos em prestígio. Sua veneração foi levada de Portugal para o Brasil, onde enraizou rápido e também dominou o coração do povo. Era tanta a familiaridade que o santo inspirava, que passou a ser uma espécie de "propriedade privada" de todos. Como relatou Grillot de Givry, "não há casa que o não venere no seu oratório e não satisfeita ainda com isso, a comum devoção dos fiéis, cada um quer ter só para si o seu Santo António". Estava em toda parte: "nos nichos de pedra, pintado em azulejos, a guardar as casas, em caixilhos de seda à cabeceira da cama a vigiar-nos o sono, nos escapulários e bentinhos junto ao peito, a acautelar-nos os passos, esculpido e pintado para preservar dos perigos, pintados nas caixas de esmola, nos santuários e oratórios". Também era invocado pelos senhores para recuperar escravos fugidos.
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É considerado padroeiro dos amputados, dos animais, dos estéreis, dos barqueiros, dos velhos, das grávidas, dos pescadores, agricultores, viajantes e marinheiros; dos cavalos e burros; dos pobres e dos oprimidos; é padroeiro de Portugal, e é invocado para achar-se coisas perdidas, para conceber-se filhos, para evitar naufrágios, para conseguir casamento.
A devoção popular o colocou entre os santos mais amados do Cristianismo, cercou-o de riquíssimo folclore e lhe atribui até os dias de hoje inúmeros milagres e graças. Igrejas a ele consagradas se multiplicam pelo mundo, tem vasta iconografia erudita e popular, a bibliografia devocional que ele inspira é volumosa, e em sua homenagem uma quantidade incontável de pessoas recebeu o nome António, além de inúmeras cidades, bairros e outros logradouros públicos, empresas e mesmo produtos comerciais em todo o mundo também terem seu nome.
A mesma familiaridade criou práticas esdrúxulas no culto popular. Se um pedido não era atendido, a imagem do santo podia ser submetida a torturas e castigos. Deitavam-na de barriga para o chão e punham-lhe uma pedra em cima; escondiam-na num poço escuro, retiravam-lhe o Menino Jesus dos braços, ou arrancavam-lhe o resplendor. Acreditava-se que o castigo acelerava a concessão da graça, e explicavam a violência dizendo que em sua juventude o santo desejara morrer martirizado em nome da fé. Luminares do clero, como o padre Vieira, também de certa forma reforçavam essas crenças. Num sermão disse:
“Não haveis de pedir a Santo António como aos outros, nem como quem pede graça e favor, senão como quem pede justiça. E assim haveis de pedir a Santo António: não só como a quem tem por ofício deparar tudo o perdido e demandado como a quem deve e está obrigado a o deparar. E senão dizei-me: por que atais e prendei esse santo, quando parece que tarde em vos deparar o que lhe pedis? Porque deparar o pedido em Santo António não só é graça, mas dívida. E assim como prendei a quem vos não paga o que vos deve, assim o prendeis a ele. Eu não me atrevo nem a aprovar esta violência, nem a condená-la de todo, pelo que tem de piedade".
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É um dos santos honrados nas popularíssimas Festas Juninas e diversos costumes folclóricos estão ligados ao santo. A título de exemplo, no Brasil moças casadoiras retiram o Menino Jesus das estátuas e só o devolvem quando arrumam casamento; uma prece especial, os "responsos", são feitas para que ele ajude a encontrar objectos perdidos; no dia de sua festa muitas igrejas distribuem um pão especialmente abençoado, os "pãezinhos de Santo António", que deve ser guardado em uma lata de mantimentos para que não falte alimento na casa.
Em Portugal, Santo António é muito venerado na cidade de Lisboa e o seu dia, 13 de Junho, é feriado municipal.
As festas em honra de Santo António começam logo na noite do dia 12. Todos os anos a cidade organiza as marchas populares, grande desfile alegórico que desce a Avenida da Liberdade, no qual competem os diferentes bairros. Um grande fogo-de-artifício costuma encerrar o desfile. Os rapazes compram um manjerico para oferecer às namoradas, as quais trazem bandeirinhas com uma quadra popular, por vezes brejeira ou jocosa. A festa dura toda a noite e, um pouco por toda a cidade, há arraiais populares, locais de animação onde se comem sardinhas assadas na brasa, febras de porco, caldo verde e se bebe vinho tinto. Ouve-se música e dança-se até de madrugada, sobretudo no antigo e muito típico Bairro de Alfama.
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Santo António é o santo casamenteiro, por isso a Câmara Municipal de Lisboa costuma organizar, na Sé Patriarcal de Lisboa, o casamento de jovens noivos de origem modesta, todos os anos no dia 13 de Junho. São conhecidos por 'noivos de Santo António', recebem ofertas do município e também de diversas empresas, como forma de auxiliar a nova família.

RÓ MAR
Fonte- Wikipédia
Imagem- Santo António com o Menino Jesus em pintura de Stephan Kessler
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Poema de RÓ MAR

Santo António por todos amado,
Qual não há igual

O Frade de Pádua,
Santo de Lisboa,
Sinónimo do milagre,
Na espádua
O menino ampara.

A seus pés,
Ao som beira-mar
Os peixes o escutam,
Caminhos sem par,
Almas se consolidam
Nos sermões
De inalar,
Qual não há igual.

Quantas atenções,
Santo de lés-a-lés,
Um caminhar a amar,
Sagrado lacre
Coabita o erudita.

Santo do alento
No sinal da cruz,
Bolor em alimento
Se transforma.

Pregador da Paz, sem norma,
Seja louvado,
Arsenal da sagrada
Escritura,
Coração partitura.

O frade do campo, trigo
Do pobre, aconchego do idoso,
Esperança do oprimido,
Folclore do povo,
Festança que a todos agrada.

Mensageiro de luz
No mundo vagueiro,
Acalentando a voz do gemido,
Amnesiando
O som doloroso
De árduos caminhos.

Santo António, a fermosura,
Imagem do novo,
Retrato do culto,
Nobreza em avulto,
Qual não há igual.

Santo casamenteiro,
Protector da virgindade,
Flor de açucena,
Sagrado matrimónio,
Um património.

Milagroso do centeeiro,
Engenho de moleiro,
Das gentes aflitas,
Ajustados ermitas,
Na luz amena.

Benedito da palavra,
Os campos lavram
Em mãos santas, joio a trigo,
Vastos pergaminhos,
Qual não há igual.

Surge-se mantas,
De linho bordado,
Enxoval da mocidade,
No som colorado
Quanta Cidade remenda.

A todos prega a oração,
O pecado emenda
No coração,
Qual não há igual.

Seu Menino,
O Jesus venera,
Em seu coração repousa
O mais que se adora.

A Cruz nas mãos ousa,
Sob trigo e centeio
Nasce à sua beira o planeio,
Qual não há igual.

Que mãos divinas,
Alma de salinas,
Que tudo medra,
Qual não há igual.

É António de Pádua,
Milagroso moleiro,
O Santo Padroeiro
De Portugal.

Santo António por todos amado,
Qual não há igual

RÓ MAR -12/06/2013
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Poema de RÓ MAR
Santos Populares – Santo António

“Ah, Santo Antoninho…”

Ah, Santo Antoninho de Pádua
Vem até Lisboa,
Vem meu milagreiro,
Ó Santo casamenteiro.

Ah, Santo Antoninho de Lisboa
Espreita o nosso coração,
Ainda há gente boa
Vamos lá salvar a nação.

Ah, Santo Antoninho, o sermão,
Zela pelo teu cardume,
Traz-nos o bendito pão
E a paz ao nosso coração.

Ah, Santo Antoninho, o manjerico
Para perfumar o bailarico,
A varina pela rua, quanto ciúme,
Vejo queda tradição.

Ah, Santo Antoninho, sábio
E justiceiro vem ver a nossa cultura,
Anda pela rua da amargura,
Confiamos no teu poder divino.

Ah, Santo Antoninho, das tuas ciências
Breves ausências,
Valha-nos o astrolábio
E uns escritos da sábia palavra.

Ó Santo Milagreiro, uns eventos, euros
Que nada chegam ao nosso tostão,
Mas tu és um Santo de bom coração
E a velha oração irá vingar, uns cêntimos.

Ah, Santo Antoninho, nem sei que diga
Vou mas é ver se vejo a petinga
Sei que par irei encontrar
E para toda a vida amar.

Ó Santo Milagreiro,
Não me deixes ficar mal,
Está na hora do Arraial
E eu sou um bom menino.

RÓ MAR - 12/06/2013



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